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Furacão, tornado, ciclone e tufão

A diferença entre furacão, tornado, ciclone e tufão é: ciclones se formam sobre oceanos; tornados, sobre terra firme; tufão e furacão são tipos de ciclones; tornados são menores que ciclones, porém, mais intensos.

Quadro com diferenças entre furacão, tornado, ciclone e tufão. Ciclones, furacões e tufões se formam sobre oceanos; tornados, sobre terra firme. (Créditos: Isa Galvão | Escola Kids)

Furacão, tornado, ciclone e tufão são fenômenos atmosféricos que causam mudança brusca nas condições do tempo, com ventos intensos e tempestades de alto potencial destrutivo. Entretanto, é muito importante considerar que ciclones, incluindo furacões e tufões, e tornados são ocorrências distintas, com processo de origem, tempo de duração e estruturas diferentes.

Em linhas gerais, os ciclones se formam sobre os oceanos. Quando seus ventos ultrapassam a velocidade de 119 km/h, a depender da área em que se desenvolveram, eles são chamados de furacão ou de tufão. Os tornados são menores, em diâmetro, que os ciclones, mas não menos intensos. Eles se formam a partir de nuvens de tempestade sobre o continente, e podem registrar ventos de 500 km/h. No texto a seguir, conheça todos os aspectos que diferenciam os ciclones dos tornados.

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Resumo sobre furacão, tornado, ciclone e tufão

  • Furacão, tornado, ciclone e tufão são fenômenos caracterizados por ventos fortes que se movimentam em torno de um centro de baixa pressão, além da ocorrência de tempestades.
  • O que os diferencia é a área de formação e a velocidade dos ventos.
  • Ciclone é um nome genérico para um sistema atmosférico formado em torno de um centro de baixa pressão sobre os oceanos. 
  • Os ciclones podem se originar na zona intertropical (ciclone tropical) ou fora dela (ciclone extratropical).
  • Os ciclones são chamados de furacões quando formados sobre as águas do Atlântico Norte e do Pacífico Leste com ventos de velocidade maior que 119 km/h.
  • Os ciclones são chamados de tufões quando formados sobre as águas do Pacífico Oeste e do Oceano Índico com ventos de velocidade maior que 119 km/h.
  • Furacão e tufão, portanto, são tipos de ciclones tropicais que se formam em áreas diferentes.
  • Tornado é um sistema atmosférico gerado em torno de um centro de baixa pressão que se origina sobre terra firme a partir de nuvens de tempestade.
  • Os tornados são menores do que os ciclones, e podem ter maior intensidade.
  • Não é possível dizer se um ciclone é mais perigoso que um tornado, ou vice-versa, sem conhecer aspectos da área afetada, como a presença de população e infraestrutura.

Videoaula sobre furacão, tornado, ciclone e tufão

Diferenças entre furacão, tornado, ciclone e tufão?

Os termos furacão, tornado, ciclone e tufão certamente soam parecidos, e alguns deles até são usados para fazer referência ao mesmo tipo de fenômeno atmosférico. No entanto, podemos afirmar que eles têm em comum os ventos intensos e a ocorrência de tempestades por onde passam. Entretanto, existem diferenças importantes de serem destacadas para que saibamos fazer a identificação correta de cada um deles.

Ciclone é um nome genérico que é dado ao sistema atmosférico que se forma em torno de um centro de baixa pressão sobre os oceanos. Ele origina ventos de alta velocidade e nuvens altas de tempestade. Seu desenvolvimento acontece tanto em áreas tropicais (ciclones tropicais) quanto fora delas (ciclones extratropicais), com a condição de que a temperatura das águas seja superior a 24º C. A área de formação de um ciclone e a velocidade dos seus ventos pode fazer com que ele seja classificado como um furacão ou um tufão. Portanto, furacões e tufões são tipos de ciclones.

Os ciclones, e aqui incluímos os furacões e os tufões, formam enormes células de tempestade com diâmetro variando de 200 a 1.000 quilômetros. Elas se deslocam sobre os oceanos e atingem os continentes, tendo alto potencial para causar estragos de acordo com a velocidade dos ventos. À medida que avançam, as tempestades perdem força, e o ciclone se dissipa. O tempo que esse processo demora pode variar entre dias e semanas.

Os furacões são tipos de ciclones. Na imagem, o furacão Lee nas águas do oceano Atlântico.

Furacão é um tipo de ciclone que se forma na região dos trópicos, mais precisamente sobre as águas da porção norte do oceano Atlântico e no leste do oceano Pacífico. Por isso, é chamado também de ciclone tropical ou tempestade tropical. Para que um ciclone seja classificado como furacão, entretanto, é preciso que a velocidade dos seus ventos seja maior do que 119 km/h. É comum de acontecer nos países da América Central e no Caribe, subindo para a costa leste da América do Norte, onde afeta o México e os Estados Unidos. Quando se formam no Pacífico Leste, afetam o estado do Havaí e a costa oeste da América do Norte.

