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Causas da Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial foi o maior conflito da história e teve como causa direta o expansionismo germânico ao longo da década de 1930.

Mussolini e Hitler, líderes do fascismo e nazismo, cuja ascensão foi uma das causas da Segunda Guerra Mundial. A ascensão do fascismo e nazismo contribuiu para o início da Segunda Guerra Mundial.

As causas da Segunda Guerra Mundial se deram pelo Entreguerras e as tensões após a Primeira Guerra Mundial. A forte crise econômica que se abateu na Europa após a Primeira Guerra fortaleceu movimentos ultraconservadores. O cenário do pós-guerra, com crise econômica e avanço do socialismo, fez com que movimentos ultraconservadores, como o fascismo e nazismo, surgissem. O expansionismo germânico também foi fundamental para o início desse conflito, tendo na invasão da Polônia o seu estopim.

A Segunda Guerra Mundial foi o maior conflito da história da humanidade e estendeu-se de 1939 a 1945, deixando o tenebroso saldo de, aproximadamente, 60 milhões de mortos.

Leia mais: Quais foram as causas da Primeira Guerra Mundial?

Resumo sobre causas da Segunda Guerra Mundial

  • A Segunda Guerra Mundial se estendeu de 1939 a 1945, sendo o maior conflito da história da humanidade.
  • Esse conflito foi resultado do Entreguerras e das tensões que se construíram após a Primeira Guerra Mundial.
  • A forte crise econômica que se abateu na Europa após a Primeira Guerra, sobretudo a partir de 1929, fortaleceu movimentos ultraconservadores.
  • O cenário do pós-guerra, com a crise econômica e o avanço do socialismo, fez com que movimentos ultraconservadores, como o fascismo e nazismo, surgissem.
  • O expansionismo germânico também foi fundamental para o início desse conflito, tendo na invasão da Polônia o seu estopim.

Videoaula sobre Segunda Guerra Mundial: antecedentes

Quais foram as causas da Segunda Guerra Mundial?

A Segunda Guerra Mundial é entendida pelos historiadores como um conflito que foi causado por uma série de questões que envolvem a crise econômica, social e política que emergiu na Europa após a Primeira Guerra Mundial; a emergência de movimentos políticos extremistas, sobretudo de extrema-direita, como o nazismo; e a expansão da Alemanha, como veremos adiante.

  • A crise da Europa no Entreguerras

Após a Primeira Guerra, a alemã enfrentou uma terrível crise de hiperinflação, que desvalorizou a moeda do país.

A Segunda Guerra Mundial é resultado, em grande parte, do que ficou mal resolvido da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) ou de questões que surgiram ou foram agravadas por conta desse conflito. A relação é muitas vezes tão direta que existem historiadores que consideram os dois conflitos como uma grande guerra que teve apenas um intervalo de 30 anos, embora essa visão não seja compartilhada pela maioria desses profissionais.

O Entreguerras é o período ocorrido entre o fim da Primeira Guerra e o início da Segunda Guerra. Esse período ficou marcado por transformações geopolíticas profundas, por uma forte crise econômica, pelo enfraquecimento da democracia liberal e pelo fortalecimento de regimes autoritários.

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Depois da Primeira Guerra, o mapa europeu foi redefinido e uma série de nações, como a Polônia, surgiram. O caso da Polônia era simbólico porque ela surgiu em territórios que anteriormente eram dos russos e dos alemães. O ódio por esse país fez as duas nações cooperarem entre si na invasão e divisão dele posteriormente. Essa invasão ainda foi o estopim da Segunda Guerra, como veremos mais adiante.

A destruição causada pela Primeira Guerra impulsionou o número de miseráveis no continente europeu e trouxe crise econômica para muitos países, sobretudo a Alemanha. A crise econômica da Alemanha é resultado direto das perdas que esse país teve durante a Primeira Guerra, sendo que a República de Weimar (1919-1933) foi afetada por uma crise de hiperinflação.

Esse cenário de pobreza e destruição fez com que os movimentos socialistas se fortalecessem consideravelmente pelo continente europeu. O temor a respeito do socialismo fez com que várias pessoas apoiassem movimentos autoritários de extrema-direita em diversos países. Com isso, progressivamente, nações europeias caíram em regimes autoritários: Polônia, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Áustria etc.

Esses movimentos autoritários tiveram seu crescimento reforçado quando a Crise de 1929 estourou e fez milhares de pessoas irem à falência e o desemprego disparar. Na Alemanha, por exemplo, o desemprego, no auge da crise econômica, alcançou alarmantes 44% da classe trabalhadora do país, segundo levantamento do historiador Eric Hobsbawm.|1|

Foi nesse cenário caótico que nasceu a Segunda Guerra Mundial, mas, para entendermos completamente as razões que levaram ao início do conflito, é fundamental acompanhar o processo político que a Alemanha viveu nesse período e que levou os nazistas ao poder.

