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História

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Ku Klux Klan

A Ku Klux Klan é uma organização supremacista branca que defende uma ideologia racista, antissemita e xenófoba. Surgiu em 1865, nos Estados Unidos.

Membros da Ku Klux Klan desfilando em Nova Iorque, em 1924, uma forma de propagar sua ideologia. Membros da Ku Klux Klan desfilando em Nova Iorque, em 1924, uma forma de propagar sua ideologia.

A Ku Klux Klan é uma organização supremacista branca que teve origem em 1865, nos Estados Unidos. É marcada por sua ideologia racista, antissemita e xenófoba, utilizando violência e terror para promover a supremacia branca e combater avanços nos direitos civis.

Sua história é dividida em três fases principais: a resistência à reconstrução após a Guerra Civil; a expansão política e social na década de 1910, impulsionada pelo filme O nascimento de uma nação; e a reemergência violenta contra os movimentos pelos direitos civis, nos anos 1950. Posteriormente, adaptou-se ao contexto digital contemporâneo.

Fundada por ex-soldados confederados no Tennessee, a Klan estruturou-se como uma irmandade secreta hierárquica e usou símbolos como vestes brancas, capuzes pontiagudos e cruzes em chamas para reforçar sua identidade de supremacia racial e intimidar oponentes.

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Resumo sobre a Ku Klux Klan

  • A Ku Klux Klan é uma organização supremacista branca conhecida por sua ideologia racista, antissemita e xenófoba.
  • Foi fundada em 1865 por ex-soldados confederados em Pulaski, Tennessee, nos Estados Unidos, como resposta à abolição da escravidão e à reconstrução pós-Guerra Civil.
  • A Klan atuou por meio de intimidação, linchamentos e assassinatos para suprimir afro-americanos e seus aliados.
  • A história da Ku Klux Klan passou por três fases:
    • a primeira, após 1865, focada na resistência à reconstrução pós-guerra;
    • a segunda, a partir de 1915, marcada por expansão e influência política;
    • a terceira, dos anos 1950 até os dias atuais, é centrada em ações violentas contra os movimentos pelos direitos civis e na adaptação ao contexto digital contemporâneo.
  • Os símbolos mais conhecidos da Ku Klux Klan são as vestes brancas com capuzes pontiagudos e a cruz em chamas.
  • Embora fragmentada, a Ku Klux Klan permanece ativa, utilizando plataformas digitais para espalhar ideologias de ódio, recrutar membros e arrecadar fundos.

Videoaula sobre a Ku Klux Klan

O que é a Ku Klux Klan?

A Ku Klux Klan (KKK) é uma organização supremacista branca, caracterizada por sua ideologia racista, antissemita e xenófoba. Surgida nos Estados Unidos em 1865, após o fim da Guerra Civil Americana, a KKK foi inicialmente formada por veteranos confederados com o objetivo de resistir à reconstrução e manter a hegemonia racial branca no Sul dos Estados Unidos.

A organização rapidamente se tornou sinônimo de violência e terror, utilizando-se de práticas como linchamentos, incêndios criminosos e intimidações contra afro-americanos, imigrantes, judeus, católicos e outros grupos considerados “ameaças” ao ideal de supremacia branca.

A Klan está profundamente enraizada na história do racismo estrutural dos EUA, consolidando-se como um instrumento de opressão social e política. Além de atacar indivíduos, a organização frequentemente se opôs a reformas sociais e políticas que buscavam a igualdade racial e a integração social. Em suas várias iterações, a KKK adotou diferentes estratégias e frentes de atuação, sempre adaptando seu discurso ao contexto sociopolítico do momento.

Embora a Klan tenha sofrido declínios ao longo dos anos, permanece como um símbolo de intolerância e ódio racial. Suas ações foram não apenas localizadas, mas também influenciaram movimentos de supremacia branca em outras partes do mundo, mostrando o alcance global de sua ideologia.

Quais são as fases da Ku Klux Klan?

A trajetória da Ku Klux Klan pode ser dividida em três fases principais, marcadas por diferentes estratégias, objetivos e contextos históricos.

