A região Nordeste do Brasil é formada por nove estados e 54 milhões de habitantes. Subdivide-se em quatro outras regiões com base em critérios socioeconômicos e naturais.
A região Nordeste é uma das cinco grandes regiões brasileiras, sendo composta por nove estados. Sua extensão e posição geográfica confere a ela uma grande variedade de paisagens naturais que são regidas por climas como o tropical atlântico, o tropical típico, o semiárido e o equatorial e marcadas por biomas como a Mata Atlântica, a Caatinga e o Cerrado. Essa região tem relevo diverso formado principalmente por depressões e planaltos, sendo, ainda, banhada por rios como o São Francisco e o Parnaíba.
A economia nordestina é a terceira maior economia regional do Brasil, e suas atividades variam desde o cultivo de cana-de-açúcar e de commodities agrícolas até a montagem de automóveis e a indústria petroquímica nos polos industriais, como o de Camaçari, na Bahia. A Bahia, aliás, é o estado mais populoso da região, com 14 milhões de habitantes. Ao todo, são 54 milhões de pessoas que vivem na região Nordeste, quase 27% da população brasileira.
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A região Nordeste do Brasil é formada por nove estados.
É dividida em quatro sub-regiões com base em critérios naturais e socioeconômicos. São essas sub-regiões:
Zona da Mata;
Agreste;
Sertão;
Meio Norte.
A economia do Nordeste é a terceira maior economia regional do Brasil e apresenta desenvolvimento em todos os três setores.
O turismo, a indústria (automobilística, petroquímica, sucroalcooleira e têxtil) e a agricultura comercial estão entre as principais atividades econômicas da região.
Apresenta quatro diferentes tipos de clima, sendo eles duas variações do clima tropical (atlântico e típico); o semiárido, no interior; e o equatorial, na divisa com a Amazônia.
O relevo do Nordeste é heterogêneo, mas se observa o predomínio das depressões e dos planaltos, como a Depressão Sertaneja e a do São Francisco e o Planalto da Borborema.
Sua vegetação é formada pela flora da Mata Atlântica, no litoral, da Caatinga, do Cerrado e também da mata dos cocais, na transição com a Floresta Amazônica.
Entre os principais rios do Nordeste, estão: Parnaíba, São Francisco e Jaguaribe.
A população do Nordeste é 54.658.515 habitantes, a segunda maior população regional do Brasil. A Bahia é seu estado mais populoso, com 14 milhões de habitantes.
A riqueza cultural do Nordeste é derivada das populações indígenas, africanas e europeias, que estão na base da formação da população da região e do Brasil.
O Nordeste abrigou o primeiro centro econômico e político do Brasil durante o Período Colonial. Sua economia era baseada no cultivo da cana-de-açúcar.
Muitos dos problemas socioeconômicos e fundiários observados hoje na região são herança colonial. Soma-se a isso a seca na sub-região do Sertão.
Estados e capitais da região Nordeste |
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Estado |
Capital |
Alagoas |
Maceió |
Bahia |
Salvador |
Ceará |
Fortaleza |
Maranhão |
São Luís |
Paraíba |
João Pessoa |
Pernambuco |
Recife |
Piauí |
Teresina |
Rio Grande do Norte |
Natal |
Sergipe |
Aracaju |
A região Nordeste é uma das cinco grandes regiões brasileiras. Ela é formada por nove estados que, juntos, têm área de 1.552.167 km². Com isso, é a região com maior número de unidades federativas do território brasileiro. Ao norte e a leste, o Nordeste do Brasil é banhado pelo oceano Atlântico, limitando-se a oeste pelos estados do Pará, Tocantins e Goiás, e ao sul por Minas Gerais. A seguir, confira as principais características dessa importante região brasileira.
A região Nordeste é detentora de uma grande variedade de paisagens naturais, o que, por si só, permite com que se faça a delimitação de sub-regiões. Para além das características fisiográficas, a subdivisão dessa região foi feita, ainda, com base em critérios sociais e econômicos. Dessa maneira, são quatro as sub-regiões do Nordeste brasileiro:
Agreste: é uma faixa de transição entre o litoral, uma região úmida, e o Sertão, de clima seco. É formada pelos mesmos estados da Zona da Mata.
Sertão: sub-região no interior do Nordeste que apresenta clima semiárido e vegetação formada pela Caatinga. É formada por oito estados.
Meio Norte: fica entre o Sertão e a Amazônia, sendo, portanto, uma faixa de transição entre uma região seca e outra região úmida brasileira. Formada pelo Maranhão e pelo Piauí apenas.
A região Nordeste detém a terceira maior economia regional do território brasileiro. O estado da Bahia, por sua vez, ocupa a sétima colocação no ranking das principais economias estaduais do país. Por causa de questões históricas e também naturais, principalmente do clima, a região Nordeste apresenta uma economia bastante diversificada que se apoia em todos os três setores. A forma como a sua participação acontece, no entanto, varia conforme a sub-região.