  • Ascensão do nazismo

O nazismo é fruto da derrota alemã na Primeira Guerra Mundial e de uma série de ideologias radicais que estavam presentes na sociedade alemã desde o século XIX. Em 1918, a Alemanha estava à beira do colapso, e então os social-democratas tomaram o poder do país e negociaram a rendição alemã. Parte considerável da nação nunca aceitou a derrota e, depois da guerra, passou a adotar teorias conspiratórias para justificar a rendição.

Essas teorias, que circulavam fortemente em grupos da extrema-direita, defendiam que a rendição alemã foi parte de um complô de bolcheviques e judeus para humilhar o país. Os termos duros impostos pelo Tratado de Versalhes e toda a desorganização do país no período 1919-1933 contribuíram para que discursos autoritários, como o nazista, ganhassem força no país.

O nazismo surgiu em 1919, passando a ser conhecido como Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães a partir de 1920. Adolf Hitler foi uma das figuras que aderiram ao partido assim que ele surgiu e foi por meio de Hitler que o nazismo foi conquistando espaço na Alemanha.

Ele se tornou uma figura popular na década de 1920 por conta de sua oratória, foi preso por tentar realizar um golpe na Baviera, escreveu um livro na prisão que resumia sua ideologia extremista, e, quando saiu da cadeia, iniciou o processo de crescimento do nazismo que o levou ao poder.

Quando os nazistas assumiram o poder da Alemanha, em 1933, imediatamente começaram a silenciar seus opositores. Uma vez estabelecidos com poderes absolutos, passaram a fortalecer o país para então impor os seus objetivos pela Europa. O primeiro passo era desafiar o Tratado de Versalhes.

Esse tratado era chamado pelos nazistas de diktat, expressão que passava a ideia de algo que era imposto à força. O primeiro passo dos nazistas em desafio a esse tratado foi reorganizar o exército alemão. Até então os alemães não podiam ter mais de 100 mil soldados e eram proibidos de ter marinha e aviação de guerra.

Os alemães deram a segunda demonstração de que não respeitariam o tratado quando remilitarizaram a Renânia, em 1936. Essa era uma região de fronteira entre França e Alemanha que deveria permanecer desmilitarizada, mas os alemães desafiaram britânicos e franceses ao enviaram tropas para lá.

A conivência de britânicos e franceses nessas situações incentivou Hitler a dar outro passo importante para seus objetivos: a expansão territorial. Esse foi o fator direto que deu início ao conflito mundial e veremos como o expansionismo alemão contribuiu para o início da Segunda Guerra Mundial.

  • Expansionismo germânico

Habitante da Checoslováquia chora com a chegada dos nazistas ao seu país.[1]

O expansionismo e a guerra eram elementos centrais da ideologia nazista. Uma vez que o país estava militarmente fortalecido, os alemães partiram para a conquista de territórios, e os dois primeiros alvos foram Áustria e Checoslováquia. A primeira foi anexada à nação alemã, em 1938, em um episódio conhecido como Anschluss.

A situação da Checoslováquia, por sua vez, criou certa tensão entre alemães, britânicos e franceses. O recorrente expansionismo dos germânicos incomodou Reino Unido e França quando ambos demonstraram interesse em uma região da Checoslováquia chamada Sudetos. Para resolver isso, foi organizada a Conferência de Munique, em 1938.

Nessa conferência, Chamberlain e Daladier, primeiros-ministros do Reino Unido e da França, respectivamente, impuseram a chamada política de apaziguamento. Nela, eles permitiram a anexação da Checoslováquia pelos alemães em troca de um compromisso assinado por Adolf Hitler de que ele não teria novas exigências territoriais.

Por que britânicos e franceses mantinham essa postura ponderada e conivente com Adolf Hitler, mesmo ele tendo desafiado as duas nações diversas vezes? Isso se explica pelo fato de que a experiência da Primeira Guerra tinha sido muito traumática para essas duas nações, que passaram a fazer o que fosse preciso para evitar um novo conflito contra os alemães.

Hitler blefou na Conferência de Munique, e, já em 1939, a Polônia tornou-se o alvo da vez. A ideia do ditador alemão era formar o “espaço vital” — território que julgava ser necessário para que os alemães (chamados de arianos por ele) pudessem viver. Esse espaço, em geral, localizava-se em territórios da Europa Central e do Leste Europeu.

  • Início da Segunda Guerra Mundial

A invasão da Polônia, em 1939, marcou o início da Segunda Guerra Mundial.

