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Governo Itamar Franco

O Governo Itamar Franco foi iniciado logo depois de oficializado o impeachment de Fernando Collor de Mello, em dezembro de 1992. Esse curto governo ficou com a responsabilidade de estabilizar o país politicamente, após a crise do governo anterior, e foi o responsável por estabilizar a nossa economia por meio do Plano Real.

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Quem foi Itamar Franco?

Aqui neste texto, abordaremos rapidamente os feitos de Itamar Franco enquanto presidente do Brasil. No entanto, para compreendermos como esse político mineiro chegou à presidência, é importante conhecermos a sua trajetória política.

Itamar Franco ganhou certa projeção política no Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Foi nesse partido que Itamar Franco adquiriu uma de suas características marcantes: o apoio ao nacionalismo e ao desenvolvimentismo. A carreira política de Itamar Franco, por sua vez, começou antes da ditadura.

Na década de 1950, Itamar era filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Com o golpe de 1964 e a implantação do bipartidarismo, ele filiou-se ao mencionado MDB, partido em que deslanchou e foi eleito prefeito de Juiz de Fora em dois mandatos (1967-1971 e 1972-1973).

Em 1974, elegeu-se senador, tomando posse no começo de 1975 e sendo reeleito em 1982, ainda pelo PMDB (antigo MDB). Na década de 1980, com o fortalecimento de Tancredo Neves no interior do PMDB, Itamar Franco perdeu influência e abandonou o partido.

Esse abandono aconteceu, porque Itamar lançou-se à candidatura do governo de Minas Gerais pelo Partido Liberal (PL). Foi derrotado pelo seu principal oponente, Newton Cardoso, do MDB, por uma diferença de pouco mais de 300 mil votos. Depois da derrota, retomou o posto de senador e participou da elaboração da Constituição de 1988.

Chapa com Fernando Collor

Em 15 de março de 1990, Collor e Itamar Franco tomaram posse como presidente e vice-presidente do Brasil, respectivamente.[1]

Em 1989, Itamar Franco recebeu o convite de Fernando Collor para compor a chapa para a eleição presidencial daquele ano. Para isso, Itamar Franco abandonou o PL e juntou-se ao Partido da Reconstrução Nacional (PRN) e, assim, Fernando Collor lançou-se a presidente, e Itamar Franco, lançou-se a vice-presidente.

Fernando Collor era um candidato que apostava no neoliberalismo e na redução da ação do Estado da economia, tendo como uma das maiores de suas causas a privatização de empresas e a diminuição do número de funcionários públicos. Itamar Franco, por sua vez, era o oposto: era um político estatizante, que defendia o papel do Estado, apostava no desenvolvimentismo e no nacionalismo.

Ideologicamente, portanto, Collor e Itamar Franco não eram compatíveis, e os historiadores demonstram que a relação de ambos nunca foi das melhores, justamente por essas incompatibilidades. Ainda assim, o convite a Itamar Franco era importante para Collor na sua busca pela presidência.

Isso porque, Collor era um outsider (candidato que não é necessariamente um político tradicional e que possui um discurso antissistema que mobiliza a indignação popular) e, por conta disso, não era um dos grandes favoritos para vencer aquela eleição. Ele precisava do apoio de um político tradicional e conhecido e, por isso, o convite foi feito para Itamar Franco, pois uma aliança com ele poderia render milhares de votos em Minas Gerais, um dos colégios eleitorais mais importantes do Brasil.

A aliança deu certo, e a campanha promovida por Fernando Collor foi um sucesso absoluto: o resultado foi a vitória no segundo turno com 53% dos votos válidos. Collor e Itamar Franco tomaram posse em 15 de março de 1990. O governo de Collor, porém, foi desastroso, tanto politicamente quanto economicamente.

Impeachment de Collor

As primeiras denúncias contra Collor, divulgadas em 1992, o vinculavam diretamente com esquemas de corrupção relacionados à ação de PC Farias, o tesoureiro de sua chapa na eleição de 1989. Durante o governo, o presidente continuou utilizando esse dinheiro fruto de corrupção para pagar suas despesas pessoais.

Estima-se que, durante a campanha presidencial, PC Farias tenha obtido cerca de 60 milhões de dólares de dinheiro sujo e que, durante esse governo, o tesoureiro teria lavado, pelo menos, 300 milhões de dólares|1|. As denúncias contra Collor levaram à formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Por meio das investigações, foi decidido pelos membros do Legislativo, o afastamento do presidente em 29 de setembro de 1992 – Itamar Franco assumiu a presidência provisoriamente. Em 29 de dezembro de 1992, foi oficializado o impeachment de Collor e, assim, Itamar foi empossado como presidente do Brasil.

Governo de Itamar Franco

Com o impeachment de Collor, o vice-presidente Itamar Franco (no centro, usando óculos), assumiu a presidência do Brasil.[2]

O cenário que Itamar Franco assumiu o país era, no mínimo, conturbado. O primeiro presidente eleito popularmente após 21 anos de ditadura tinha sido derrubado por um impeachment. Então, politicamente o país precisava ser estabilizado, e a economia era uma pauta de urgência que precisava ser solucionada emergencialmente.

O Brasil estava em crise econômica desde o começo da década de 1980, e a inflação estava altíssima no período. Em 1992, a inflação tinha sido de 1119% e, em 1993, foi pior e alcançou 2477%. Entre o final de 1992 e meados de 1993, o governo tinha patinado na área da economia e nomeado alguns ministros que fracassaram no cargo – Gustavo Krause, Paulo Haddad e Eliseu Resende.

Em maio de 1993, Itamar Franco convidou Fernando Henrique Cardoso, sociólogo que seguia carreira política desde a década de 1980 e que, naquele momento, era o ministro das Relações Exteriores, para montar sua equipe no Ministério da Fazenda e tomar as ações necessárias para recuperar a economia do Brasil.

A atuação de FHC e sua equipe foi um dos momentos mais importantes da história recente do Brasil. FHC lançou o Plano Real e por meio dele a nossa economia foi, finalmente, estabilizada.

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Plano Real

O Plano Real é, provavelmente, o momento mais importante do governo de Itamar Franco. A equipe de FHC contava com economistas que estiveram envolvidos com outros planos econômicos que fracassaram e que tinham sido lançados nos governos anteriores. A diferença do Plano Real em comparação com outros planos foi que FHC evitou utilizar medidas de choque, como o congelamento de preços e salários, por exemplo.

O Plano Real ficou marcado por envolver a população no debate da economia. As propostas apresentadas à população eram explicadas de maneira a fazer com que todos entendessem o que estava sendo definido. Isso trouxe apoio popular ao novo plano econômico.

A implantação do Plano Real transcorreu, ao longo de 1993 e 1994, em três etapas. Depois da implantação integral do plano, os resultados começaram a ser vistos de maneira evidente. Em 1994, a inflação já tinha caído para 916% e, em 1995, já no governo de FHC, a inflação anual foi de 22%. Uma nova moeda também foi adotada: o real.

O sucesso do Plano Real gabaritou Fernando Henrique Cardoso à presidência. Em 1994, ele disputou eleição presidencial e venceu no primeiro turno, iniciando, assim, o primeiro de dois mandatos do político do PSDB.

Créditos das imagens

[1] Arquivo Senado Federal

[2] FGV/CPDOC

Notas

|1| SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 494-495.

Por Daniel Neves Silva

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