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Região Norte

A região Norte do Brasil é formada por sete estados que compreendem 45,2% da área do país. Nela habitam mais de 17,3 milhões de pessoas, sendo o Pará seu estado mais populoso.

Mapa indicando os estados da região Norte. A região Norte do Brasil é formada por sete estados.

A região Norte é uma das cinco grandes regiões do Brasil. Ela é a maior em extensão territorial, com 3.850.593,1 km2, e formada por sete estados:

  • Acre;
  • Amapá;
  • Amazonas;
  • Pará;
  • Rondônia;
  • Roraima;
  • Tocantins.

Localizada próximo da Linha do Equador, inclusive com parte dela no Hemisfério Norte, essa região apresenta clima equatorial predominante, além de relevo formado por depressões e planícies. É recoberta por uma ampla diversidade de vegetação, tendo como principal formação a Floresta Amazônica.

Mais de 17,3 milhões de pessoas habitam a região Norte, sendo que 8,1 milhões residem no estado do Pará, o mais populoso da região. O carro-chefe de sua economia é o extrativismo mineral, embora o avanço da agropecuária, principalmente da soja, seja cada vez mais evidente nos estados da região.

Leia também: Região Nordeste — detalhes sobre outra importante região do Brasil

Resumo sobre a região Norte

  • A região Norte do Brasil é formada por sete estados:
    • Acre;
    • Amapá;
    • Amazonas;
    • Pará;
    • Rondônia;
    • Roraima;
    • Tocantins.
  • Sua área é de 3.850.593,1 km2, o equivalente a 45% do território nacional. Parte dela está situada no Hemisfério Norte.
  • Os estados dessa região fazem fronteira com seis países sul-americanos, assim como com a Guiana Francesa.
  • A economia da região Norte é liderada pelos estados do Pará e do Amazonas, com atividades como a mineração e a produção industrial, que tem lugar na Zona Franca de Manaus.
  • O relevo da região Norte é formado por depressões e planícies, com algumas áreas isoladas de planaltos. Sua vegetação é a da Floresta Amazônica e do Cerrado.
  • O Rio Amazonas é o principal curso d’água do Norte. Ele forma a Bacia Amazônica, que abrange a maior parte dos rios da região.
  • O clima equatorial, que é quente e úmido, é predominante na região Norte, com áreas que apresentam clima tropical típico.
  • Essa é a segunda região menos populosa do Brasil, com 17.354.884 habitantes. Seu estado com maior concentração populacional é o Pará.
  • O Festival de Parintins e o Círio de Nazaré são parte das manifestações culturais dessa região.
  • Sua história foi marcada pela incursão dos jesuítas no século XVII e, principalmente, pelo ciclo da borracha, entre os séculos XIX e XX.

Quais são os estados e capitais da região Norte?

Estados e capitais da região Norte

Estado

Capital

Acre

Rio Branco

Amapá

Macapá

Amazonas

Manaus

Pará

Belém

Rondônia

Porto Velho

Roraima

Boa Vista

Tocantins

Palmas

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Características da região Norte

A região Norte é a mais extensa das cinco grandes regiões do Brasil: sua área é de 3.850.593,1 km², que representa aproximadamente 45,2% de toda a superfície do território nacional. Essa região estabelece divisa internacional com seis países da América do Sul, além da Guiana Francesa. São eles:

  • Suriname;
  • Guiana;
  • Venezuela;
  • Colômbia;
  • Peru;
  • Bolívia.

Além disso, um trecho dela está inserido no Hemisfério Norte do planeta Terra, já que é atravessada pela Linha do Equador. A seguir, conheça as principais características dessa importante região brasileira.

→ Economia da região Norte

A região Norte é detentora de um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 667 bilhões, aproximadamente, o que representa uma parcela de 5,7% da economia brasileira. Com isso, é a menor economia regional do país. O estado do Pará responde pela maior parte da economia do Norte do país, com PIB de R$ 262,9 bilhões.

