Santos Dumont foi um importante aviador brasileiro conhecido por ter criado o avião em 1906. Ficou marcado por realizar uma série de outras invenções.
Alberto Santos Dumont foi um aviador brasileiro que ficou conhecido por sua dedicação ao ramo da aviação e por ter inventado o avião. Também foi um cientista e um inventor, sendo uma das mentes mais brilhantes do mundo na virada do século XIX para o século XX. Sua grande contribuição foi o 14-Bis, aeroplano a fazer o primeiro voo documentado da história.
Santos Dumont era originário de uma família muito rica, podendo dedicar toda a sua vida à aviação. Construiu dirigíveis e balões, além de ter inventado o chuveiro com água aquecida, o hangar e ter dado a ideia de invenção do relógio de pulso. É considerado um dos grandes nomes da história da aviação.
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Alberto Santos Dumont nasceu no dia 20 de julho de 1873. O seu local de nascimento foi um sítio que ficava em Palmira, localidade que hoje é conhecida como a cidade de Santos Dumont, no estado de Minas Gerais. Santos Dumont tinha acedência francesa, pois seu pai, Henrique Dumont, era filho de franceses que haviam se mudado para o Brasil.
Seu pai era engenheiro por formação e teve histórico profissional extenso na construção de estradas de ferro. A vida de Henrique Dumont mudou drasticamente quando ele passou a investir no cultivo do café. Ele comprou terras no interior de São Paulo, prosperando significativamente com o negócio.
O cultivo de café era uma atividade bastante lucrativa, e Santos Dumont cresceu em um ambiente marcado pela prosperidade. Ele era filho de Francisca de Paula Santos, que também tinha uma origem familiar privilegiada (era filha de comendador). Santos Dumont foi o sexto filho do casal, que, no total, teve oito filhos.
Durante a sua infância, Santos Dumont foi uma criança que demonstrou grande interesse por invenções e pela aviação. Seu interesse pela última área veio das leituras que ele fazia, principalmente de um de seus autores favoritos, Júlio Verne. Já o interesse pelas invenções foi aguçado pelo meio em que vivia.
As terras da família de Dumont eram muito extensas, e seu pai usou sua experiência como engenheiro para construir 96 quilômetros de estradas de ferro dentro de suas propriedades. Santos Dumont tinha um grande interesse pelo maquinário das estradas de ferro, originando seu denodo pelas invenções.
Na sua juventude, Santos Dumont demonstrou interesse pela tecnologia e por conhecimentos que estavam em desenvolvimento na época. Na Europa, ele encontrou ambiente para desenvolver seus conhecimentos científicos, despertando, mais ainda, seu interesse em trabalhar com invenções. Inicialmente dedicou a sua atenção à fabricação de dirigíveis e balões.
A princípio, ele teve alguma dificuldade, pois ainda não tinha autonomia financeira. Ele atuou também na fabricação de motores a combustão, e participou de diversas aulas na Inglaterra como ouvinte sobre a construção de motores e de objetos aeronáuticos e navais. Esse conhecimento lhe permitiu se dedicar ao ramo da aeronáutica.
Santos Dumont dedicou anos de sua vida à aeronáutica, construindo diversos dirigíveis, balões e sendo responsável por criar o primeiro avião da história.
Os últimos anos da vida de Santos Dumont foram marcados por uma profunda melancolia. O aviador brasileiro sofria com a depressão e com a esclerose múltipla e passou por diversas clínicas de repouso, na Europa e no Brasil. Seu estado de saúde foi definhando ao ponto de que ele foi passado aos cuidados de seu sobrinho, Jorge Dumont Vilares.
Os dois se estabeleceram em um hotel na cidade de Guarujá, no litoral paulista. A estadia de Santos Dumont nessa cidade coincidiu com o início da Revolução Constitucionalista em São Paulo. Acredita-se que os combates dessa guerra tenham abalado a saúde mental do aviador brasileiro.
