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História

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Período Helenístico

Período Helenístico foi iniciado com a conquista da Grécia pelos macedônicos e ficou marcado pela difusão da cultura grega a partir do reinado de Alexandre, o Grande.

Representação de Alexandre, o Grande. Durante o seu reinado, Alexandre incentivou as trocas culturais entre gregos e persas.

O Período Helenístico foi a fase histórica grega que se estendeu de 338 a.C. a 146 a.C. Iniciou-se com a conquista da Grécia pela Macedônia de Filipe II e ficou profundamente marcado pelo reinado de Alexandre, o Grande, o responsável por levar as fronteiras do mundo grego além e ir até as regiões da atual Índia.

Esse crescimento do mundo grego fez com que a sua cultura se disseminasse pelo Egito e Ásia, fazendo com que a cultura oriental e grega se misturasse. Áreas como filosofia, ciências, arte, religião, economia, entre outras, foram profundamente influenciadas com a difusão da cultura grega. Considera-se a conquista da Grécia pelos romanos como o fim do Período Helenístico.

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Contexto

Os séculos V a.C. e IV a.C. foram marcados por uma série de conflitos na Grécia. Esses conflitos foram as Guerras Médicas, a Guerra do Peloponeso, a Guerra de Corinto e os conflitos de Tebas contra Esparta. O saldo de tantos embates foram a desestabilização e o enfraquecimento da Grécia Continental.

Durante o Período Helenístico, elementos da cultura grega foram levados ao Oriente. Na imagem estão as ruínas do Templo de Ártemis, em Éfeso.

Ao norte das zonas tradicionais da Grécia, estava a Macedônia, um pequeno reino situado no limite norte do mundo grego. Os macedônicos eram herdeiros dos últimos povos de língua grega que se instalaram no sul da Península Balcânica e que, desde o século VII a.C., tinham o poder centralizado em um rei.

Do século V a.C. em diante, os macedônicos prosperam rapidamente e ampliaram os seus contatos com as principais cidades gregas. Esse processo de crescimento dos macedônicos entrou em nova fase com o reinado de Filipe II da Macedônia, em 359 a.C. Ele se aproveitou do enfraquecimento de seus vizinhos para iniciar guerras de conquista.

O resultado das guerras lançadas por Filipe II foi a conquista das cidades gregas, derrotadas na Batalha de Queroneia, em 338 a.C. Esse era o início do Período Helenístico, uma fase da história grega que começou com o domínio macedônio e acabou quando as cidades gregas perderam a sua independência para os romanos, em 146 a.C.

O Período Helenístico é considerado como um dos períodos de maior esplendor da cultura grega porque, embora a Grécia estivesse politicamente enfraquecida, sua cultura estava em um momento de expansão pelo mundo antigo. Assim, regiões do Oriente, o Egito e regiões da Europa estavam sob a crescente influência dela.

Reinado de Alexandre, o Grande

A difusão da cultura grega para o Oriente e África está diretamente relacionada com o reinado de Alexandre, também conhecido como Alexandre, o Grande ou Alexandre Magno. Ele era filho de Filipe II da Macedônia, e assumiu o trono desse reino em 336 a.C., ano em que seu pai foi assassinado.

Quando Filipe II foi assassinado, a relativa estabilidade da Macedônia abalou-se, forçando Alexandre a agir energicamente para garantir o seu poder. Alexandre precisou lidar com conspirações contra ele e teve de controlar uma revolta em Tebas e outra revolta de um povo chamado pelos macedônicos de ilírios.

Depois de resolvidas todas essas questões, Alexandre organizou forças para iniciar uma campanha de conquista na Ásia. Ele deixou o comando da Macedônia nas mãos de Antípatro, um general de sua confiança, e rumou para lutar contra os persas na Ásia Menor. A campanha de Alexandre iniciou uma sucessão de vitórias que levaram a muitas conquistas territoriais, fazendo desse rei macedônico um dos grandes comandantes da Antiguidade.

A campanha de Alexandre teve três importantes batalhas definidoras na vitória dos macedônicos sobre os persas. Foram elas:

  • Batalha de Grânico, em 334 a.C.

  • Batalha de Isso, em 333 a.C.

  • Batalha de Gaugamela, em 330 a.C.

Em cada uma delas, Alexandre e os exércitos macedônicos derrotaram as forças persas. O resultado final foi a derrota do Império Persa, que foi integralmente anexado aos domínios macedônicos. O último rei persa, Dario III, foi morto em 330 a.C.

Ao longo dessas quatro anos, uma série de cidades orientais foram colocadas sob o domínio macedônico. Alexandre também esteve no Egito, permanecendo lá por um ano e deixando como legado a fundação da cidade de Alexandria, local que se tornou um dos grandes centros de cultura e erudição nos séculos seguintes.