→ Primeira fase da Ku Klux Klan (1865-1871)

A Klan foi fundada em Pulaski, Tennessee, por seis ex-soldados confederados insatisfeitos com as mudanças sociais e políticas trazidas pela derrota do Sul na Guerra Civil e pela abolição da escravatura. Inicialmente concebida como um grupo social, rapidamente se transformou em uma organização violenta que utilizava o terror como arma política. O principal objetivo da Klan nesse período era impedir a emancipação dos afro-americanos, o que incluía suprimir o direito ao voto e combater políticas de reconstrução implementadas pelo governo federal.

A organização utilizava métodos como linchamentos, agressões físicas e incêndios em propriedades para intimidar tanto afro-americanos quanto seus aliados brancos. A violência extrema gerou uma resposta federal, culminando na Lei de Direitos Civis de 1871, que permitiu ao governo combater diretamente a Klan. Apesar disso, a ideologia supremacista continuou a prosperar de maneira informal.

→ Segunda fase da Ku Klux Klan (1915-1944)

A segunda fase da KKK foi marcada pelo seu ressurgimento em 1915, impulsionado pelo filme O nascimento de uma nação, de D. W. Griffith. O longa retrata a Klan como heróis que defendem a “pureza racial” e a ordem social, fomentando uma onda de adesões à organização. Durante esse período, a Klan expandiu seu ódio para além dos afro-americanos, incluindo imigrantes, judeus e católicos entre seus alvos.

Recrutamento de novos membros da Ku Klux Klan na década de 1940.

Essa fase foi caracterizada por um aumento significativo de membros e influência política. A Klan chegou a ter milhões de afiliados e exercia forte influência em eleições locais e estaduais. Promovia comícios e desfiles públicos, utilizando símbolos como cruzes em chamas para intimidar seus opositores. No entanto, escândalos internos e investigações federais levaram a um declínio gradual de sua força.

→ Terceira fase da Ku Klux Klan (após 1944)

Após um período de inatividade relativa, a Klan ressurgiu durante os movimentos pelos direitos civis nas décadas de 1950 e 1960. Grupos menores, mas extremamente violentos, focaram seus ataques contra ativistas que lutavam por igualdade racial. Esse período foi marcado por bombardeios, assassinatos e outros atos de terrorismo.

Na atualidade, a Klan está fragmentada em diferentes facções, operando como uma rede descentralizada de grupos supremacistas. Apesar de ser uma sombra do que foi em termos de número, a Klan utiliza a internet para disseminar sua ideologia, recrutando membros e arrecadando fundos globalmente.

Veja também: E no Brasil, o fim da escravidão resolveu os problemas enfrentados pelos negros?

Origem da Ku Klux Klan

A Klan surgiu em um contexto de desordem social e política após o fim da Guerra Civil Americana. Com a abolição da escravidão, milhões de afro-americanos recém-libertos começaram a buscar direitos civis e participação política. Para os brancos do Sul, isso representava uma ameaça direta ao status quo social e econômico que havia sido sustentado pela escravidão.

Os fundadores da Klan eram veteranos confederados que buscavam restaurar a antiga ordem racial. Eles adotaram uma estrutura organizacional hierárquica, com títulos como “Grande Mago” e “Grande Ciclope”, que conferiam uma aura de mistério e poder à organização. Suas ações inicialmente visavam desestabilizar governos estaduais republicanos e aterrorizar afro-americanos que tentavam exercer seus novos direitos.

O nome “Ku Klux Klan” deriva da palavra grega “kuklos”, que significa “círculo”, simbolizando unidade. A escolha do nome reflete a tentativa de criar uma identidade distinta e intimidadora, associada à ideia de uma irmandade secreta.

Atuação da Ku Klux Klan

A atuação da Klan variou ao longo do tempo, mas sempre manteve como base a intimidação e a violência. Durante a reconstrução, seus membros atacavam afro-americanos que tentavam votar ou ocupar cargos públicos. Esses atos de terror incluíam assassinatos, destruição de propriedades e ameaças generalizadas.

Na segunda fase, a Klan utilizou sua crescente popularidade para exercer influência política direta. Seus membros se infiltraram em governos locais e estaduais, promovendo leis que reforçavam a segregação racial e limitavam os direitos civis. Eventos públicos como desfiles e queimas de cruzes tornaram-se ferramentas de propaganda.