Na sequência vem o Amazonas, com PIB de R$ 131,5 bilhões. Em conjunto, esses dois estados são responsáveis por uma fatia de quase 60% de toda a economia regional. Dentre as principais atividades econômicas da região, além daquelas que integram o setor terciário da economia, destacamos o extrativismo.

O extrativismo mineral é a principal atividade econômica do setor primário no Norte. Essa região é rica em um amplo número de minérios, dentre os quais se destacam o alumínio, o cobre e o ferro. O estado do Pará lidera a produção nacional dos primeiros, e é o segundo maior produtor de minérios de ferro do Brasil, ficando atrás apenas de Minhas Gerais (Sudeste).

O estado de Rondônia está entre os principais produtores de chumbo do país. Além desses elementos, a região Norte é detentora de reservas de níquel e ouro, conforme mostram dados da Agência Nacional de Mineração (ANM).

A mineração é a principal atividade econômica da região Norte, destacando-se a produção do Pará.[1]

Essa atividade conta, também, para a exportação dos estados da região Norte, que destinam parte significativa de seus minérios para o exterior. É válido mencionar que o garimpo também é praticado nos estados do Norte. Ainda em se tratando do extrativismo, temos o extrativismo vegetal, com a obtenção de açaí, látex, castanha-do-pará e madeira.

Outras atividades do setor primário que têm ganhado cada vez mais espaço na região Norte são a produção de soja e a criação de gado bovino, no modelo de produção do agronegócio, que estão presentes em áreas do Tocantins, de Rondônia, do Amazonas e de Roraima.

O setor secundário da economia da região Norte tem como base, principalmente, as atividades desenvolvidas na Zona Franca de Manaus, no estado do Amazonas. Essa área está localizada na capital amazonense e reúne mais de 500 empresas, as quais estão alocadas nos mais diversos ramos industriais, incluindo a fabricação de equipamentos eletrônicos, computadores, celulares, eletrodomésticos e outros tipos de bens de consumo duráveis e bens de produção.

A geração de energia elétrica também compõe esse segmento da economia, e é destaque no estado do Pará, com as usinas hidrelétricas de Belo Monte e de Tucuruí.

A Zona Franca de Manaus é a principal área industrial da região Norte e uma das mais importantes do Brasil.

A região Norte é uma área com muitos atrativos turísticos naturais, como a Floresta Amazônica, o encontro das águas dos rios Negro e Solimões na altura de Manaus, as praias fluviais no Tocantins e as paisagens do litoral.

Também é uma região com muitos atributos culturais, com elementos, festas e manifestações que refletem a sua história e o modo de vida das populações tradicionais que a habitam; além das tradições religiosas, como é o caso do Círio de Nazaré, no Pará. Dessa forma, o turismo configura uma atividade econômica importante da região Norte do Brasil.

→ Relevo da região Norte

A região Norte é caracterizada pela baixa altitude de seus terrenos, com média de 200 metros, o que se justifica pelas formas de relevo predominantes: as planícies e as depressões. As planícies acompanham o curso dos rios que formam a densa rede hidrográfica dos estados dessa região, sendo, por isso, classificadas como planícies fluviais. A principal delas é a planície amazônica. A área rebaixada que constitui as depressões também recebe o nome de depressão amazônica.

O Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil, fica na região Norte.[2]

Existem áreas com relevo planáltico, presentes sobretudo em terrenos mais próximos do Centro-Oeste, no norte do Amazonas e de Roraima e em parte do Amapá. Aliás, o ponto culminante do Brasil fica justamente na região Norte: trata-se do Pico da Neblina, próximo da fronteira amazonense com a Venezuela. Sua altitude chega a 2995,3 metros.

→ Vegetação da região Norte

A Floresta Amazônica é a principal vegetação da região Norte.

