A história do calendário é marcada por diversas transformações e se iniciou há milhares de anos. A criação do calendário foi fundamental para o desenvolvimento da civilização.
A história do calendário é marcada por diversas transformações e se iniciou há milhares de anos ainda na Pré-História, quando povos caçadores-coletores observaram as diferentes fases da Lua e a mudança que ocorria no local onde o Sol nascia e se punha durante o passar do ano, estabelecendo relações entre as estações do ano e esses movimentos aparentes.
Com a origem da escrita e da matemática os primeiros calendários, com meses e dias, foram criados na Mesopotâmia e no Egito. Posteriormente o calendário também foi desenvolvido de forma independente na China e na Mesoamérica. Atualmente no mundo existem diversos calendários, sendo os mais utilizados o gregoriano, o chinês e o muçulmano.
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A história do calendário é marcada por diversas transformações e teve início há milhares de anos, iniciando-se ainda na Pré-História.
Diversos monumentos de pedra produzidos na Pré-História provavelmente foram utilizados como calendários.
Os ciclos do Sol e da Lua foram utilizados para a produção da maioria dos calendários.
Existem basicamente três tipos de calendário: lunar, lunissolar e solar.
Os mesopotâmicos desenvolveram um calendário lunar há cerca de 4 mil anos.
Na mesma época os egípcios desenvolveram um calendário solar semelhante ao que utilizamos ainda hoje.
Em 1582, o Papa Gregório promulgou o calendário que utilizamos atualmente, chamado de calendário gregoriano.
Os romanos chamavam o primeiro dia do mês de “calendas”, daí a origem da palavra “calendário”.
O desenvolvimento de calendários foi de fundamental importância para o desenvolvimento da civilização humana.
A história do calendário é marcada por diversas transformações e teve início há milhares de anos, iniciando-se ainda na Pré-História. Desde o Período Paleolítico os seres humanos observavam que existiam diversos ciclos da natureza, que ocorriam todos os anos, como as árvores que perdiam suas folhas antes da chegada do frio, o florescimento delas que indicava a aproximação do verão, pássaros que migravam e que indicavam que o frio ou o calor viriam. Foi também na Pré-História que os humanos perceberam que o Sol possuía um ciclo, assim como a Lua.
Com a prática da agricultura, que se iniciou há cerca de 10 mil anos, os seres humanos passaram a desenvolver diversos monumentos que, provavelmente, serviam como calendários. Saber o início de cada estação do ano passou a ser fundamental para definir a época do plantio e da colheita dos alimentos cultivados.
Não sabemos ao certo onde e quando surgiram os primeiros calendários, mas alguns monumentos encontrados na Grã-Bretanha podem sem os calendários mais antigos do mundo.
Um dos monumentos mais antigos que foi utilizado como uma espécie de calendário é Stonehenge, construído na Inglaterra há cerca de 5 mil anos. Ao contrário do que a maior parte das pessoas pensam, o Sol não nasce sempre no mesmo lugar todos os dias, mudando sua posição de nascer no horizonte. Durante o ano ele faz um movimento aparente no horizonte e atinge seus dois extremos em junho e dezembro, nos dias chamados de solstícios.
Existem basicamente três tipos de calendário: lunar, lunissolar e solar.
Calendário lunar: leva em consideração o ciclo da Lua. A Lua possui um ciclo que dura 29,5 dias, ou seja, se hoje a Lua cheia se iniciou, demorará 29 dias e meio para uma nova Lua cheia. Um exemplo de calendário lunar é o muçulmano, utilizado ainda hoje. Esse calendário lunar possui 12 meses, que possuem 29 ou 30 dias, durando entre 354 e 355 dias. Os muçulmanos, por não serem cristãos, atribuíram o ano zero do seu calendário à Hégira, momento no qual o profeta Maomé fugiu de Meca. Esse ano é o nosso 622 d.C. Em 2024, no nosso calendário, os muçulmanos estão no ano 1444 depois da Hégira.