Tufão também é um tipo de ciclone que se forma na região dos trópicos. Entretanto, eles se origina sobre as águas do oceano Índico e do oeste do oceano Pacífico. Da mesma maneira como os furacões, as tempestades tropicais são classificadas como tufões quando a velocidade de seus ventos supera o limite de 119 km/h. Os tufões afetam principalmente os países do continente asiático, como Japão, China, Indonésia, Tailândia, Malásia, Filipinas, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Vietnã.

Tufão também é um tipo de ciclone. Na imagem o tufão Dianmu, no oceano Pacífico, próximo às Filipinas.

Já o tornado é um sistema de ventos que se movimenta em alta velocidade em torno de um centro de baixa pressão atmosférica. Os tornados se formam sobre o continente, isto é, sobre terra firme. Esse é o principal aspecto que diferencia os tornados dos ciclones. Além do mais, eles têm origem a partir da base de uma nuvem de tempestade. O funil, que é a estrutura principal do tornado, é o que liga a nuvem ao solo.

Os tornados se formam sobre terra firme. Na imagem, fotos em sequência mostram a evolução de um tornado no Kansas (EUA).[1]

Os ventos de um tornado têm velocidade que varia entre menos de 115 km/h, sendo classificados como fracos, e mais de 400 km/h, que são tornados muito intensos e com alto potencial de destruição. É, ainda, um fenômeno rápido, que tem duração de minutos a algumas horas. As dimensões de um tornado também são menores do que as que conhecemos para os ciclones. O diâmetro do funil de um tornado varia de 100 metros até 2 quilômetros.

Saiba mais: Por que é tão difícil um furacão atingir o Brasil?

Exemplos de furacão, tornado, ciclone e tufão

  • Exemplos de furacão

O furacão Katrina é um dos principais exemplos desse tipo de fenômeno. Ele se formou no Atlântico Norte no final de agosto de 2005, com ventos que ganharam velocidade e saltaram de 120 km/h para mais de 257 km/h. Os efeitos mais destrutivos do furacão Katrina aconteceram na região do Golfo do México, que banha o sudeste dos Estados Unidos. A cidade de Nova Orleans, capital do estado da Louisiana, foi uma das mais atingidas. O Mississípi e a Flórida também sofreram com os ventos intensos e as tempestades do Katrina.

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 O Katrina foi um dos furacões mais destrutivos da história dos Estados Unidos.[2]

Mais intenso do que o Katrina foi o furacão Patrícia que aconteceu em 2015, portanto, uma década mais tarde. Considerado o maior furacão formado no Ocidente, a intensidade do furacão Patrícia foi comparada à de uma bomba atômica. Os ventos do Patrícia chegaram a 345 km/h quando estava a uma distância de cerca de 400 km da costa do México. Quando atingiu o país, as principais áreas afetadas foram comunidades rurais pouco populosas, onde danificou a vegetação, as residências e provocou a morte de 6 pessoas. Houve danos, também, em El Salvador, na Guatemala e no estado do Texas (EUA).

  • Exemplos de tornado

O tornado de Bridge Creek-Moore aconteceu no ano de 1999, no estado de Oklahoma, nos Estados Unidos. Seus ventos atingiram a velocidade de 512 km/h e, por isso, ele é considerado o tornado mais intenso do mundo. Aliás, existe uma região no território estadunidense que é conhecida como Corredor de Tornados (Tornado Alley, em inglês), que é a área mais propensa à formação desse fenômeno. Nela há o encontro frequente de massas de ar com características opostas, o que condiciona a formação de tempestades e ventos intensos. O estado do Oklahoma e outros oito estão situados nessa rota.

Os ventos dos tornados podem superar 500 km/h, como aconteceu em Oklahoma em 1999.

Em se tratando do número de mortos e feridos, o pior tornado da história recebeu o nome de Daulatpur-Saturia. Ele aconteceu em 1989 no distrito de Manikganj, em Bangladesh, e deixou mais de 1.300 mortos e 12 mil feridos em um trajeto de 80 quilômetros. Mais de 80 mil pessoas perderam suas casas na ocasião.

  • Exemplos de ciclone

O Catarina é um exemplo de ciclone. Ele foi o primeiro fenômeno de tamanha força a atingir o Brasil, tendo ocorrido no ano de 2004. Existe um debate entre cientistas sobre a sua classificação: por ter se formado fora dos trópicos, alguns o chamam de ciclone extratropical. No entanto, muitos defendem sua classificação como furacão por causa da velocidade dos ventos. De toda forma, o Catarina foi um ciclone que atingiu o estado de Santa Catarina e o norte do Rio Grande do Sul com ventos de até 155 km/h que deixaram 11 pessoas mortas e mais de 26 mil desabrigadas.

