A arte rupestre são as obras de arte produzidas pelos hominídeos na Pré-História, destacando-se as pinturas e as gravuras.
A arte rupestre é como conhecemos a produção artística produzida pelos hominídeos na Pré-História. Esse tipo de arte ficou caracterizado, sobretudo, pelas pinturas e gravuras que eram feitas nas paredes das cavernas, que abrigavam os grupos de hominídeos no período.
A arte rupestre é um dos registros mais importantes da Pré-História humana e não há um consenso entre os historiadores acerca de sua finalidade. Alguns entendem que ela cumpria papel social, outros acreditam em uma função ritualística e religiosa, e outros, ainda, que se tratava do registro da arte pela arte.
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A arte rupestre é como conhecemos a produção artística dos hominídeos durante a Pré-História. Nesse sentido, podemos estar nos referindo às pinturas rupestres como também às gravuras e outros tipos de arte. Essas obras pertencem aos períodos Paleolítico e Neolítico da Pré-História.
Atualmente, evidências atuais apontam que a arte rupestre surgiu por volta de 40.000 a.C. As peças mais recentes remontam a cerca de 8000 a.C.
A arte rupestre, sobretudo as pinturas, foi retratada com diversos materiais que os hominídeos poderiam obter na natureza. Entre os itens, estavam: sangue, cera, resina vegetal, clara de ovo, excrementos, gordura animal, carvão, entre outros.
Quando falamos de arte rupestre, estamos falando de vários tipos de obras. Entre eles, destacaram-se:
Outras artes que os povos pré-históricos produziram foram as construções megalíticas, como Stonehenge (Inglaterra) e Cromeleque dos Almendres (Portugal); mas também pequenas esculturas, como as estatuetas de Vênus, produzidas entre 40.000 a.C. e 10.000 a.C.
A arte de rupestre foi produzida nas cavernas, que abrigavam os seres humanos no período pré-histórico. Essas obras de arte retratavam o cotidiano dos hominídeos, trazendo cenas de caças, com animais isolados ou em bando, de rituais, de celebrações, de atos sexuais etc.
Os hominídeos usavam instrumentos e materiais que estavam ao seu alcance para realizar suas obras de arte, e se valiam, preferencialmente, de formas geométricas para compor seus desenhos. Essas obras são encontradas em todas as partes do planeta, e a datação delas é feita pelos pesquisadores por meio da técnica do carbono-14.
As pinturas rupestres são uma importante fonte histórica que nos permitiu ampliar o conhecimento sobre a vida dos hominídeos durante o Paleolítico e o Neolítico. Essas pinturas retratam:
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Atualmente não existe um consenso na historiografia a respeito dos objetivos da arte rupestre, pois existem diversos objetivos e motivos levantados pelos pesquisadores. Existem historiadores que entendem que os registros eram feitos livremente e tinham o objetivo de dar vazão a essa liberdade e criatividade artística dos hominídeos.
Outros apontam que havia uma finalidade para a arte rupestre, com muitos entendendo-a como parte de rituais hominídeos que poderiam cumprir funções religiosas, como a de criar uma conexão do ser humano com a natureza ou a de estreitar os laços sociais entre os indivíduos de um grupo.
Outro grupo de historiadores, ainda, sustenta que a arte rupestre era parte de um ritual visto pelos hominídeos como o responsável por garantir-lhes fertilidade e sucesso na caça.
O Brasil tem um grande acervo de arte rupestre, sendo que essas produções aqui foram feitas por seres humanos de até 10 mil anos atrás. O principal sítio de arte rupestre é o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. No entanto, existem outros acervos, como:
A descoberta de novos sítios arqueológicos com arte rupestre continua no Brasil. Um exemplo aconteceu em Goiás, quando um sítio arqueológico com pinturas rupestres foi descoberto nas proximidades de Montes Claros de Goiás, em 2019. O local foi reconhecido como um sítio arqueológico em 2022.
Entre os sítios arqueológicos que têm importantes pinturas rupestres, destacam-se os seguintes:
A arte rupestre é uma descoberta recente e foi somente no século XIX que esse tema passou a ser relevante para os pesquisadores. Uma das figuras mais importantes nesse processo foi o arqueólogo amador Marcelino Sanz de Santuola. Ele era dono das terras onde fica o sítio arqueológico de Altamira, na Espanha.
Santuola descobriu as pinturas rupestres no interior de cavernas em 1879, publicando sua descoberta em um trabalho acadêmico em 1880. A princípio, as descobertas de Altamira foram rejeitadas por muitos arqueólogos e consideradas fraudes, mas, décadas depois, foram consideradas legítimas.
Créditos da imagem
[1]Commons | Rodrigo Correia
[2]Commons
Fontes
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