A principal vegetação da região Norte é a Floresta Equatorial Amazônica, sendo seus estados parte do bioma Amazônia. Essa formação florestal é caracterizada pela presença de árvores altas e de folhas largas, com caules bem desenvolvidos e dossel fechado que formam uma espécie de telhado verde. Além da floresta, a vegetação típica do Cerrado é encontrada em parte de Rondônia e de Roraima, além da maior extensão do sul e do leste do Tocantins.

→ Hidrografia da região Norte

O Norte do Brasil concentra uma parcela significativa de rios que banham o território nacional. A densa rede hidrográfica da região é formada por rios extensos e caudalosos que percorrem, em sua maioria, terrenos que são planos e com poucas irregularidades. Esse é o caso do rio Amazonas, o maior do mundo e o rio principal da Bacia Amazônica, que compreende a região Norte em quase a sua totalidade.

Outra importante bacia hidrográfica é a Bacia do Tocantins-Araguaia, formada pelos rios do estado do Tocantins, de parte do Pará e de estados do Centro-Oeste e do Nordeste do Brasil. Além dos rios Amazonas, Araguaia e Tocantins, destacamos a presença dos seguintes cursos d’água no Norte:

  • Rio Madeira;
  • Rio Negro;
  • Rio Xingu;
  • Rio Tapajós;
  • Rio Sono.

→ Clima da região Norte

Por causa de sua localização geográfica, o clima que prevalece na região Norte é o equatorial. Chamado também de clima tropical úmido, sua principal característica é a umidade relativa do ar elevada. Devido a isso, as chuvas são abundantes e acontecem durante todo o ano, sem a existência de uma estação seca.

O volume anual de chuvas supera facilmente os 1500 mm, podendo alcançar 2000 mm. As temperaturas do clima equatorial são elevadas, com média de 27 ºC. Sua amplitude térmica anual é muito baixa em função da umidade, e os invernos nessa região são moderados.

O clima tropical típico pode ser observado principalmente no Tocantins, em parte de Roraima e nas áreas fronteiriças com o Centro-Oeste do Brasil. Esse clima tem duas estações do ano bem definidas: uma quente e chuvosa e a outra fria e seca. Também registra altas temperaturas médias que ficam em torno de 25 ºC. A pluviosidade anual desse clima fica entre 750 e 1500 mm.

→ População da região Norte

A região Norte do Brasil tem uma população de 17.354.884 habitantes, o que representa 8,54% da população brasileira. Essa é a segunda região menos populosa do país, atrás apenas do Centro-Oeste. Por causa da sua imensa área, a região Norte apresenta baixa densidade demográfica.

A distribuição populacional é de 4,51 hab./km2, o que nos permite caracterizá-la como uma região pouco povoada. Em se tratando da população por estado, a maior concentração populacional fica no Pará, que tem mais de 8,1 milhões de habitantes. Na sequência vem o estado do Amazonas, com 3,9 milhões de habitantes. A seguir, confira a população do Norte por estado:

População dos estados da região Norte

Estado

População

Acre

830.018

Amapá

733.759

Amazonas

3.941.613

Pará

8.120.131

Rondônia

1.581.196

Roraima

636.707

Tocantins

1.511.460

Uma parcela de 78,5% da população da região Norte vive nas cidades, enquanto 21,5% vivem no meio rural. A cidade de Manaus, capital do Amazonas, é a maior delas, com 2.063.689 habitantes. Belém, capital do Pará, é a segunda maior cidade do Norte brasileiro e tem uma população de 1.303.403 habitantes. Nota-se, ainda, que essa é a região do país que concentra a maior população indígena. Segundo dados do IBGE, são 539.821 indígenas, os quais representam 3,1% do total de habitantes da região.

→ Cultura da região Norte

O Festival de Parintins é um dos mais tradicionais da região Norte e do Brasil.[3]

A cultura da região Norte expressa a riqueza das manifestações culturais de origem indígena, principalmente, com a influência de elementos provenientes das culturas africana, europeia e de outros países sul-americanos, sobretudo aqueles que fazem divisa com os seus estados.

