Uso do hífen

O uso do hífen ocorre em algumas palavras compostas da língua portuguesa. O hífen também é usado em palavras que têm prefixos. O hífen é um traço que liga os diferentes elementos de uma palavra, formando novas palavras. Ele não pode ser usado em palavras compostas que já são escritas juntas, ou quando existe um elemento de ligação entre elas, como uma preposição.

Leia também: Como ficou a acentuação das palavras após o acordo ortográfico

Resumo sobre uso do hífen

• O uso do hífen na língua portuguesa serve para ligar diferentes elementos e formar novas palavras.
• O hífen é um traço usado em algumas palavras compostas, como “segunda-feira” e “guarda-chuva”.
• Ele também é usado com alguns prefixos, como “micro-ondas” e “pré-história”.
• O hífen não pode ser usado em palavras compostas que são escritas juntas, como “girassol” e “pontapé”, ou quando há um elemento de ligação, como “fim de semana” e “dia a dia”.
• Também não é usado quando o prefixo está em harmonia com a palavra, como “desleal” ou “autoescola”.
• Hífen, meia-risca e travessão são diferentes traços que, além de ter cada um o seu tamanho, também desempenham diferentes funções.

Videoaula sobre hífen

Quando usar o hífen?

O hífen é um traço que une partes de uma palavra para formar esse vocábulo novo ou deixar a leitura mais clara. Veja algumas situações em que é obrigatório usar o hífen:

• Para formar palavras compostas

Algumas palavras compostas são escritas com hífen por serem formadas por palavras diferentes. Assim, essas palavras diferentes se unem pelo traço do hífen para formar uma palavra nova. Exemplos:

guarda-roupa

sexta-feira

abre-alas

• Com alguns prefixos

Prefixos são pequenas partes que podem aparecer antes do radical da palavra. Algumas vezes, o prefixo se une ao resto da palavra por meio do hífen. Geralmente, isso acontece quando:

• a última letra do prefixo é a mesma letra com que começa a palavra à qual ele se liga;
• ou quando essa palavra começa com H.

Exemplos:

micro-ondas

anti-inflamatório

super-homem

• Para unir verbo e pronome oblíquo

Às vezes, o pronome oblíquo aparece no meio do verbo ou ao final dele. Nesses casos, o hífen é usado para juntar os dois. Exemplos:

falar-nos-emos

viram-se

conte-me

Veja também: Quais elementos fazem parte da estrutura dos verbos?

Quando não usar o hífen?

Há algumas situações, porém, em que o hífen não é necessário. Veja algumas delas.

• Palavras compostas escritas juntas

Algumas palavras compostas já são escritas completamente juntas, então não é necessário hífen. Exemplos:

girassol

pontapé

planalto

• Palavras compostas com elemento de ligação

Algumas palavras compostas têm um elemento de ligação entre elas, como uma preposição. Exemplos:

fim de semana

dia a dia

pé de moleque

• Prefixos diretamente ligados ao radical

Quando os prefixos se ligam ao radical sem atrapalhar a leitura, também não é preciso hífen. Exemplos:

infeliz

autoescola

rever

Uso obrigatório do hífen

O hífen é obrigatório em algumas palavras, como você viu nos tópicos anteriores, pois ele ajuda a destacar os elementos que as compõem, tornando a leitura delas mais fluida e menos confusa. Alguns prefixos, por exemplo, levam hífen obrigatoriamente, como é o caso de além-, recém-, ex-, pré-, pós-, vice-:

além-mar

recém-nascido

ex-namorado

pré-histórico

pós-graduação

vice-presidente

Também é obrigatório quando o prefixo se une a uma palavra iniciada por H:

anti-horário

super-herói

Além disso, é obrigatório quando “bem” e “mal” unem-se a uma palavra que começa por vogal ou por H:

bem-humorado

mal-estar

Hífen no acordo ortográfico

Há muitos anos, foi estabelecido um Acordo Ortográfico entre os países falantes de língua portuguesa para padronizar a escrita do português entre eles. Esse acordo está vigente no Brasil desde 2009. As novas regras ortográficas alteraram a escrita de algumas palavras, e o uso do hífen foi bastante afetado por esse acordo, como você viu nos tópicos anteriores. Em alguns casos, o hífen deixou de ser usado (como em “fim de semana”). Já em outros, ele passou a ser adotado (como em “micro-ondas”).

Lista de palavras com hífen

A seguir, veja algumas palavras escritas com hífen:

Hífen, meia-risca e travessão

Na escrita, há três traços que têm tamanhos e usos diferentes:

• hífen ( - )
• meia-risca ( – )
• travessão ( — )

O hífen é mais curto e usado para ligar elementos das palavras. Exemplo: pega-pega. A meia-risca é um traço intermediário, usado para indicar intervalos numéricos ou para conectar dois elementos que são ideias ou nomes. Exemplo: Rita Lee (1947–2023) foi uma cantora brasileira. Já o travessão é um traço maior, usado para marcar falas em diálogos ou para indicar interrupções dentro de uma frase, com valor parecido ao de parênteses.

Veja:

O diretor — que estava ausente na semana passada — convocou todos para a reunião. Entrou na sala dizendo:

— Espero que estejam todos bem. Vamos começar a reunião.

E assim começamos.

Saiba mais: Como usar corretamente os sinais de pontuação

Exercícios resolvidos sobre uso do hífen

Questão 1

Qual das alternativas apresenta uma função do hífen?

A) Indicar uma pausa mais longa que a da vírgula.

B) Introduzir fala em diálogos de forma direta.

C) Unir palavras ou separar prefixos em compostos.

D) Marcar intervalos numéricos.

Resposta

Alternativa C. O hífen é usado para unir elementos a fim de formar uma palavra ou de separar os prefixos de palavras compostas.

Questão 2

Qual das palavras abaixo é escrita com hífen segundo as regras de gramática?

A) conta-gotas

B) cão-de-guarda

C) pre-ocupado

D) dia-a-dia

Resposta

Alternativa A. A palavra “conta-gotas” é composta sem elementos de ligação, então é unida por hífen.

Fontes

AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.