A linguagem moderna: Clique e conheça um pouco mais sobre o internetês!
Vc sabe o q eh internetês? Naum? Entaum tá na hra de aprender + sobre esse assunto! =)
Se você acha que não sabe o que é internetês, mas conseguiu ler as orações acima sem nenhuma dificuldade, acaba de descobrir que não só sabe como provavelmente também o usa! Quem nunca apelou para a abreviação das palavras durante um bate-papo virtual, hein? Aposto que você já precisou eliminar letras, sílabas inteiras e até mesmo a acentuação de alguns vocábulos na hora de conversar nos ambientes virtuais, tudo isso para deixar a comunicação mais dinâmica e mais parecida com nossas conversas da modalidade oral.
Essa linguagem simplificada e informal chamada internetês surgiu no ambiente da Internet, lá nos anos 1990. Sua principal função é conferir dinamismo às conversas. Para isso, inventamos uma sintaxe meio maluca, ignoramos as regras ortográficas e abusamos dos “emoticons” ( ), que servem para traduzir em símbolos a maneira como nos sentimos, já que a escrita não conta com os mesmos recursos de expressividade disponíveis na oralidade. Veja alguns exemplos de internetês:
Emoticons |
Acrônimos |
Abreviações |
Ortografia adaptada |
:) |
Rs (risos) |
Qdo (quando) |
Kdê (cadê) |
;) |
Lol (laughing out loud ou rindo muito) |
Tbm (também) |
Axo (acho) |
:/ |
Tks (thanks ou obrigado) |
Vc (você) |
Naum (não) |
;* |
Blz (beleza) |
Tdo (tudo) |
Eh (é) |
Criamos alternativas inteligentes para nos comunicarmos com rapidez e, ao mesmo tempo, diminuir a distância e a impessoalidade dos diálogos travados nos ambientes virtuais. Ótimo, não? Sim, mas há controvérsias... Apesar de ser uma linguagem muito útil em nosso dia a dia, o internetês deve ficar restrito à internet. Existe um princípio chamado de “adequação linguística” que nos mostra a importância de utilizar adequadamente (ou seja, respeitando o contexto comunicacional) os diferentes registros da língua portuguesa. Assim como não falamos com nossos pais como falamos com nossos colegas de escola, e vice-versa, não devemos também permitir que o internetês invada uma praia que não é a dele, isto é, não devemos permitir que ele “contamine” a escrita de textos que exijam a adequação à norma culta da língua.
Escrever fazendo uso de siglas, abreviaturas e emoticons tornou-se um hábito tão corriqueiro que, às vezes, nem notamos que estamos fazendo uso de uma linguagem que deveria ficar restrita à internet. O internetês é um fenômeno interessante, mas deve ser tratado como uma linguagem grupal (tipo de língua utilizado por grupos específicos: note que a maioria dos adeptos do internetês são crianças e jovens) e adequada apenas para contextos específicos. Na escola e na vida profissional, devemos priorizar nos textos escritos a norma culta, variedade que deve ser aprendida e preservada. Respeitar as variações linguísticas é fundamental, assim como é fundamental escolher a variedade adequada para cada situação, certo?
Por Luana Castro
Graduada em Letras