Pretérito mais-que-perfeito: aprenda a identificar e a usar esse tempo verbal!
Assim que iniciamos as primeiras séries do Ensino Fundamental, entramos em contato com a leitura e com a escrita, adquirimos nossos primeiros conhecimentos e, quando já temos alguma intimidade com as letras, somos apresentados aos verbos e aos seus tempos verbais.
Todos nós aprendemos que os verbos são conjugados nos seguintes tempos verbais: passado, presente e futuro. Aprendemos ainda que os verbos, quando conjugados no pretérito, podem estar no pretérito imperfeito, pretérito perfeito e pretérito mais-que-perfeito. Essas divisões do tempo pretérito costumam gerar dúvidas, pois nem sempre sabemos classificar os verbos adequadamente. Então, vamos à explicação.
Primeira pergunta: Por que o pretérito mais-que-perfeito tem esse nome? Seria porque ele é mais perfeito do que os outros? A resposta é não. O pretérito mais-que-perfeito é mais-que-perfeito porque indica uma ação do passado que aconteceu antes do pretérito perfeito. No pretérito perfeito, a ação acontece em um momento determinado do passado. Observe os exemplos:
A bola entrou quando o árbitro apitou. (pretérito perfeito) Quando o árbitro apitou, a bola já entrara. (pretérito mais-que-perfeito = a bola já havia entrado). Quando a professora começou a explicação, Ana chegou. (pretérito perfeito) Quando Ana chegou, a professora já começara a explicação. (pretérito mais-que-perfeito = já havia começado). |
O pretérito perfeito indica um momento determinado do passado: “... o árbitro apitou”.
O pretérito mais-que-perfeito indica um momento antes do pretérito perfeito: “... a bola já entrara.”
Observe um exemplo do uso do pretérito mais-que-perfeito na letra da música “Super-Homem – A canção”:
... quem dera, pudesse todo homem compreender Oh! Mãe, quem dera... Minha porção mulher que até então se resguardara... |
Resguardara, verbo retirado da letra da canção, pode ser substituído pela locução verbal “havia se resguardado”, e geralmente é o que fazemos na fala e na escrita. Você já observou que evitamos usar o pretérito mais-que-perfeito? Quando queremos nos referir a um tempo anterior ao pretérito perfeito, preferimos utilizar uma locução verbal correspondente e isso acontece porque ficamos em dúvida sobre como conjugar o verbo adequadamente. O uso do pretérito mais-que-perfeito costuma ficar restrito a textos formais, podemos frequentemente encontrá-lo também na linguagem literária. Espero que você tenha aprendido mais sobre esse tempo verbal tão peculiar!
Por Luana Castro
Graduada em Letras