Em 1939, a bola da vez dos nazistas era a Polônia. A retórica alemã contra os poloneses endureceu-se e deixou claro os objetivos nazistas de expansão pelo território polonês. Para resguardar-se, os poloneses conseguiram acordos com britânicos e franceses para que seu país fosse defendido por ambos, caso a Alemanha atacasse-os.

Hitler, porém, não esperava que britânicos e franceses cumprissem suas promessas de declarar guerra caso a Polônia fosse invadida. Os alemães então forjaram um ataque polonês em uma rádio alemã na região fronteiriça e, em 1º de setembro de 1939, invadiram a Polônia. No dia 3, britânicos e franceses declaravam guerra contra a Alemanha e, assim, iniciava-se a Segunda Guerra Mundial.

Leia mais:  Crise de 1929 — a maior crise econômica da história dos Estados Unidos e do capitalismo 

Contexto histórico da Segunda Guerra Mundial

Como mencionado, a Segunda Guerra Mundial foi um conflito que se desenvolveu no Entreguerras. A Primeira Guerra Mundial se encerrou, em 1918, com a rendição alemã, causando uma série de transformações no continente europeu. A Alemanha passou por transformações políticas e uma enorme agitação social, além de perder territórios e sofrer com as imposições do Tratado de Versalhes.

Uma crise econômica se espalhou por diversos países e tensões relacionadas às consequências da guerra se tornaram perceptíveis. Esse cenário de crise foi acompanhado pelo avanço do socialismo, principalmente depois do sucesso de uma revolução socialista na Rússia, mas esse avanço gerou uma reação ultraconservadora.

Essa reação ultraconservadora deu origem ao fascismo enquanto movimento político que se manifestou por meio do fascismo italiano e do nazismo, este na Alemanha. Esses movimentos políticos assumiram o poder em seus países, estabelecendo ditaduras totalitárias que ampliaram a instabilidade do continente.

Na década de 1930, a situação no planeta escalou e a tensão diplomática entre diversas nações aumentou. A década de 1930 ficou marcada por um grande número de conflitos que demonstram exatamente que o mundo caminhava na direção de um conflito em escala global. Alguns dos conflitos dessa década foram:

  • Invasão da Etiópia por tropas italianas, em 1935;
  • Invasão da China pelo Japão, em 1931;
  • Segunda Guerra Sino-Japonesa, a partir de 1937;
  • Guerra Civil Espanhola, entre 1936 e 1939;
  • Invasão da Albânia pelos italianos, em 1939;
  • Conflitos entre soviéticos e japoneses na Mongólia, em 1939.

Consequências da Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial teve seis anos de duração, de 1939 a 1945. Foi o maior conflito da história da humanidade em número de mortos, mas também de dimensão de destruição e intensidade. Após esses seis anos de conflito, inúmeras consequências foram percebidas:

  • Morte de mais de 60 milhões de pessoas.
  • Execução do Holocausto, um dos maiores genocídios da história e que foi responsável pela morte de seis milhões de pessoas.
  • Estabelecimento de uma ordem bipolar no mundo, entre Estados Unidos e União Soviética, e início da Guerra Fria.
  • Destruição material e econômica do continente europeu (mas não somente dele), que precisou passar por um enorme processo de reconstrução.
  • Criação da ONU e surgimento dos Direitos Humanos como ferramentas de promoção da paz e do respeito à dignidade do ser humano.
  • Enfraquecimento das grandes potências europeias e início do processo de descolonização das nações da África e Ásia.

Exercícios sobre as causas da Segunda Guerra Mundial

Questão 01

A invasão de qual país é considerada o evento estopim que determinou o início da Segunda Guerra Mundial:

a) Checoslováquia

b) Áustria

c) União Soviética

d) Países Baixos

e) Polônia

Resposta: Letra E

A invasão da Polônia, em 1º de setembro de 1939, foi o estopim da Segunda Guerra Mundial. Essa ação militar germânica fez com que França e Reino Unido declarassem guerra à Alemanha.

Questão 02

Selecione a alternativa correta que aborda conflitos que aconteceram no período Entreguerras e que contribuíram para construir a tensão internacional que resultou na Primeira Guerra Mundial:

a) Guerra Civil Espanhola

b) Segunda Guerra Sino-Japonesa

c) Batalha de Khalkhin Gol

d) Segunda Guerra Ítalo-Etíope

e) Todas as alternativas acima

Letra E

Todas as alternativas trazem conflitos que aconteceram durante o período Entreguerras, evidenciando a grande tensão política e militar existente no planeta antes mesmo da Segunda Guerra Mundial se iniciar.

Créditos da imagem

[1] Everett Collection e Shutterstock

Fontes

HASTINGS, Max. O mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012.

BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Por Daniel Neves Silva

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