Francisco Franco foi um general espanhol que liderou um golpe contra o governo republicano da Espanha. Implantou uma ditadura que se estendeu por quase quatro décadas.
Francisco Franco foi um general espanhol que ficou conhecido internacionalmente por ter liderado um golpe militar que o levou ao poder da Espanha. Foi ditador do país durante quase quatro décadas, e seu regime ficou conhecido como franquismo. A ditadura de Franco ficou tachada por ser conservadora e por possuir, durante seus primeiros anos, características do fascismo.
Francisco Franco assumiu o poder da Espanha por meio da Guerra Civil Espanhola, que aconteceu entre 1936 e 1939. Nesse conflito, militares e conservadores rebelaram-se contra a república espanhola e iniciaram a tomada do poder via armada. Do outro lado, estavam diversos grupos que defendiam a república, como socialistas e anarquistas.
Durante a guerra, Francisco Franco e seu grupo de aliados, chamado Movimento Nacional, contaram com o apoio da Alemanha nazista e da Itália fascista. Além do suporte ideológico, esses países cederam armamentos e soldados para ajudar na luta contra os republicanos.
Em 1939, Francisco Franco assegurou sua vitória na guerra. Com isso, a Segunda República espanhola teve fim, e a monarquia foi restaurada na Espanha. Uma vez no poder, Franco manteve uma ditadura conservadora e nacionalista até a sua morte, em 1975.
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Francisco Paulino Hermenegildo Teódulo Franco Bahamonde nasceu no dia 4 de dezembro de 1892, na cidade de Ferrol, localizada na Galícia, região noroeste da Espanha. A família de Franco possuía grande tradição na Marinha espanhola, por isso, a intenção de Franco era seguir a mesma carreira. No entanto, sua aplicação para a Escola Naval da Armada foi negada em 1907.
Com isso, nesse mesmo mesmo ano, Franco ingressou na Academia de Infantaria. Cinco anos depois, em 1912, Franco foi enviado à África para atuar na Guerra de Melilla. Sua estadia nesse continente durou anos e foi extremamente benéfica para sua carreira militar: em dez anos, tornou-se um dos generais mais jovens de toda a Europa.
Durante sua ascensão, Franco ocupou cargos importantes: em 1923, assumiu o comando da Legião Espanhola; em 1928, tornou-se diretor da Escola Militar, localizada em Saragoça. A ascensão da carreira de Franco aconteceu, principalmente, durante a ditadura de Primo Rivera, implantada na Espanha em 1923 por meio de um golpe.
A ditadura conservadora de Rivera estendeu-se até 1930, quando o então ditador abandonou o poder da Espanha. Apesar de ideologicamente alinhado com a ditadura de Rivera, o general Franco não teve participação no golpe de 1923.
Após a saída de Rivera, foi proclamada a Segunda República Espanhola. Enquanto a Espanha era governada por uma coalizão de centro-direita, Franco manteve-se indiferente em relação à república espanhola. No entanto, a partir do momento em que a esquerda assumiu o poder da Espanha, em 1936, Franco iniciou uma conspiração contra o governo.
Nessa época, Franco era comandante militar nas Canárias, ilhas localizadas no Mar Mediterrâneo, onde manteve contato com outros nomes das forças armadas da Espanha. Dessa forma, organizou uma rebelião contra o governo republicano.
O golpe contra o presidente Manuel Azaña Diaz iniciou-se em 18 de julho de 1936. Enquanto o golpe era realizado na Espanha, Franco deslocou-se das Canárias para o Marrocos e, depois, para a Espanha Continental. No desenrolar dos acontecimentos, Franco foi escolhido como chefe de Estado da Espanha, consolidando o golpe.
Seguiu-se, então, uma reação da Frente Popular contra os nacionalistas, defensores da Segunda República e de Franco, respectivamente.
Em 1936, Francisco Franco já governava uma parte do território espanhol. O restante da Espanha foi conquistada gradativamente pelas tropas nacionalistas ao longo da Guerra Civil Espanhola, que se iniciou em 1936 e teve fim em 1939.
Após vencer a guerra, Franco consolidou sua posição como soberano da Espanha, governando o país de maneira ditatorial. É importante mencionar que a vitória de Franco na guerra só foi possível graças ao apoio oferecido por alemães e italianos, que cederam armamentos e soldados para lutarem pelos nacionalistas espanhóis.
Nesse momento, percebemos que a sustentação ideológica do regime de Franco estava ancorada nos regimes nazifascistas. Por esse motivo, o franquismo é caracterizado por muitos historiadores como um governo fascista. Essa faceta do regime de Franco estendeu-se até o final da Segunda Guerra Mundial. Após a derrota do Eixo, Franco foi obrigado a promover mudanças em seu regime a fim de mascarar qualquer influência do fascismo em seu governo.
Mesmo após a Segunda Guerra, o franquismo seguiu como um governo ditatorial, promovendo a perseguição de seus opositores e defendendo ideais conservadores. Durante as quatro décadas em que esteve no governo espanhol, Franco concentrou todo o poder em si, promoveu o nacionalismo extremo e perseguiu minorias étnicas do país, como galegos, bascos e catalães.
A ditadura de Franco foi um regime antidemocrático e antiliberal marcado pela existência de um só partido (o do governo). O franquismo também teve um forte alinhamento ideológico com a Igreja Católica.
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Na década de 1970, os problemas de saúde do ditador espanhol já se mostravam graves demais. Com isso, a Espanha começou a organizar a transição do poder com o objetivo de realizar a abertura política do país, retomando a democracia. Durante essa transição, Juan Carlos Borbón foi escolhido por Franco como seu sucessor.
Em novembro de 1975, Franco sofreu um infarto e passou por diversas cirurgias, que o levaram ao coma. Franco sobreviveu com a ajuda de aparelhos até 1975, quando sua família e a junta médica que o atendia optaram por desligar os equipamentos que o mantinham vivo. A morte de Francisco Franco ocorreu no dia 20 de novembro de 1975, marcando o fim da ditadura franquista.
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