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Cortina de ferro

Cortina de ferro foi uma expressão utilizada durante a Guerra Fria para se referir ao bloco de países sob a influência soviética no continente europeu.

Mapa com a divisão da Europa após a 2ª Guerra Mundial, com a delimitação da Cortina de Ferro. Divisão da Europa após a 2ª Guerra. Em vermelho, os países que estavam sob domínio do socialismo; em roxo, os que estavam sob domínio do capitalismo.

Cortina de ferro foi uma expressão utilizada por Winston Churchill, ex-primeiro-ministro britânico, durante um discurso realizado nos Estados Unidos para se referir ao conjunto de nações do Leste Europeu que estavam sob a influência da União Soviética. A expressão revela a influência da disputa ideológica durante a Guerra Fria.

A cortina de ferro continha nove países. O controle da União Soviética sobre alguns desses países se ampliou por meio de medidas como o Comecon, programa de auxílio econômico para as nações do Leste Europeu, e o Pacto de Varsóvia, aliança militar assinada em 1955.

Leia também: Declaração Universal dos Direitos Humanos — uma reposta às atrocidades da 2ª Guerra

Resumo sobre a cortina de ferro

  • É uma expressão que foi usada para se referir às nações do Leste Europeu sob influência do governo soviético.

  • Esse grupo era formado por nove nações, nem todas aliadas dos soviéticos.

  • A expressão foi popularizada por Winston Churchill durante um discurso nos Estados Unidos em 1946.

  • O controle da União Soviética sobre essas nações socialistas se ampliou por meio de medidas como o Comecon e o Pacto de Varsóvia.

O que foi a cortina de ferro?

A cortina de ferro foi uma expressão utilizada durante o contexto da Guerra Fria para se referir à barreira ideológica que existia no continente europeu entre as nações da Europa Ocidental, influenciadas pelo capitalismo, e as nações do Leste Europeu, influenciadas pelo socialismo.

Esse termo era uma expressão de cunho pejorativo usada para fazer menção às nações que pertenciam ao bloco socialista. Esse bloco se estabeleceu no Leste Europeu como consequência do avanço da União Soviética sobre essa região durante os anos da Segunda Guerra Mundial. Os governos socialistas nesses locais eram diretamente influenciados pelo governo soviético.

O bloco soviético se consolidou no final da década de 1940 e ao longo da década de 1950, com algumas ações soviéticas contribuindo para que o bloco fosse cada vez mais controlado pelos soviéticos. Em 1949, a URSS estabeleceu o Comecon, programa de auxílio econômico às nações socialistas, como resposta ao Programa Marshal, implantado pelos Estados Unidos.

Além disso, em maio de 1955, foi estabelecido o Pacto de Varsóvia, que estabelecia uma aliança militar entre a União Soviética e algumas nações socialistas da Europa. Essa aliança também foi uma resposta a uma ação dos Estados Unidos — a fundação da Otan, uma aliança militar com algumas nações do Atlântico Norte.

O Pacto de Varsóvia ampliou o controle soviético sobre o bloco socialista porque permitia que tropas soviéticas pudessem ser instaladas lá. Ao longo da Guerra Fria, os soviéticos intervieram diretamente na Hungria e na Tchecoslováquia.

Veja também: Como se formou a União Soviética?

Qual a origem da expressão “cortina de ferro”?

Winston Churchill foi o responsável por popularizar o termo “cortina de ferro” para referir-se ao bloco socialista.[1]

A origem do termo “cortina de ferro” é atribuída ao ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill. No dia 5 de março de 1946, durante um discurso que fazia no Westminster College, em Fulton, Missouri, nos Estados Unidos, ao se referir às regiões sob influência soviética, Churchill afirmou que uma cortina de ferro se abatia sobre parte da Europa. Ainda assim, existem indícios de que ela já vinha sendo usada por outras figuras políticas da época.

Quais países faziam parte da cortina de ferro?

A cortina de ferro representava as nações que pertenciam ao bloco socialista. Embora nem todas as nações desse bloco fossem aliadas da União Soviética, as nações que estavam na cortina de ferro foram as seguintes:

  • Alemanha Oriental;

  • Tchecoslováquia;

  • Polônia;

  • Hungria;

  • Iugoslávia;

  • Albânia;

  • Romênia;

  • Bulgária;

  • União Soviética.

O que foi a Guerra Fria?

A cortina de ferro foi uma expressão inserida no contexto da Guerra Fria, conflito político-ideológico travado entre os Estados Unidos, ideologicamente uma nação capitalista, e a União Soviética, ideologicamente uma nação socialista. Esse embate se deu em diversas áreas, como na economia, tecnologia, geopolítica, esportes, artes, entre outras.

Tal cenário criou uma ordem mundial polarizada, na qual a União Soviética tinha uma forte influência sobre as nações socialistas e os Estados Unidos influenciavam diretamente nações capitalistas. Ao longo desse período, uma série de conflitos indiretos foram travados entre as duas nações, como a Guerra do Vietnã e a Guerra do Afeganistão de 1979.

Saiba mais: Guerra da Coreia — o primeiro grande conflito da Guerra Fria

Muro de Berlim e a queda da cortina de ferro

A barreira ideológica que separava os países que pertenciam ao bloco socialista, em determinados momentos, se transformou em estruturas que de fato separavam nações vizinhas de orientações ideológicas distintas.

Sem dúvidas, um dos grandes símbolos dessa divisão foi o Muro de Berlim, construído em 1961 com o objetivo de isolar a cidade de Berlim Ocidental, capital da Alemanha Ocidental (capitalista). Isso porque, entre 1948 e 1961, um grande fluxo de pessoas abandonou a Alemanha Oriental para se fixar em Berlim Ocidental.

Essa fuga prejudicava a Alemanha Oriental, pois perdia mão de obra qualificada. Os motivos que explicam essa fuga são o maior desenvolvimento econômico da Alemanha Ocidental, graças ao sucesso do Plano Marshall, e a maior liberdade individual lá existente. Com isso, os governos da Alemanha Oriental e da União Soviética resolveram fechar o cerco.

O Muro foi construído rapidamente, do dia 12 para o dia 13 de agosto de 1961, e uma superestrutura de segurança foi desenvolvida nos anos seguintes para garantir que as pessoas não se mudassem para a capital da Alemanha Ocidental. O Muro de Berlim foi derrubado pela população alemã em 1989, dando início à reunificação da Alemanha e levando também à queda o bloco socialista.

Créditos das imagens

[1] JessicaGirvan e Shutterstock

[2] Wikimedia Commons (reprodução)

Por Daniel Neves Silva

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