O litoral nordestino, na Zona da Mata, é a área de maior dinamismo econômico da região. Ela é formada pelos principais polos industriais do Nordeste, os polos de Camaçari (BA) e o complexo industrial do Porto de Suape (PE). Em ambos se realizam a montagem de automóveis, a geração de energia eólica, a siderurgia, a metalurgia e a produção de combustíveis, os quais são derivados da cana-de-açúcar ou do petróleo. Na cidade baiana mencionada fica, também, um importante ramo da indústria petroquímica nordestina.
A exploração petrolífera é outra atividade econômica desenvolvida na região Nordeste, destacando-se as bacias do Recôncavo Baiano e de Sergipe-Alagoas.
Ainda em se tratando de matérias-primas para a produção de combustíveis, é na Zona da Mata que se concentram as principais lavouras de cana-de-açúcar da região, as quais são a base da cadeia produtiva sucroalcooleira. A atividade pesqueira, o que inclui desde peixes até frutos do mar, como o camarão, e também produção de sal, concentrada no Rio Grande do Norte, são atividades desenvolvidas no litoral nordestino.
Nas áreas de clima mais seco, como no Agreste e no Sertão, a agricultura dá lugar, gradativamente, para a pecuária bovina e caprina. É importante ressaltar, no entanto, que existe uma parte do interior do Nordeste, que abrange o oeste da Bahia, o norte do Piauí e o leste do Maranhão, em que se desenvolve a agropecuária.
Essas áreas foram consideradas uma fronteira agrícola em expansão entre a década de 1970 e 1980, quando o agronegócio lá se instalou. Atualmente elas são grandes produtoras de soja, milho e algodão, commodities destinadas, principalmente, para o comércio internacional. Fica também no Agreste o polo industrial têxtil do Nordeste, mais precisamente no estado de Pernambuco.
A agroindústria da soja, principalmente, se estende também para o Meio Norte. Essa é uma região caracterizada pela exploração mineral e pelo extrativismo vegetal, sendo uma importante área produtora de coco-babaçu, cujo óleo é amplamente utilizado na indústria de cosméticos, e carnaúba, também presente em estados do Sertão e da qual é extraída uma cera de aplicação diversa: desde cosméticos até vernizes.
Por fim, o turismo é a base da economia de muitas cidades nordestinas, não se restringindo apenas ao litoral. A variabilidade cultural e natural encontrada nessa região é o que chama a atenção de turistas brasileiros e estrangeiros, com destinos muito conhecidos, como Maragogi (AL), Lençóis Maranhenses (MA), Jericoacoara (CE), Porto de Galinhas (PE), Salvador (BA) e o Parque Nacional da Serra da Capivara (PI).
O clima da região Nordeste é diverso e varia conforme a área que estamos analisando. Isso porque, como antecipamos, existem inúmeros fatores atuando na região, desde a maritimidade até o relevo e a latitude, que proporcionam ao menos quatro diferentes tipos de clima:
A região Nordeste tem relevo bastante heterogêneo, modelado principalmente pela ação dos ventos, sobretudo no interior, e também da água. As formas de relevo encontradas naquela região são:
A diversidade de climas proporcionou à região Nordeste o desenvolvimento de um conjunto distinto de vegetações que variam conforme a disponibilidade hídrica, o tipo de solo e as temperaturas. Assim sendo, são vegetações encontradas no Nordeste brasileiro:
Mangues, na Zona da Mata e no litoral norte da região.
Savanas, que constituem tanto a Caatinga quanto o Cerrado. Estendem-se pelo Agreste, pelo Serão e por parte do Meio Norte.
Mata dos cocais, sendo essa vegetação uma transição entre a Caatinga (Sertão) e a Floresta Amazônica. Presente na sub-região do Meio Norte.
Por causa da variação climática, o regime hídrico dos principais rios da região Nordeste varia. Existem rios intermitentes, isto é, que secam durante o período de estiagem, como é o caso de um amplo conjunto de cursos d’água que integram a bacia hidrográfica do rio Parnaíba, no Sertão. Um deles é o rio Jaguaribe, considerado o maior rio intermitente do Brasil. Há, também, extensos rios perenes que são os responsáveis pelo fornecimento de água para milhões de pessoas, a exemplo dos rios São Francisco, Paraíba, Capibaribe, Mearim e Parnaíba.
A região Nordeste do Brasil tem uma população de 54.658.515 habitantes, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE realizado em 2022. Essa é a segunda região mais populosa do território nacional, representando 26,7% da população brasileira. A sua densidade demográfica é de 35,21 hab./km², mas a distribuição populacional se dá de maneira desigual. Os moradores do Nordeste se concentram principalmente na Zona da Mata. Além disso, a Bahia é o estado mais populoso da região, com 14,1 milhões de habitantes.
Apesar de ter experimentado aumento da sua população nos últimos anos, o Nordeste tem seguido a tendência nacional de desaceleração do crescimento populacional, tendo sido de apenas 0,24% ao ano entre censos. Considerando a situação domiciliar dos nordestinos, atualmente quase 78% vivem nas cidades, e uma parcela de 22,3% vive no meio rural.
Na tabela a seguir, veja como se distribui a população do Nordeste por estado.
