Conheça as fases da Revolução Francesa e suas características principais.
Os eventos ocorridos na França entre os anos de 1789 e 1815 influenciaram profundamente a organização sociopolítica do mundo contemporâneo. A divisão dos poderes entre legislativo, executivo e judiciário é uma marca característica do Estado surgido no período, como também a elaboração de um Código Civil, que garantia os princípios liberais burgueses. Este texto irá mostrar ao leitor as principais fases da Revolução Francesa, um dos mais importantes eventos históricos da História da humanidade.
Antecedentes da Revolução Francesa
Os motivos que levaram a população francesa a realizar uma revolução estavam ligados principalmente à estrutura feudal que ainda vigorava no país. O privilégio detido pela aristocracia e pelo clero obrigava camponeses a pagarem altos tributos. Além disso, problemas climáticos nos anos que antecederam a revolução causaram más colheitas, preços altos e fome entre grande parte do povo. As pessoas das cidades também estavam insatisfeitas, e novos grupos sociais surgiam com novos interesses, principalmente a burguesia.
Para tentar aplacar as insatisfações, o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais, em 1788. Formavam os estados gerais três ordens: o clero, a nobreza e o povo. Porém, durante a Assembleia, não houve acordo entre as ordens. O rei dissolveu a assembleia. O povo rebelou-se contra o rei, invadindo a Bastilha, e apresentou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Os camponeses passaram a ocupar as terras dos senhores e a persegui-los, no que ficou conhecido como o “Grande Medo”. Tinha início a Revolução Francesa.
Fase da Monarquia Constitucional (1789-1792)
Além do Grande Medo e da Declaração dos Direitos dos Homens, caracterizaram essa fase a perda dos direitos que a aristocracia detinha desde o período feudal e a formação de uma monarquia constitucional, após a elaboração da primeira Constituição.
Essas medidas geraram uma pressão por parte de outros países monárquicos que se sentiram receosos de que o processo revolucionário afetasse os ânimos de suas populações. Áustria e Prússia entraram em guerra com a França, em 1791. Em agosto desse mesmo ano, a Assembleia Legislativa, após pressão popular, destituiu Luís XVI de seu reinado. Foi proclamada a República e uma organização criada em Paris, chamada de Comuna Insurrecional, passou a administrar o país.
Com o afastamento das tropas austríacas e prussianas, Paris afastou-se do perigo de ser tomada. Em setembro de 1791, foi criada a Convenção e dissolvida a Assembleia Legislativa.
Convenção Republicana e o Período do Terror (1792-1794)
A Convenção Republicana tinha o interesse de elaborar uma nova Constituição, garantindo uma maior participação popular na administração do Estado, além de impedir o retorno de uma monarquia absoluta. Nesse período houve o aparecimento de divergências políticas internas, o que resultou na divisão entre girondinos, jacobinos e a planície. Com a consolidação da República, foi inaugurado um novo calendário, tendo o ano de 1792 como o ano I.
A radicalização das propostas das classes mais baixas na hierarquia social levou à execução do rei Luís XVI e sua família na guilhotina. O fato dos girondinos terem se oposto às execuções resultou também na perda de suas cabeças na guilhotina. Tinha início o período do Terror.
Através do período do Terror, subiram ao poder os jacobinos liderados por Robespierre. A nova Constituição entrou em vigor, garantindo o voto a todos os homens maiores de 21 anos. Foi sufocada a contrarrevolução interna e leis sociais foram promulgadas, entre elas, o fim da escravidão nas colônias e o preço máximo dos alimentos. No entanto, essas medidas e a centralização do poder por Robespierre, bem como o ordenamento de condenações tanto a inimigos quanto a aliados, deixaram-no isolado, sem base para manter o poder. Em julho de 1794, Robespierre foi guilhotinado, e os jacobinos perderam o poder de Estado.
Diretório (1794-1799)
A queda dos jacobinos representou a subida ao poder da alta burguesia. O Diretório era composto por cinco membros, e existiam ainda duas assembleias: a dos Anciãos e a dos Quinhentos. Essa fase representou o fortalecimento da burguesia e a volta de alguns privilégios, como o voto censitário e o fim das leis sociais do período anterior.
Houve ainda tentativas de insurreições, como a de Graco Babeuf, líder da Conspiração dos Iguais, que pretendia destituir o Diretório e aprofundar as reformas sociais da Revolução Francesa. Babeuf foi guilhotinado, ilustrando o domínio da burguesia no poder do Estado. As disputas internas e as guerras externas criaram as condições para o fortalecimento do exército e de um dos seus principais generais, Napoleão Bonaparte. Com a criação do Consulado em 1799, tinha início a época Napoleônica.
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* Crédito da Imagem: Magyar Elektronikus Könyvtar
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