A lenda do boto-cor-de-rosa está presente no folclore brasileiro, sendo muito tradicional na região Norte. Fala de um boto que seduz e engravida mulheres.
A lenda do boto-cor-de-rosa é presente no folclore brasileiro, principalmente na região Norte. Essa lenda fala do boto-cor-de-rosa e sua capacidade de se transformar em um homem belo e sedutor, que procura festas em comunidades ribeirinhas durante as noites de Lua cheia em junho.
Nessas festas, o boto, disfarçado de homem, seduz mulheres, engravidando-as e então desaparecendo. Acredita-se que essa lenda se estabeleceu em nossa cultura no século XIX, sendo uma influência da cultura grega, que tinha no golfinho (um cetáceo como o boto) um animal muito relacionado com o amor.
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A lenda do boto-cor-de-rosa é tradicional em nosso folclore.
Muito presente na região Norte, fala de um boto-cor-de-rosa que se transforma em um homem bonito e sedutor.
O boto, na forma humana, procura mulheres em festas nas comunidades ribeirinhas para seduzi-las e engravidá-las.
Depois disso, desaparece e nunca mais é visto, deixando a mulher grávida abandonada.
Acredita-se que a lenda do boto tenha influência da cultura grega.
A lenda do boto-cor-de-rosa é uma das mais tradicionais do folclore brasileiro, sendo muito popular na região Norte do Brasil. A lenda traz uma conotação negativa ao animal, uma vez que, por ela, o boto é conhecido como um ser mítico que se transforma em homem, seduz mulheres em comunidades ribeirinhas, engravida-as e desaparece.
A lenda diz que o boto-cor-de-rosa é um animal que está nos rios amazônicos, e que se transforma em um homem de boa aparência e muito sedutor. Na lenda, o boto se transforma em homem nas noites de Lua cheia que ocorrem no mês de junho, especificamente nas celebrações para São João e São Pedro.
O boto-cor-de-rosa procura comunidades ribeirinhas onde há essas celebrações, transformando-se em um homem belo, que vai em direção a essas festas para seduzir uma mulher. Diferentes versões da lenda dizem que o boto-cor-de-rosa procura a mulher mais bonita, mas outras falam que ele busca mulheres virgens.
De toda forma, na lenda, o boto-cor-de-rosa se relaciona com uma mulher, que engravida da relação. Ao final da noite, o boto retorna para a água e desaparece, nunca mais sendo visto na comunidade em que havia aparecido. A mulher grávida é abandonada, sendo forçada a criar um filho sem pai.
Era bastante comum que a lenda fosse utilizada para explicar crianças que cresciam sem o pai, e essas eram chamadas de “filho do boto” ou “filha do boto”.
A lenda do boto-cor-de-rosa tem sua origem potencialmente relacionada com os gregos na Antiguidade. Essa associação se dá pelos golfinhos (cetáceos assim como o boto-cor-de-rosa) serem vistos como animais que simbolizavam a luxúria e os prazeres carnais, sendo associados com Afrodite, deusa do amor.
Essa visão dos cetáceos como seres vinculados à luxúria chegou ao Brasil e aqui foi relacionada com o boto-cor-de-rosa. Sabemos, no entanto, que essa lenda não estava na cultura indígena, sendo registrada no Brasil somente a partir do século XIX. A chegada dessa relação dos cetáceos como símbolos da luxúria causou outras repercussões no Brasil.
Tornou-se comum na cultura popular que partes do corpo do boto-cor-de-rosa fossem consideradas mágicas, e muitos acreditavam que o olho seco desse animal poderia ser usado como amuleto amoroso. Além disso, lendas parecidas com a do boto-cor-de-rosa se espalharam por outras partes da América do Sul e da Europa.
O boto-cor-de-rosa é sempre descrito na lenda como um homem bonito e bastante sedutor. Quando se transforma em humano, usa roupas e sapatos brancos, e um chapéu vistoso. Muitos acreditavam que esse chapéu é usado pelo boto para tampar as suas narinas, pois, caso fossem vistas, seu disfarce estaria arruinado.
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O boto-cor-de-rosa é um animal típico da Amazônia, sendo encontrado no Brasil e em outros países da América do Sul, como Peru, Colômbia e Venezuela. É considerado o maior golfinho de água doce do planeta, sendo muito conhecido por sua coloração rosada, mais comum nos machos.
É uma espécie que está em situação de ameaça, uma vez que é bastante comum que seja vitimada por redes de pesca, lançadas para capturar peixes; embora a caça ao boto também seja uma grande ameaça, uma vez que sua carne é usada como isca para um peixe chamado piracatinga.
O boto-cor-de-rosa é um mamífero que se alimenta de animais como peixes, camarões e tartarugas.
Na Argentina, existe uma lenda chamada U-Pora, de um ser que vive nas águas e é conhecido por seduzir mulheres.
As lendas envolvendo o boto-cor-de-rosa não tinham conotação sexual antes do século XIX.
Fontes
CÂMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Ediouro, s/d.
CÂMARA CASCUDO, Luís da. Geografia dos mitos brasileiros. São Paulo: Global, 2012.