Queda de Constantinopla
Saiba como aconteceu a Queda de Constantinopla, em 1453, e entenda por que esse foi um dos principais acontecimentos da história humana.
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Quem conquistou Constantinopla?
A Queda de Constantinopla é um dos acontecimentos mais importantes da história humana, pois representou o fim do Império Bizantino, ou Império Romano do Oriente, instituição que estava de pé desde 395 d.C. A importância desse acontecimento é comprovada pelo fato de que, no século XIX, os historiadores que articularam a linha cronológica em Idades (Antiga, Medieval etc.) colocaram o ano desse evento, 1453, como sendo o marco do fim da Idade Média e, por conseguinte, do início da Idade Moderna.
Mas quem conquistou Constantinopla? Por que isso ocorreu no século XV? Os responsáveis pela queda de Constantinopla foram os turco-otomanos. Estes, que também eram conhecidos apenas como otomanos, ascenderam como civilização no século XIII a partir de uma dinastia nascida dentro da civilização islâmica, conhecida como seljúcida. Osman de Sogut, ou Othman, foi o fundador do primeiro sultanato turco-otomano, em 1299.
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Turco-otomanos contra bizantinos
Os turco-otomanos, como toda dinastia islâmica, necessitavam demonstrar o seu vigor por meio de conquistas territoriais. Como o sultanato de Othman foi construído entre os Bálcãs e a Ásia Menor (onde estava Constantinopla), o alvo a ser conquistado, naturalmente, era o poderoso e riquíssimo Império Bizantino. As investidas militares dos otomanos contra as cidades bizantinas tornaram-se frequentes durante os séculos XIV e XV. O conflito entre imperadores bizantinos e usurpadores de trono, nessa mesma época, como o que ocorreu entre João V Paleólogo e João VI Cantacuzeno, contribuiu para a desagregação interna do Império.
Nesse contexto, um dos sultões otomanos, Solimão Paxá (não confundir com Solimão, o Magnífico, sultão no século XVI), conseguiu atacar e conquistar três importantes cidades bizantinas, Adrianópolis, Galípoli e Filipópolis, e ainda ameaçou transpor as muralhas de Constantinopla, mas não conseguiu.
A esses eventos ainda sucedeu uma série de deposições e usurpação do trono bizantino, tornando ainda mais difícil a unidade política e a segurança do Império. Entre o fim do século XIV e o início do XV, três cercos foram empreendidos contra Constantinopla, nos anos de 1391, 1396 e 1422. Por pouco, a cidade não caiu.
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Império Turco-otomano sob Mehmet II
O último cerco acima foi feito por Murad II, sultão que foi à guerra também contra as forças ocidentais, como a República de Veneza, pois queria conquistar terrenos na região do Leste Europeu e também temia uma união militar entre Oriente e Ocidente cristãos contra o seu sultanato. Murad II, porém, morreu em 1451. Em seu lugar, assumiu Mehmet II, que definiu como prioridade a conquista definitiva de Constantinopla.
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29 de maio de 1453: Constantinopla cai
O imperador bizantino à época de Mehmet II era Constantino XI Paleólogo, filho de João VIII Paleólogo. Constantino XI tentou uma aliança religiosa-militar com o Ocidente, em 1452, chamada de União de Florença, para combater as tropas de Mehmet II, mas foi em vão. As forças otomanas começaram a atacar Constantinopla em abril de 1453 com 60.000 combatentes e artilharia pesada, como a grande bombarda de bronze, um canhão com dezesseis toneladas e calibre de 635 mm – fatal para as muralhas que protegiam a cidade. Dentro de dois meses, a capital do Império Bizantino estava completamente dominada.
Por Me. Cláudio Fernandes