Entre 330 a.C. e 327 a.C., Alexandre consolidou o seu poder sobre os territórios do antigo Império Persa e lidou com resistências e conspirações que aconteciam contra ele. A partir de 326 a.C., Alexandre iniciou uma nova fase de conquista e voltou-se contra os reinos estabelecidos na região da Índia.

A campanha na Índia foi duríssima, com as tropas macedônicas encontrando muita resistência por parte dos reinos locais. Após conquistar algumas regiões, as tropas de Alexandre manifestaram querer finalizar a campanha e retornar para a Pérsia. Além disso, Alexandre quase foi morto em batalha, e essa notícia gerou rebeliões na Pérsia.

Assim, em 324 a.C., ele retornou à Pérsia para lidar com os sátrapas, governantes das províncias (satrapias), rebeldes, e logo começou a organizar uma expedição de conquista da Península Arábica. No entanto, em 323 a.C., Alexandre ficou doente e, dias depois, faleceu. Acredita-se que sua morte teria sido consequência de malária ou febre tifoide.

Depois que Alexandre morreu, seu vasto império, que se estendia da Macedônia até a Índia, fragmentou-se. Houve disputa pelo poder, e o sucessor natural, seu filho Alexandre IV, acabou assassinado em 309 a.C. Surgiram três reinos do território conquistado por Alexandre:

  • Reino Antigônida, governado por Antígono Monoftalmo.

  • Reino Selêucida, governado por Seleuco.

  • Reino Ptolomaico, governado por Ptolomeu I.

Esses reinos helenísticos enfraqueceram-se com a ascensão da República Romana. O fim da independência grega aconteceu em 146 a.C., quando os romanos derrotaram a cidade de Corinto e anexaram a Grécia ao território romano.

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Cultura helenística

Alexandria, fundada por Alexandre, o Grande, foi um dos grandes exemplos da difusão da cultura grega para o Oriente.

A cultura helenística surgiu da difusão da cultura grega para o Oriente e da sua fusão com as culturas orientais. Isso foi resultado da política imposta pelo próprio Alexandre, que incentivava a integração de gregos, macedônicos e persas. Ele mesmo deu o exemplo quando se casou com Roxana, uma mulher persa. Ele também incentivou que seus oficiais desposassem mulheres persas.

Depois que ele morreu, seu império foi fragmentado e o poder dos novos reinos foi ocupado por generais de origem grega. Assim, por meio da força, eles mantiveram o controle sobre a terra, fazendo com que a cultura oriental fosse fortemente influenciada pela cultura grega e vice-versa. Aqui não estamos dizendo que a cultura grega já não estava presente nesses locais, mas sim que, nesse período, ela se tornou muito mais presente e gerou transformações culturais significativas.

Um exemplo de transformação cultural que aconteceu no Oriente por conta da cultura grega deu-se com a urbanização da Ásia. As conquistas macedônicas incentivaram milhares de gregos a mudarem-se para regiões como a Ásia Menor, o que contribuiu para o desenvolvimento das cidades nesse local. Além disso, o modelo de cidade grego foi levado para essa região.

Com isso, cidades como Éfeso e Mileto desenvolveram-se consideravelmente com a chegada de novos habitantes e com a implantação de um modelo urbano grego. Instituições gregas, como uma assembleia e um conselho, tornaram-se comuns nas cidades asiáticas. Os selêucidas, por exemplo, foram muito eficazes no desenvolvimento de novas cidades.

O próprio Alexandre participou desse projeto fundando cidades ao longo dos territórios que conquistou, sendo Alexandria o caso mais simbólico. Depois de sua fundação, Alexandria tornou-se uma das cidades economica, politica e religiosamente mais importantes do Mediterrâneo.

No campo da religião, a influência da cultura grega também se alastrou por Egito e Ásia, pois algumas práticas da religiosidade grega tornaram-se bastante comuns nessas regiões. O culto grego ao deus da agricultura, Deméter, tornou-se muito comum nas proximidades de Alexandria, no Egito, por exemplo. Essa troca cultural também resultou em assimilação de deuses, fazendo com que ritos a determinado deus oriental fossem associados a algum deus grego.

As trocas entre o mundo grego e o mundo oriental ainda geraram ganhos comerciais; desenvolvimento da infraestrutura, com a cultura de estradas, por exemplo; trouxeram desenvolvimento científico, permitindo avanços na agricultura; permitiram grande troca de conhecimento entre os gregos e os diferentes povos da Ásia, dando origem a novas formas de pensamentos filosóficos; além de terem gerado novas expressões artísticas

Por Daniel Neves Silva

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