Pacto de Varsóvia
Pacto de Varsóvia foi um acordo militar assinado entre as nações do bloco socialista, estabelecendo uma cooperação militar entre essas nações.
O Pacto de Varsóvia foi um acordo militar assinado entre as nações do bloco socialista no Leste Europeu na década de 1950. Esse pacto reforçava os laços entre as nações participantes, impondo que elas deveriam ajudar umas às outras em caso de uma guerra. O acordo foi uma resposta da União Soviética à Otan, liderada pelos Estados Unidos.
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Resumo sobre Pacto de Varsóvia
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Foi um acordo militar assinado entre as nações do bloco socialista no Leste Europeu, na década de 1950, durante a Guerra Fria.
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As oito nações participantes foram: União Soviética, Polônia, Albânia, Hungria, Bulgária, Romênia, Checoslováquia e Alemanha Oriental.
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Seu nome original era Tratado de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua.
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Permitiu a ampliação da influência soviética sobre as nações do Leste Europeu.
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O enfraquecimento do bloco socialista levou ao fim do pacto, em 1991.
Guerra Fria: contexto do Pacto de Varsóvia
Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo ficou dividido pelo poderio de duas potências. Com a Europa destruída pelo conflito encerrado em 1945, União Soviética e Estados Unidos estabeleceram-se como as duas potências econômicas e militares do planeta. Isso criou um cenário de polarização do mundo que recebeu o nome de Guerra Fria.
A Guerra Fria é entendida basicamente como um conflito político-ideológico entre Estados Unidos e União Soviética pela hegemonia do planeta, procurando se imporem como a maior potência em diversos aspectos: ideológico, econômico, militar, tecnológico, cultural, entre outras áreas. Além disso, ambos países disputavam ampliar suas zonas de influência o máximo possível.
Os Estados Unidos representavam o capitalismo, e a União Soviética, o socialismo. O primeiro local onde essa disputa político-ideológica se travou foi no continente europeu, pois as nações europeias estavam enfraquecidas depois da Segunda Guerra Mundial e a busca pela “conquista” das nações europeias como zona de influência era fundamental para EUA e URSS.
Os Estados Unidos conseguiram impor a sua influência sobre a Europa Ocidental, e a União Soviética, sobre o Leste Europeu, principalmente onde suas tropas avançaram no processo de derrota do nazismo. Posteriormente, essa disputa se estendeu para os outros continentes.
Criação do Pacto de Varsóvia
O Pacto de Varsóvia foi um acordo de cooperação militar assinado pelas nações do bloco socialista no Leste Europeu. Esse acordo foi resultado do contexto em que estava inserido e é considerado uma reação da União Soviética às ações tomadas pelos Estados Unidos na Europa Ocidental.
Primeiramente, os EUA criaram um projeto de auxílio econômico para as nações europeias com o intuito de ajudá-las na sua reconstrução no pós-guerra. Esse era o Plano Marshall, em que os EUA cederiam dinheiro para as nações europeias a juros baixos a fim de garantir que elas se aproximassem deles.
Desse modo, a resposta dos soviéticos foi criar o Conselho para Assistência Econômica Mútua (Comecon), cujo objetivo era impedir que as nações do Leste Europeu se aproximassem dos norte-americanos. Assim, com o Comecon, os soviéticos forneceriam auxílio econômico e militar para as nações aliadas. O mesmo aconteceu para o campo militar.
No aspecto militar, os norte-americanos fundaram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), um acordo de cooperação militar em que as nações da Europa Ocidental, sob a liderança dos Estados Unidos, atuariam em cooperação caso algum desses países entrasse em guerra. Assim, se uma nação da Otan fosse atacada, os outros membros da organização a socorreriam.
A Otan foi fundada em 1949, e sua fundação gerou reclamações da União Soviética, mas, apesar disso, ela não tomou nenhuma ação efetiva contra a criação da organização. Uma resposta da União Soviética só veio quando a Alemanha Ocidental aderiu à Otan, em 1955. Temendo os efeitos disso sobre a Alemanha Oriental, a URSS decidiu reagir.
Com isso, os representantes do governo soviético reuniram-se com as nações que formavam o bloco socialista, de modo que esses países decidiram criar o Pacto de Varsóvia. Esse acordo foi realizado apenas uma semana depois da entrada da Alemanha Ocidental para a Otan e foi entendido como o complemento militar do Comecon.
O nome oficial do pacto era Tratado de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua, sendo assinado em Varsóvia, capital da Polônia, em maio de 1955. O Pacto de Varsóvia permitiu consolidar o bloco socialista no Leste Europeu, embora tenha ampliado o controle dos soviéticos sobre aquela região.
Com a criação do pacto, os soviéticos reforçaram sua presença militar nos países participantes, mas cláusulas importantes de cooperação foram criadas. Uma dessas cláusulas estabelecia a defesa mútua, assim, caso uma nação do acordo fosse atacada, as outras nações sairiam em sua defesa.
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Países participantes do Pacto de Varsóvia
Os países que assinaram o Pacto de Varsóvia foram os seguintes:
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União Soviética;
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Polônia;
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Albânia (abandonou o pacto em 1968);
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Hungria;
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Bulgária;
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Romênia;
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Checoslováquia;
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Alemanha Oriental (também conhecida República Democrática Alemã).
O pacto consolidou o bloco socialista, mas também contribuiu diretamente para o enfraquecimento da soberania das nações participantes. Isso porque ele permitiu que as tropas soviéticas fossem instaladas em todos os países do bloco, o que enfraquecia a autonomia deles, sujeitando-os aos interesses soviéticos.
A União Soviética impunha os seus interesses por meio de sua força militar, muito superior à dos países do bloco socialista. Com isso, os soviéticos conseguiram, por exemplo, intervir militarmente em países do bloco insatisfeitos com o domínio soviético, como foi o caso da Hungria, em 1956, e da Checoslováquia, em 1968.
Fim do Pacto de Varsóvia
A partir da década de 1980, a União Soviética entrou em uma grave crise econômica, e o bloco socialista em geral entrou em decadência. Seu enfraquecimento foi acompanhado por movimentos populares, exigindo o fim desses regimes nas nações do Leste Europeu em países como Polônia, Alemanha Oriental e Romênia.
Primeiramente, o muro de Berlim caiu, e iniciou-se o processo de reunificação da Alemanha. Posteriormente, outros países do bloco anunciaram que não participariam mais do acordo. Esses países foram Checoslováquia, Hungria e Polônia, que anunciaram sua saída em julho de 1991.
A Bulgária havia se retirado do pacto em fevereiro de 1991, e todas essas saídas fizeram com que a União Soviética referendasse o fim dele após uma reunião que aconteceu em 1991, em Praga, no dia 1º de julho. Com isso, os soldados soviéticos espalhados pelo bloco socialista começaram a retornar para a União Soviética.
Crédito de imagem
[1] Fenn-O-maniC / CC BY-SA 3.0