Observe, na imagem abaixo, a chegada do ciclone Catarina à costa sul do Brasil:

O ciclone Catarina foi o primeiro dessa intensidade a atingir o Brasil.
  • Exemplos de tufão

O tufão Haiyan (ou Iolanda), classificado como um supertufão, é um exemplo desse tipo de ciclone. Ele se formou no Pacífico Norte no ano de 2013, tendo atingido o continente asiático com ventos de 314 km/h. As Filipinas foram o país mais afetado pelas drásticas consequências desse tufão, que provocou grandes inundações e a destruição de edificações e da rede de infraestrutura. Além desse país, as Ilhas Carolinas, Palau, Taiwan, Vietnã e a China foram atingidos pelos ventos fortes e tempestades do tufão Haiyan. Mais de 6 mil pessoas perderam a vida, e cerca de 28 mil ficaram feridas.

Destruição causada pela passagem do tufão Haiyan nas Filipinas.[3]

Outro tufão de grandes proporções que é descrito como um dos ciclones tropicais mais intensos de que se tem registro é o tufão Tip. Ele se formou no Pacífico Oeste próximo da Micronésia, um pequeno país insular, no ano de 1979. A estrutura do Tip chegou a 2.220 km de diâmetro. Para ter melhor ideia do quão grande esse tufão foi, pense que ele cobriria a metade de toda a superfície dos Estados Unidos. No entanto, o Tip afetou parte das ilhas do Pacífico, as Coreias e o Japão. Ao chegar em território japonês, seus ventos já não apresentavam tanta intensidade, e ele foi rebaixado de tufão para tempestade tropical. O número de fatalidades provocada pelo Tip foi 99.

  • Videoaula sobre tufão

Qual é o mais perigoso, furacão, tornado, ciclone ou tufão?

Essa é uma pergunta que não tem resposta definida. Não é possível afirmar que um desses fenômenos é mais perigoso do que o outro, pois o risco que eles oferecem depende de um conjunto de fatores, como:

  • a velocidade dos ventos;
  • a dimensão das células de tempestade;
  • o tempo de deslocamento;
  • a rota ou o caminho previsto;
  • as características das áreas afetadas.

O último fator é o mais importante deles e nos auxilia a determinar a periculosidade de um ciclone ou de um tornado. Tomemos como exemplo o furacão Patrícia, que apresentamos acima. Ele foi comparado a uma bomba atômica por causa da sua intensidade. Apenas por essa caracterização, poderíamos dizer se tratar de um evento extremamente perigoso. Contudo, ele atingiu áreas pouco povoadas, e o risco que ofereceu foi baixo. O furacão Katrina, por sua vez, foi menos intenso, mas ocasionou mais de 1.800 mortes e prejuízo de 125 bilhões de dólares em danos.

Dessa forma, o que determina se um ciclone ou um tornado é perigoso ou não são, principalmente, os aspectos das áreas afetadas, o que inclui: tamanho da população, presença de infraestrutura, concentração de residências, presença de árvores e outros elementos.

Créditos das imagens

[1] Wikimedia Commons

[2] Wirestock Creators/ Shutterstock

[3] Wikimedia Commons

Fontes

CPTEC. Princípios de Meteorologia e Meio Ambiente. Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos – CPTEC, [s.d.]. Disponível em: https://www.cptec.inpe.br/glossario.shtml#19.

DOWLING, Stephen; GERRETSEN, Isabelle; GRAY, Richard; LATHAM, Katherine; TIMPERLEY, Jocelyn. Katrina to Erin: The most extreme hurricanes in history. BBC, 21 ago. 2025. Disponível em: https://www.bbc.com/future/article/20250820-the-worst-hurricanes-in-history-in-pictures.

MARTINS, Samantha. Como se formam os tornados? Meteorópole, 12 nov. 2011. Disponível em: https://meteoropole.com.br/2011/11/como-se-formam-os-tornados/.

MCGARRITY, Shawn. Remembering Typhoon Tip: The Most Intense Tropical Cyclone on Record. Weather Works, 09 out. 2024. Disponível em: https://weatherworksinc.com/news/remembering-typhoon-tip.

NATIONAL WEATHER SERVICE. Saffir-Simpson Hurricane Scale. National Weather Service, [s.d.]. Disponível em: https://www.weather.gov/mfl/saffirsimpson.

NOAA. Severe Weather 101 – Tornado Basics. Disponível em: https://www.nssl.noaa.gov/education/svrwx101/tornadoes/.

NOAA. What is a hurricane? NOAA, [s.d.]. Disponível em: https://oceanservice.noaa.gov/facts/hurricane.html.

PEIXOTO, Roberto. Por que furacões são extremamente raros no Brasil? G1, 04 jul 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/ciencia/noticia/2024/07/04/por-que-furacoes-sao-extremamente-raros-no-brasil.ghtml.

REDAÇÃO. Como Patricia se transformou em furacão 'nuclear' em questão de horas. BBC, 23 out. 2015. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151023_furacao_patricia_intensidade_cc.

ROCHA, Júlio. O que são furacões? Invivo, 30 nov. 2021. Disponível em: https://www.invivo.fiocruz.br/cienciaetecnologia/o-que-sao-furacoes/.

Por Paloma Guitarrara

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