Membros da Ku Klux Klan e cruz em chamas.
A queima de cruzes é um ato de intimidação usado pela Ku Klux Klan.

Durante os movimentos pelos direitos civis, a Klan intensificou seus ataques, frequentemente em colaboração com autoridades locais. Bombardeios em igrejas e assassinatos de ativistas são exemplos marcantes de sua brutalidade. Em um dos casos mais conhecidos, o atentado à Igreja Batista da 16ª Rua, em Birmingham, Alabama, matou quatro meninas afro-americanas.

Na atualidade, a Klan continua ativa, embora de maneira mais discreta. A internet permitiu que a organização se modernizasse, utilizando plataformas digitais para disseminar ideologias, recrutar novos membros e arrecadar fundos. Mesmo em menor número, a Klan permanece uma ameaça, especialmente devido à sua capacidade de inspirar atos de violência racial.

Símbolos da Ku Klux Klan

Os símbolos da Klan desempenham um papel central na propagação de sua ideologia. Entre os mais conhecidos estão as vestes brancas e os capuzes pontiagudos, que simbolizam anonimato e pureza racial. Essas roupas eram usadas em cerimônias e ataques, criando uma imagem icônica que ainda provoca temor.

Outro símbolo amplamente utilizado é a cruz em chamas. A queima de cruzes, embora muitas vezes associada ao cristianismo, foi apropriada pela Klan como um ato de intimidação. Ela representa tanto a reafirmação de seus ideais quanto uma ameaça direta a seus inimigos.

Bandeira com símbolo da Ku Klux Klan.[1]

Além disso, a organização utiliza bandeiras confederadas, slogans e outras imagens associadas ao Sul dos Estados Unidos para reforçar sua conexão com a história e a cultura da região. Esses símbolos ajudam a perpetuar a ideia de que a Klan é uma defensora da herança sulista.

Saiba mais: Nazismo — outra ideologia racista que deixou um rastro de perseguições e mortes na história

Ku Klux Klan na atualidade

Embora enfraquecida em relação ao passado, a Klan permanece ativa e adaptada às novas realidades sociais e tecnológicas. Seus membros utilizam plataformas digitais para recrutar seguidores e disseminar propaganda. Redes sociais e fóruns online tornaram-se ferramentas-chave para alcançar um público mais jovem e global.

Grupos fragmentados da Klan continuam a realizar encontros clandestinos, protestos e campanhas de intimidação. Além disso, a organização tem explorado o uso de criptomoedas para financiar suas atividades, evitando a detecção por autoridades.

A influência da Klan pode ser vista em atos de violência racial e em discursos de ódio promovidos por seus membros e simpatizantes. Embora os números oficiais de membros sejam baixos, a ideologia que ela representa continua a inspirar outros grupos supremacistas e neonazistas, tornando a Klan uma ameaça persistente à coesão social.

Créditos da imagem

[1] KAMiKAZOW/ Wikimedia Commons

[2] Everett Collection / Shutterstock

Fontes

COPETTI, Taisi. O nascimento de uma nação, de Griffith: O racismo estadunidense, o ressurgimento da Ku Klux Klan e o movimento de resistência negra por direitos civis no século XX. Revista Avant, v. 5, n. 2, 2021.

OLIVEIRA, Victoria Cunha da Rosa. Infiltrados na Klan: História, memória e segregação racial nos Estados Unidos. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2018.

RODRIGUES, Marcos Alexandre Fernandes; ROSA, Kelli Machado da. Em nome de uma guerra racial total: O estilo discursivo da organização Ku Klux Klan no campo das mídias digitais. Revista Saberes, v. 23, n. especial, 2023.

SIQUEIRA, Mayara de Carvalho; MUINHOS, Júlia Oliveira. O massacre de Greensboro: Nazistas, comunistas e Ku Klux Klan nos Estados Unidos da América (1979) – Parte I. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, v. 183, n. 490, set./dez. 2022.

XAVIER, Fernando de Barros Honda; COSTA, Pedro Gabriel de Souza; BENEVIDES, William Rupp; RICHTER, Mariana Patrício; PILÃO, Valéria. A construção do contexto histórico do movimento social Ku Klux Klan. Caderno Humanidades em Perspectivas, v. 5, n. 3, 2019.

Por Tiago Soares Campos

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