População da região Nordeste por estado |
|
Estado |
População |
Alagoas |
3.127.683 |
Bahia |
14.141.626 |
Ceará |
8.794.957 |
Maranhão |
6.776.699 |
Paraíba |
3.974.687 |
Pernambuco |
9.058.931 |
Piauí |
3.271.199 |
Rio Grande do Norte |
3.302.729 |
Sergipe |
2.210.004 |
Fonte: IBGE, 2022.
A cultura da região Nordeste é bastante rica e diversa, sendo ela o resultado da fusão entre os elementos culturais indígenas, africanos e europeus. Tais influências são percebidas em diferentes tipos de manifestações e símbolos culturais, em especial as festas populares, como a Festa de Iemanjá, o Encontro Nacional de Folguedos, a Festa de São João e o Carnaval. Entre as danças típicas da região Nordeste, e que podem ser apreciadas durante as celebrações, estão o frevo, o maracatu, a capoeira e o forró.
O artesanato é, também, uma importante forma de manifestação cultural no Nordeste. Os artesãos se utilizam de matérias-primas obtidas localmente, como areia, madeira, fibras, conchas e couro, para a fabricação de um extenso conjunto de itens, como colchas, redes, instrumentos musicais, jarras, moringas de barro, bordados e rendas.
Ainda em se tratando da arte, a literatura e a música nordestinas são apreciadas não somente no Brasil, mas também no mundo. Muitos autores consagrados brasileiros têm suas origens no Nordeste, como Jorge Amado, Graciliano Ramos e Ariano Suassuna. Na música, destacam-se nomes como Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Gal Costa, Dominguinhos, Elba Ramalho, Alcione e Raul Seixas.
Outro aspecto muito conhecido da cultura nordestina é a sua gastronomia, com pratos tradicionais como o baião de dois, a buchada de bode, o acarajé, o cuscuz e o bolo de rolo.
A região Nordeste, muito antes da chegada dos colonizadores europeus, era habitada pelos povos originários do Brasil. Atualmente, existem 238 etnias indígenas na região, com uma população que é de quase 530 mil pessoas, a segunda maior população indígena do país. Retomando o passado histórico, a chegada dos colonizadores portugueses ao litoral baiano, no início do século XVI, transformou o Nordeste no centro político e econômico do Brasil Colônia, que tinha como capital a cidade de Salvador, na Bahia.
Além da exploração do pau-brasil, lá foram implementados os primeiros engenhos de açúcar brasileiros. Essas propriedades se utilizavam da mão de obra escravizada dos africanos e eram baseadas no latifúndio e na monocultura. A organização social e econômica do Nordeste durante o Período Colonial, que depois se difundiu para outras regiões, está na origem de uma série de problemas estruturais observados atualmente na região.
O plantio de cana-de-açúcar se desenvolveu na região Nordeste em conjunto com a cultura do algodão, muito utilizado para a confecção de roupas. As lavouras algodoeiras se expandiram ainda mais por meio das invasões holandesas, na primeira metade do século XVII, destacando-se a sua atuação em Pernambuco e no Maranhão.
Mais tarde, no século XVIII, o algodão teve um crescimento repentino na demanda internacional por causa da Guerra de Secessão nos Estados Unidos, país que, até então, era o principal fornecedor dessa matéria-prima. No interior do Nordeste, nas áreas recobertas pelo Cerrado e pela Caatinga, a atividade econômica predominante era a pecuária extensiva.
A história do Nordeste é marcada, ainda, por uma série de revoltas e levantes populares que visavam reivindicar tanto melhores condições sociais para a população local quanto a emancipação política territorial.
Algumas das revoltas populares no Nordeste foram:
Revolta de Beckman (1684);
Revolta dos Mascates (1710-1711);
Conjuração Baiana (1798);
Revolução Pernambucana (1817);
Revolta dos Malês (1835);
Guerra de Canudos (1896-1897).
A partir da segunda metade do século XX, o Nordeste vivenciou a expansão da fronteira agrícola e a instalação do agronegócio no Cerrado. A produção de monocultivos (desta vez de soja, milho e algodão) em latifúndios foi mantida como a base dessa atividade econômica, assim como o envio da produção para o mercado externo. Ao mesmo tempo, na região da Zona da Mata prosperava a indústria.
Somados a estrutura fundiária desigual e os problemas socioeconômicos, comuns em diversas regiões do Brasil, o interior da região Nordeste conviveu e convive com longos períodos de estiagem e com o problema das secas, que, mais do que uma questão natural, se tornaram uma questão política.
Fontes
CÂMARA, Agnelo. Nordeste tem a segunda maior população indígena do País, aponta Sudene. Agência Gov, 16 abr. 2025. Disponível em: https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202504/nordeste-tem-a-segunda-maior-populacao-indigena-do-pais-e-registra-avanco-em-identidade-etnica-aponta-sudene.
IBGE. Panorama do Censo 2022. Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/.
IBGE Educa. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/.
ROSS, Jurandyr L. Sanches. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2019. 6 ed. 3 reimp. (Didática; 3).