Calendário lunissolar: mescla os ciclos da Lua e do Sol, acrescentando um mês bissexto de tempos em tempos, para sincronizar o calendário com a translação da Terra ao redor do Sol. Um exemplo atual de calendário lunissolar é o chinês. Ele possui um ano com meses lunares, que duram 29 ou 30 dias, e possui um total de 354 ou 355 dias, como os calendários lunares. A cada três anos é adicionado um mês extra, para sincronizar o calendário com o ciclo solar.
Calendário solar: leva em consideração o ciclo do Sol. O calendário que nós utilizamos é um calendário solar, ele possui 365 dias. Mas a translação da Terra dura 365 dias mais 6 horas. Para ajustar o calendário com a translação da Terra, adicionamos, a cada quatro anos, um dia a mais no calendário, o 29 de fevereiro. Esses anos com 366 dias são chamados de bissextos, ou seja, que possuem dois “6”.
Importante: Em 45 a.C., durante o governo de Júlio César, os romanos adotaram um calendário semelhante ao nosso, que ficou conhecido como Calendário Juliano. Esse calendário possuía 365 dias e, a cada ano, um dia era acrescentado. Mas, com o passar de mais de mil e quinhentos anos, o calendário juliano atrasou dez dias em relação ao ciclo do Sol. Para resolver esse problema o Papa Gregório promulgou um novo calendário, dando um salto no calendário do dia 4 de outubro de 1582 para o dia 15 de outubro de 1582, ou seja, as pessoas dormiram no dia 4 de outubro e acordaram no dia 15 de outubro. Os dias entre 5 e 14 de outubro de 1582 são conhecidos como “os 10 dias que nunca existiram”. Ainda em relação aos romanos, é importante ressaltar que eles chamavam o primeiro dia do mês de “calendas”, daí a origem da palavra “calendário”.
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Os sumérios e egípcios disputam o título de criador do calendário mais antigo, sendo eles os primeiros povos a deixar registros escritos dos seus calendários. Os mesopotâmicos desenvolveram um calendário lunar no segundo milênio antes de Cristo, por volta de 1700 a.C. Esse calendário evoluiu para um calendário lunissolar, com 360 dias. No Egito, o primeiro calendário também foi produzido no segundo milênio antes de Cristo, sendo um calendário solar, com 12 meses de 30 dias, e cinco dias no final do ano em que eram homenageados os deuses Hórus, Osíris, Set, Ísis e Néftis, totalizando 365 dias.
Apesar disso, provavelmente os calendários são muito anteriores ao aparecimento da escrita e monumentos de pedra em diversos lugares do mundo foram utilizados, provavelmente, como calendários. Um dos monumentos mais antigos produzidos pelo ser humano, e que provavelmente foi utilizado como calendário, é o monumento chamado “Warren Field”, construído na Escócia há cerca de 8 mil anos, 3 mil anos antes de Stonehenge. O monumento de Warren Field possui 12 buracos que os especialistas acreditam que foram utilizados como um calendário solar.
Diversos monumentos do tipo foram encontrados na Europa, Ásia, Oceania e até mesmo no Brasil, com o monumento descoberto no Amapá e que recebeu o apelido de Stonehenge Brasileiro. Esse monumento foi construído há mais de 2 mil anos.
Povos caçadores-coletores de todos os continentes compreendiam as mudanças que ocorriam durante o ano solar através da observação de fenômenos naturais periódicos, como a floração das plantas, piracemas, migração dos animais, início da neve, início do derretimento do gelo, entre outros. Com a agricultura os calendários se tornaram ainda mais necessários e foram sendo sucessivamente aperfeiçoados.
O desenvolvimento de calendários foi de fundamental importância para o desenvolvimento da civilização humana. Com os calendários os seres humanos passaram a prever quando o frio chegaria, quando se iniciaria o período das chuvas e quando se deveria plantar e colher cada cultivo.
Crédito de imagem
Fontes
BERGSON, Henri. A ideia de tempo. Editora UNESP, São Paulo, 2022.
PIMENTA, João Paulo. O livro do tempo: uma história social. Edições 70, Lisboa, 2021.