Uma forma de preservar a cultura dos povos tradicionais e o folclore da região Norte é pela realização das suas festas tradicionais, tendo como celebração principal o Festival de Parintins, que acontece todos os anos na cidade de Parintins (AM) e se tornou um símbolo cultural não somente da região como, também, do Brasil.

Outra festa de frequência anual que é muito conhecida na região Norte é o Círio de Nazaré, realizado em Belém (PA). Essa celebração tem caráter religioso católico e atrai pessoas de todos os estados e regiões do Brasil.

As danças e as músicas tradicionais da região incluem o carimbó, a desfeiteira e a dança do maçarico. As artes manuais, como o artesanato com elementos naturais, a exemplo de sementes, fibras, madeira e argila, são muito comuns. Na gastronomia, predominam ingredientes que demonstram a influência das populações tradicionais e da produção agroextrativista local, destacando-se preparos como o pato no tucupi, o tacacá, a maniçoba, a caldeirada de tambaqui, e o açaí com peixe e farinha de tapioca.

Acesse também: Região Sul — detalhes sobre outra importante região do Brasil

Mapa da região Norte

Fonte: IBGE.

História da região Norte

A região Norte sempre foi habitada por diferentes populações indígenas, que somavam milhares de pessoas antes da chegada dos colonizadores europeus àquela parte do território brasileiro. Hoje em dia, há, ainda, a presença de grandes grupos que representam centenas de etnias, assim como áreas demarcadas como territórios indígenas, o que ajuda na preservação dessa população e na perpetuação de seus costumes e modo de vida.

Retomando os fatos passados, temos que os europeus adentravam na região Norte inicialmente pelo curso dos rios. Suas incursões tinham como objetivos a obtenção de plantas, ervas e diferentes tipos de especiarias, conhecidas como drogas do sertão, e a captura de indígenas para serem escravizados. A oficialização da permanência dos colonizadores portugueses na região Norte aconteceu a partir da sua instalação na cidade de Belém (PA), na primeira metade do século XVII, ampliando, também, as suas atividades na área.

Entre os séculos XVIII e XIX, um grande contingente de população de origem africana migrou de maneira forçada para o Norte do Brasil a fim de ser escravizada, haja vista os intensos conflitos que foram travados entre indígenas e portugueses. Durante o intervalo que compreende o final do século XIX e o início do XX, quando a escravidão já havia sido abolida no país, a região Norte experimentou um rápido desenvolvimento socioeconômico graças ao ciclo da borracha.

Na segunda metade do século XX, em plena Ditadura Militar brasileira, projetos de infraestrutura foram desenvolvidos na região, ao mesmo tempo em que houve uma migração de produtores agrícolas devido ao movimento de expansão da fronteira agrícola brasileira. Atualmente a região se destaca principalmente pelo extrativismo mineral e vegetal, além do seu papel crucial para a manutenção do meio ambiente com a presença da Floresta Amazônica.

Créditos de imagem

[1] T photography / Shutterstock

[2] Força Aérea Brasileira / Wikimedia Commons (reprodução)

[3] Focus Pix / Shutterstock

Fontes

AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO (ANM). Anuário Mineral Brasileiro: principais substâncias metálicas. Brasília: ANM, 2025. Disponível em: https://www.gov.br/anm/pt-br/assuntos/economia-mineral/publicacoes/anuario-mineral/anuario-mineral-brasileiro/anuario-mineral-brasileiro-principais-substancias-metalicas-2024.

GONÇALVES, Júlia Christina Gírio. A história do Norte do Brasil. Politize, 27 nov. 2024. Disponível em: https://www.politize.com.br/muitos-brasis/historia-norte-do-brasil/

IBGE. Panorama do Censo 2022. Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/.

IBGE Educa. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/.

ROSS, Jurandyr L. Sanches. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2019. 6 ed. 3 reimp. (Didática; 3).

Por Paloma Guitarrara

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