As funções do “que” são diversas. Ele pode ser um advérbio, pronome, substantivo, conjunção, interjeição ou preposição. Também pode ser usado para enfatizar ou realçar uma ideia.
As funções do “que” são as seguintes: advérbio (de intensidade), conjunção (coordenativa ou subordinativa), pronome substantivo, pronome adjetivo, pronome interrogativo, pronome relativo, substantivo, interjeição e preposição. Além dessas funções, o “que” também pode ser uma partícula expletiva, isto é, um termo usado para enfatizar uma ideia.
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O “que” pode ter função de advérbio de intensidade. Nesse caso, ele tem o mesmo sentido da palavra “quão”.
Que divertido foi o dia!
O “que” pode ser usado como conjunção coordenativa para ligar orações coordenadas. Assim, ele pode ser utilizado para:
Quero que quero aquele doce ali.
Não chore, que ela está bem.
Todo sonho, que não o meu, é impossível.
O “que” também pode ser usado como conjunção subordinativa para introduzir:
Descobri que os mangás são muito divertidos.
Nesse período, temos a oração principal “Descobri” e a oração subordinada substantiva objetiva direta “que os mangás são muito divertidos”.
Havia tantos fogos de artifício que o céu ficou iluminado.
Nesse período, temos a oração principal “Havia tantos fogos de artifício” e a oração subordinada adverbial consecutiva “que o céu ficou iluminado”.
Veja também: Como saber se uma oração é subordinada?
O “que” pode ser usado:
Que aconteceu com você?
Nesse caso, o “que” toma o lugar de um substantivo, já que se refere a alguma coisa:
Aconteceu algo com você?
No exemplo acima, o “que” tem uma dupla função, já que ele também exerce função de pronome interrogativo, percebeu? Afinal, ele introduz uma pergunta:
Que aconteceu com você?
Assim, temos um pronome interrogativo substantivo.
Que livro chocante!
O termo “que”, nesse caso, é um adjunto adnominal (acompanha o substantivo “livro”). Lembre que o adjetivo é um dos termos que atua como adjunto adnominal.
“O anel que tu me deste era vidro e se quebrou”
Nesse trecho da famosa cantiga de roda Ciranda, cirandinha, o “que” retoma ou substitui o substantivo “anel”, ou seja, ele está relacionado à palavra “anel”.
O substantivo “quê” deve ser acentuado. Assim, o “quê” pode significar o nome da letra Q:
O quê da palavra “queijo” é maiúsculo ou minúsculo?
O substantivo “quê” também significa “alguma coisa”:
O filme tinha um quê de fantasia.
O “que” pode ser usado como interjeição. Nesse caso, é acentuado, já que vem antes de uma exclamação:
Quê! O circo já foi embora?
A palavra “que” pode ter o mesmo significado da preposição “de”:
Tenho que comprar a passagem.
Isso é equivalente a: “Tenho de comprar a passagem”.
Uma partícula expletiva serve para destacar ou enfatizar uma ideia:
Que bonito que foi o espetáculo teatral!
Note, que tal partícula pode ser retirada, sem prejuízo no sentido da frase, apesar de eliminar o seu caráter enfático:
Que bonito foi o espetáculo teatral!
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Questão 1
Em qual das alternativas abaixo o “que” tem a função de advérbio?
A) A festa de aniversário dos gêmeos tinha um quê de mágico.
B) Que ocorreu na festa de aniversário dos gêmeos Joca e Juca?
C) Eu soube que o bolo de aniversário dos gêmeos estava delicioso.
D) Todos sorriam, que o bolo de aniversário dos gêmeos era delicioso.
E) Que delicioso estava o bolo de aniversário dos gêmeos Joca e Juca.
Resolução: E.
Na alternativa E, “que” é um advérbio de intensidade, tem o mesmo sentido de “quão” (“Quão delicioso estava o bolo de aniversário dos gêmeos Joca e Juca”).
Veja as funções do “que” nas demais alternativas: “A festa de aniversário dos gêmeos tinha um quê de mágico” (substantivo); “Que ocorreu na festa de aniversário dos gêmeos Joca e Juca?” (pronome substantivo); “Eu soube que o bolo de aniversário dos gêmeos estava delicioso” (conjunção subordinativa); “Todos sorriam, que o bolo de aniversário dos gêmeos era delicioso” (conjunção subordinativa).
Questão 2
Em todas as frases abaixo, o “que” é utilizado para enfatizar uma ideia, EXCETO na alternativa:
A) Quando que você vai embora?
B) Este é o livro que eu li ontem.
C) Desde ontem que estou triste.
D) Que fome que tenho de sorvete!
E) Quase que o balão voou.
Resolução: B.
A partícula expletiva pode ser excluída das frases, pois não é necessária em suas estruturas, sendo assim, elas ficariam: “Quando você vai embora?”; “Desde ontem estou triste”; “Que fome tenho de sorvete!”; e “Quase o balão voou”.
Mas, na frase “Este é o livro eu li ontem”, sem o “que”, fica faltando alguma coisa. Isso porque, em “Este é o livro que eu li ontem”, o “que” é um pronome relativo, pois retoma ou substitui, necessariamente, a palavra “livro”.
Fontes
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 49. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.
NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Gramática contemporânea da língua portuguesa. 15. ed. São Paulo: Scipione, 1999.
SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática: teoria e prática. 26. ed. São Paulo: Atual Editora, 2001.