A zona rural é um recorte espacial no qual há baixa concentração populacional, e o espaço é marcado pela presença de trechos naturais, que não foram alterados pelo homem.
Zona rural é um recorte espacial que tem como característica a baixa concentração de pessoas e de edificações, expandindo-se por uma área ampla em que é possível observar trechos pouco alterados pela ação humana, isto é, naturais. Na zona rural se desenvolvem atividades econômicas importantes, como a agropecuária, o extrativismo e a geração de eletricidade, responsáveis pelo fornecimento de alimentos e insumos para a sociedade.
Apesar da sua importância para a estrutura espacial e econômica, bem como para a população de um território, observa-se problemas — como desmatamento, poluição, queimadas e deficit de infraestrutura de serviços — que são comuns na zona rural do Brasil e de outros países.
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Zona rural é um recorte espacial que tem como aspecto principal a baixa concentração de pessoas e de edificações, com grande presença de áreas naturais. A constituição da zona rural muda consideravelmente de território para território, haja vista a particularidade da organização espacial de cada um deles.
As características da zona rural nos permitem identificá-la no arranjo espacial de um território, diferenciando-a das zonas urbana e periurbana (ou franja urbana). Alguns dos principais atributos da zona rural são os seguintes:
Como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforça, o espaço rural sofreu muitas modificações nos últimos anos e, por isso, ele pode apresentar determinados elementos que se confundem com os da zona urbana. Isso significa que o meio rural pode conter pequenos núcleos urbanizados e alguns fragmentos naturais, mas nem por isso deixa de ser classificado como tal.
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As atividades econômicas mais comumente associadas à zona rural são aquelas que envolvem o setor agropecuário, o que contempla a agricultura (comercial e de subsistência) e a pecuária. Os extrativismos mineral, vegetal e animal são igualmente realizados no meio rural. Todas essas atividades pertencem ao setor primário da economia.
A geração de energia elétrica, tão importante para a vida cotidiana no campo e na cidade, acontece, também, na zona rural, especialmente quando tratamos das hidrelétricas.
Com a modernização do campo, fenômeno esse vivenciado no Brasil e em outros países emergentes e industrializados, observa-se, hoje, um conjunto muito amplo de atividades econômicas desempenhadas no meio rural. Tais atividades, muitas vezes, fogem ao escopo do setor primário, como é o caso de algumas indústrias de processamento de matérias-primas e de alimentos.
Vimos anteriormente que existem diversas zonas rurais, tendo em vista que cada território apresenta uma organização espacial própria que confere aos seus espaços aspectos muito particulares. Ainda assim, é possível identificar problemas comuns em todos eles. Alguns desses problemas são:
A zona rural sempre foi um recorte espacial muito importante para a sociedade. A princípio, era nesse espaço que a vida humana acontecia preferencialmente, e mesmo as pequenas vilas que iam surgindo dependiam muito da zona rural para a sua manutenção. Ela ocupava, portanto, a principal posição hierárquica no ordenamento espacial dos territórios.
Com a industrialização e o desenvolvimento dos centros urbanos, a zona rural deixou o papel de protagonismo e passou a ser vista apenas como fornecedora de matérias-primas e de alimentos para as cidades. Estas, em contrapartida, concentravam todos os tipos de atividades e serviços necessários para a população, e o campo se tornou um mero coadjuvante.
A relação entre o campo e a cidade se transformou, mais uma vez, com a Revolução Verde, que aconteceu a partir da segunda metade do século XX nos países desenvolvidos, inicialmente, e posteriormente nos países emergentes. A modernização técnica da zona rural promoveu o reordenamento espacial produtivo nos países onde foi implementada, fazendo com que o campo e a cidade assumissem o papel de complementaridade e de equivalência em termos de importância.
A zona rural brasileira passou por um intenso processo de transformação a partir de meados do século XX. Até então, a maior parte da população do Brasil se concentrava no campo, desempenhando atividades que eram a base econômica do país. Com o avanço da industrialização e as mudanças introduzidas no meio social a partir da década de 1950, a população do campo começou a diminuir gradualmente, enquanto a população urbana cresceu. Nos anos 1970, o Brasil passou a ser um país urbanizado.
