Saiba mais sobre o Reino do Congo e entenda a complexidade da história do continente africano.
No ensino de história dos países ocidentais, durante muito tempo não foi dada uma atenção realmente séria para o estudo das culturas e civilizações africanas. O interesse e a valorização do estudo da história da África são recentes e é por isso que a maioria dos livros didáticos atuais de história contém grandes seções ou capítulos inteiros sobre esse conteúdo.
Um dos temas mais importantes da história da África é o Reino do Congo. Esse reino, assim como o reino de Benin e de Mali, está entre os mais importantes e mais poderosos que se formaram no continente africano. Seu desenvolvimento ocorreu na costa oeste da África ao longo do curso do rio Zaire. Assim como várias outras culturas dessa região, o Reino do Congo tinha por base cultural a etnia banto, cuja origem está ligada às narrativas míticas sobre a cidade de Ifé.
A centralização estatal do Reino do Congo e seu controle sobre a produção econômica da costa oeste africana ocorreram ao longo do século XV, coincidindo, assim, com a consolidação do Império Ultramarino Português. Assinalar essa comparação é importante, haja vista que foi com os congoleses, além de outros povos, que os portugueses travaram contato comercial na África durante quase toda a modernidade. O tráfico de escravos, inclusive, foi movimentado por meio das articulações feitas entre esses dois impérios.
Além do tráfico de escravos, as principais atividades comerciais do Reino do Congo giravam em torno do escambo de mercadorias como o sal, tecidos e metais. Um dos principais reis do Congo, conhecido como Manicongo, converteu-se ao cristianismo na década de 1480. Essa conversão transformou a civilização congolesa, em razão da incorporação de elementos do catolicismo ao seu repertório cultural.
Por Me. Cláudio Fernandes