História

Imperialismo

Imperialismo é como conhecemos o processo de colonização que foi realizado pelas potências europeias, destacando as ações realizadas na África e Ásia, nos séculos XIX e XX.

O rei belga Leopoldo II e a colonização do Congo Belga são símbolos do processo de Neocolonialismo na África.

Entende-se por Imperialismo as políticas de expansão territorial, econômica e cultural de uma nação sobre outros países. O termo pode ser usado tanto para se referir a práticas modernas, mas é principalmente associado à política de expansão territorial de potências econômicas no final do século XIX.

O Imperialismo também é muito conhecido como Neocolonialismo. Esse nome deriva do fato de que no século XIX foi iniciado um novo ciclo de colonização realizado majoritariamente pelos países europeus. No processo de neocolonização destaca-se a invasão e ocupação da África, Ásia e Oceania.

O Imperialismo foi o responsável pela formação de verdadeiros impérios. O historiador Eric Hobsbawm afirma que, durante o ciclo de neocolonização, cerca de 25% da superfície da terra foi distribuída e ocupada por alguma potência imperialista|1|. Além disso, com a consolidação dos impérios neocolonialistas, alguns países europeus viram seus territórios aumentarem consideravelmente. A Grã-Bretanha e a França, por exemplo, aumentaram seus territórios em 10 e 9 milhões de quilômetros quadrados, aproximadamente|2|.

Acesse também: Conheça os movimentos de resistência ao neocolonialismo no continente africano

Causas do Imperialismo

O Imperialismo foi resultado direto das transformações que aconteciam por conta da Revolução Industrial. Essa revolução trouxe grandes avanços tecnológicos para o mundo, sobretudo por conta da criação de máquinas, meios de transporte, pelo uso de novas fontes de energia e pelo desenvolvimento do Capitalismo. Com a Revolução Industrial, as nações europeias despontaram como potências econômicas.

Esse avanço possibilitou o desenvolvimento das indústrias e o desenvolvimento de economias globais. O desenvolvimento industrial desses países resultou em uma demanda por novas matérias-primas e por novos mercados consumidores que absorvessem essas mercadorias produzidas.

O historiador Eric Hobsbawm afirma, inclusive, que determinada quantidade de nações (as mais elaboradas economicamente), com a Revolução Industrial, sentiu a necessidade de expandir sua produção, adquirindo novos mercados consumidores|1|. Com essas necessidades mencionadas, as nações industrializadas partiram para a ocupação de territórios como forma de garantir o desenvolvimento de suas economias.

Imperialismo na África

Um dos continentes mais afetados pelo Imperialismo que desembocou no surto neocolonialista foi o continente africano. A ocupação da África pelas nações europeias aconteceu em uma rápida velocidade e passou pela Conferência de Berlim, encontro realizado no final do século XIX, com o propósito de organizar a ocupação do continente africano. A ocupação da África se iniciou por volta da década de 1880 e em 1914 somente Libéria e Etiópia continuaram como nações independentes na África.

Os fatores que serviram de estopim para a corrida de ocupação do continente africano, segundo indica o historiador Valter Roberto Silvério, foram:

  1. O interesse demonstrado pela Bélgica no Congo, localizado na África Central;

  2. As expedições realizadas por Portugal para expandir seus domínios sobre o interior de Moçambique;

  3. A política expansionista da França sobre a África.

A continuidade do interesse de diferentes nações europeias em ocupar territórios na África e os conflitos, que surgiram em decorrência do choque de interesses, levaram as nações europeias a organizarem um encontro para debater as questões relativas à ocupação do continente africano. Esse encontro proposto por Otto von Bismarch, primeiro-ministro da Alemanha, aconteceu entre 1884 e 1885 e ficou conhecido como Conferência de Berlim.

Durante a Conferência de Berlim foi debatido o domínio dos belgas sobre o Congo, assim como questões relativas à navegação dos rios Congo e Níger e as pretensões territoriais de cada país organizando a ocupação do continente. A Conferência de Berlim, basicamente, consolidou o poderio dos europeus sobre a África.

A ocupação do continente africano, apesar de realizada por interesses meramente econômicos, foi justificada pelas nações europeias como missão civilizatória. Esse discurso foi utilizado para encobrir os reais interesses meramente econômicos das nações europeias, assim como toda a violência que esse processo foi realizado.

A justificativa de missão civilizatória alegava questões como a transmissão de conhecimento científico e tecnológico que permitiria os povos dominados a assegurar um estilo de vida mais civilizado. A ocupação também se justificava com ideologias racistas que defendiam a ideia da superioridade do homem branco.

Consequências do Imperialismo

O Imperialismo ou Neocolonialismo teve consequências para a humanidade como um todo. Um primeiro ponto que pode ser destacado é o das consequências da partilha artificial que foi realizada do continente africano. Essa partilha criou territórios artificiais, aglomerou povos que não tinham contato e desestabilizou a ordem política do continente.

O resultado dessa divisão artificial do continente foi os conflitos étnicos que resultaram disso. Um caso simbólico dos problemas étnicos, oriundos dessa divisão artificial de fronteiras na África, foi o caso ruandês. A rivalidade entre hutus e tutsis teve seu desenvolvimento durante o período da colonização belga e o resultado foi o ódio étnico, que gerou um genocídio de grandes proporções na década de 1990.

Outra consequência do Imperialismo foi a violência desse processo e a subjugação dessas populações e sua imposição à exploração. Um exemplo simbólico da violência, desse processo de neocolonização da África, foi a colonização do Congo Belga. Nessa região, os belgas impuseram um domínio violento que incluía a amputação de mãos para os trabalhadores que não cumprissem suas cotas, por exemplo. Foi promovido um massacre da população local pelos belgas, o que resultou na morte de até 10 milhões de pessoas.

Outra consequência importante desse processo foi o aumento da rivalidade entre as nações europeias. A corrida pela ocupação de territórios na África e na Ásia estava no centro do interesse das nações europeias e isso gerou muito atrito, acirrou as rivalidades na Europa e é, inclusive, considerado um dos fatores causadores da Primeira Guerra Mundial.

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|1| HOBSBAWM, Eric. A Era dos Impérios 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014, p. 97.
|2| Idem, p. 97.
|3| Idem, p. 109.

Por Daniel Neves Silva

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