Esse êxodo rural descrito acima foi impulsionado, também, pela modernização técnica trazida pela Revolução Verde. Ao mesmo tempo que as atividades econômicas do campo se tornaram mais eficazes com a mecanização, muitas pessoas perderam o trabalho e tiveram que partir em busca de oportunidade no meio urbano. Na mesma época, introduziu-se, ainda, o agronegócio, que proporcionou a gradual internacionalização da produção agropecuária brasileira.
A zona rural brasileira é, hoje, marcada pela dualidade entre a agropecuária moderna voltada para a exportação e a agricultura e pecuária de subsistência. Junto disso temos os problemas estruturais, cujas raízes históricas remontam ao período colonial, que tornam a zona rural do Brasil um espaço desigual e repleto de conflitos pela posse da terra e pelo controle dos recursos naturais.
Zona rural |
Zona urbana |
Recorte do espaço caracterizado pela baixa concentração de pessoas e edificações, e onde se realizam predominantemente atividades do setor primário da economia. Apresenta baixo dinamismo socioeconômoco e espacial e ampla extensão territorial. |
Recorte do espaço caracterizado pela elevada concentração de pessoas e edificações, e onde se concentram as atividades dos setores secundário e terciário da economia. Apresenta elevado dinamismo socioeconômico e espacial e menor extensão territorial. |
A zona rural é muito importante para a economia e para a sociedade como um todo. No meio rural são produzidos os alimentos que nós consumimos no dia a dia, desde frutas e verduras até ovos, carnes e leite. As atividades econômicas desenvolvidas no campo fornecem recursos e insumos para as indústrias, estejam estas na zona rural ou na zona urbana. Ainda sobre economia, países como o Brasil são dependentes da produção agropecuária e extrativista para as relações comerciais com outras economias nacionais.
O campo é fundamental, também, para a preservação do meio ambiente e para a manutenção de uma parte muito importante da história e da cultura dos países, uma vez que é nele onde vivem algumas das comunidades tradicionais e originárias desses territórios, como, no Brasil, é o caso dos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e outros.
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Questão 1
(Famema) A concentração fundiária, a mecanização do campo e a facilidade de acesso aos serviços sociais nas cidades brasileiras explicam:
A) a desmetropolização.
B) o êxodo urbano.
C) a transição demográfica.
D) o êxodo rural.
E) a conurbação.
Resolução: Alternativa D
As transformações na zona rural brasileira e problemas históricos, como a concentração de terras, explicam o fenômeno do êxodo rural.
Questão 2
(IFBA) Sobre o processo de modernização do meio rural, é correto afirmar que:
A) com o aumento das áreas cultivadas, surgiu a agricultura de precisão, que permite o conhecimento detalhado da lavoura, por meio de sinais de satélite e softwares.
B) o aumento da produtividade veio acompanhado do desenvolvimento socioeconômico do meio rural, com diminuição da concentração fundiária e da dependência tecnológica.
C) a disseminação de sementes melhoradas e de insumos industriais permitiu a elevação da produtividade e a redução expressiva dos impactos ambientais no meio rural.
D) a revolução verde caracterizou-se pelo aumento do controle humano sobre os processos naturais e pelo domínio de técnicas que aumentaram a produtividade, gerando benefícios significativos ao meio ambiente.
E) a intensa mecanização levou à ampliação do trabalho humano no meio rural, sendo que há um processo de retração da aplicação de recursos biotecnológicos no mundo.
Resolução: Alternativa A
As alterações no meio rural provocaram a mecanização e a menor interferência humana, ao mesmo tempo que proporcionaram o aperfeiçoamento técnico da produção por meio de tecnologias da informação e da comunicação.
Fontes
LUCCI, Elian Alabi. Território e sociedade no mundo globalizado: ensino médio, 3. São Paulo: Saraiva, 2016.
IBGE. Classificação Rural e Urbana. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/tipologias-do-territorio/15790-classificacao-rural-e-urbana.html.
ROSS, Jurandyr L. Sanches. (Org.) Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2019. 6 ed. 3 reimpr.549p.