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Tamanduá

Tamanduá é o nome dado a um grupo de animais vertebrados da classe Mammalia e que pertencem à superordem Xenarthra, à ordem Pilosa e estão distribuídos em duas famílias, a Cyclopedidae e Myrmecophagidae.

Os animais pertencentes à superordem Xenarthra encontram-se distribuídos, principalmente, pela América Central e América do Sul. Atualmente, são conhecidas quatro espécies de tamanduás, entre essas, três são encontradas no Brasil.

Características gerais do tamanduá

O tamanduá não apresenta dentes, mas apresenta uma longa língua que o auxilia na alimentação.

O tamanduá, como dito anteriormente, é um animal pertencente à classe Mammalia e, assim, apresenta algumas características comuns aos demais mamíferos, mas também características bem peculiares, como veremos a seguir:

  • são endotérmicos, mas apresentam baixa taxa metabólica e sua temperatura corporal é em torno de 34ºC;

  • são animais solitários, ou seja, não vivem em grupos;

  • apresentam longos pelos que o ajudam a manter a temperatura corporal;

  • apresentam sinsacro (fusão do sacro com algumas vértebras sacrais e lombares);

  • apresentam membros torácicos fortes e musculatura desenvolvida;

  • apresentam xinartria (articulações atípicas em suas vértebras);

  • apresentam as costelas verdadeiras (ou externais) ossificadas;

  • alimentam-se, geralmente, de insetos;

  • não apresentam dentes, mas apresentam uma longa língua que os auxiliam na alimentação;

  • apresentam longas e fortes garras que os auxiliam na busca de alimento, além de terem a função de defesa;

  • apresentam longo intestino, entre outras características.

Espécies de tamanduás no Brasil

Atualmente, são conhecidas quatro espécies de tamanduás: o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), tamanduaí (Cyclopes didactylus) e o tamanduá-do-norte (Tamandua mexicana). Entre essas quatro, apenas o tamanduá-do-norte não está presente no Brasil. A seguir, destacaremos algumas características das espécies encontradas no Brasil.

Após o nascimento, o tamanduá-bandeira permanece junto à mãe por cerca de seis meses, durante o período de amamentação.
  • Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)

Os indivíduos pertencentes a essa espécie são caracterizados por uma pelagem cinza escura, mesclada de branco e preto. Eles são os maiores entre os tamanduás, podendo pesar cerca de 40 kg e medir até cerca de 2 metros, por isso, também são conhecidos como tamanduás-gigantes.

São encontrados em regiões de florestas, savanas e campos abertos. No Brasil, é encontrado principalmente em regiões de Cerrado. Alimentam-se exclusivamente de formigas e cupins.

Estudos mostram que o tamanduá-bandeira necessita de uma grande área para viver, entretanto, o tamanho da área de vida do tamanduá é variável e depende de diversos fatores como disponibilidade e distribuição espacial de alimento, hábito, densidade de indivíduos, tipo de habitat, entre outros fatores.

Leia também: Degradação do Cerrado

O tamanduá-bandeira pode mudar seus hábitos, principalmente, diante de distúrbios antrópicos, nesses casos, suas atividades tornam-se mais noturnas. Em relação à reprodução, as fêmeas têm um filhote por ano e o tempo de gestação pode chegar a 190 dias. Os filhotes, quando nascem, permanecem junto à mãe por cerca de seis meses, enquanto são amamentados.

O tamanduá-mirim apresenta coloração dourada e ausência de pelos na extremidade de sua cauda.
  • Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla)

O tamanduá-mirim é caracterizado por uma pelagem de coloração dourada e preta. Uma característica interessante da espécie é a ausência de pelos na extremidade de sua cauda. O tamanduá-mirim vive geralmente sobre as árvores, descendo apenas para se alimentar e fazer suas necessidades.

Essa espécie tem cerca de 77 cm e pesa 7 Kg. O tamanduá-mirim habita regiões de florestas tropicais, savanas e até manguezais. Alimentam-se, principalmente, de formigas e cupins, entretanto, já foi observado se alimentando de mel. Em relação ao aspecto reprodutivo, assim como as demais espécies de tamanduás, a fêmea tem um filhote por ano. O tempo de gestação nessa espécie é de cerca de 85 dias.

Diferentemente das outras espécies, o tamanduaí não se alimenta de cupins, eles se alimentam exclusivamente de formigas.
  • Tamanduaí (Cyclopes didactylus)

O tamanduaí é uma espécie de hábitos noturnos e, assim como o tamanduá-mirim, vive sobre as árvores. Ele é o menor entre os tamanduás, pesando apenas 300 gramas e medindo cerca de 55 cm. O tamanduaí habita as florestas tropicais, matas de galeria e de manguezais.

Diferentemente das outras espécies, não foram encontrados cupins em análises de sua dieta, já que eles alimentam-se apenas de formigas. Em relação à reprodução, as fêmeas também têm um filhote por ano e o seu tempo de gestação é de cerca de 160 dias.

O tamanduá-bandeira é constantemente vítima de atropelamentos.

Estado de preservação das espécies de tamanduás no Brasil

As ações antrópicas contribuem para a diminuição do número de espécies em todo o planeta. Assim, é essencial o monitoramento das mais diversas populações para a elaboração de estratégias de preservação.

No Brasil, atualmente, segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), as espécies de tamanduá estão classificadas da seguinte maneira:

  • Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla): vulnerável

  • Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla): menos preocupante

  • Tamanduaí (Cyclopes didactylus): menos preocupante

Leia também: Animais ameaçados de extinção

As espécies classificadas como menos preocupantes, indicam que suas populações não se encontram em perigo. Entretanto, as espécies vulneráveis apresentam riscos de extinção. O tamanduá-bandeira tem apresentado declínio em suas populações devido a vários fatores, entretanto, dois se mostram mais preocupantes. Como essas espécies vivem em regiões onde há um regime de fogo, como o Cerrado, esses animais acabam ficando vulneráveis às queimadas.

A destruição dos habitat, em especial, para a construção de rodovias sem estratégias para minimizar os impactos sobre a vida selvagem é outro problema grave, pois essa espécie acaba se tornando vítima constante de atropelamentos.

Por Helivania Sardinha dos Santos

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