Os pesquisadores acreditam que bombardeios foram realizados perto de onde Santos Dumont estava hospedado. Dumont ficou profundamente abalado pelo fato de que sua invenção — o avião — estava sendo usada para a destruição e a guerra. No dia 12 de julho de 1932, Santos Dumont cometeu suicídio. Ele tinha 59 anos na ocasião.
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Santos Dumont iniciou os seus primeiros testes no ramo da aeronáutica em 1897. A essa altura, ele já havia sido emancipado pelo seu pai, recebendo uma quantia de dinheiro alta o suficiente para que não precisasse trabalhar e pudesse se dedicar integralmente ao seu grande interesse. A primeira construção de Dumont na área foi um dirigível.
O primeiro dirigível que ele construiu só voou de fato na terceira tentativa, realizada em setembro de 1898. Na ocasião, o dirigível alcançou uma altura de 400 metros. Em 1901, Dumont chegou a receber um prêmio após fazer um dirigível voar em Paris por 30 minutos.
Santos Dumont, além de dirigíveis, construiu balões, pilotando todos eles. O primeiro de seus balões foi inaugurado em 1898, sendo inflado a hidrogênio. Ele também chegou a construir um modelo de planador, foi o idealizador do relógio de pulso (embora não tenha criado o objeto propriamente), inventou um modelo de chuveiro aquecido, e desenvolveu o primeiro hangar.
Apesar disso, o grande feito da vida de Santos Dumont foi mesmo o avião. Ele iniciou os testes para inventar um avião em 1905, e dos seus estudos e testes é que surgiu o 14-Bis. Esse aeroplano tinha 50 cavalos de potência e teve dois voos documentados por testemunhas. O primeiro aconteceu em 23 de outubro de 1906, alcançando 60 metros de altura, e o segundo ocorreu em 12 de novembro de 1906, alcançando seis metros de altura, com um voo que se estendeu por 220 metros.
Esse segundo voo de Santos Dumont foi documentado por membros da Federação Aeronáutica Internacional (FAI), por isso o aviador brasileiro é conhecido por muitos como o inventor do avião. O assunto rende bastante polêmica, sobretudo nos Estados Unidos, que atribuem aos irmãos Orville e Wilbur Wright o mérito da invenção do avião.
Santos Dumont abandonou sua carreira como aviador depois de sofrer um acidente com uma de suas invenções, o avião Demoiselle.
Santos Dumont é, até hoje, conhecido como um dos grandes cientistas da virada do século XIX para o século XX. Suas contribuições para a aeronáutica foram significativas, permitindo a invenção dos aviões e, consequentemente, a aviação comercial, contribuindo, assim, para reduzir os deslocamentos e ampliar o conhecimento sobre a aviação.
A enorme contribuição de Santos Dumont para a aviação lhe rendeu inúmeras homenagens ao longo do tempo. Ele foi homenageando com dois monumentos na França que foram construídos pelo Aeroclube da França. Além disso, a cidade onde ele nasceu, Palmira, foi renomeada em 1932, passando a se chamar Santos Dumont.
Em nosso país, o Dia do Aviador é celebrado em 23 de outubro, sendo a data uma homenagem ao primeiro voo que Santos Dumont realizou no 14-Bis, em Paris, no ano de 1906. No Brasil, há, ainda, o Aeroporto Santos Dumont, aeroporto da cidade do Rio de Janeiro que leva o nome do aviador como homenagem.
Santos Dumont também é considerado o Patrono da Aeronáutica Brasileira, além de ter seu nome incluído no Livro de Aço dos Heróis Nacionais.
Entre as representações de Santos Dumont na cultura popular, destacam-se:
Crédito de imagem
[1]Fernando Frazão / Agência Brasil / Wikimedia Commons (reprodução)
Fonte
JORGE, Fernando. As lutas, a glória e o martírio de Santos Dumont. Harper Collins: São Paulo, 2018.