História

Período Pré-Homérico

O Período Pré-Homérico é um dos períodos da história grega, estendendo-se de 2000 a.C. a 1200 a.C. É entendido como o período de formação do povo grego.

Ruínas de Micenas, uma das grandes cidades micênicas durante o Período Pré-Homérico.

O Período Pré-Homérico foi a época da história grega em que o povo grego foi formado, tendo duração entre 2000 a.C. e 1200 a.C. O povo grego formou-se com base em diversos povos que habitaram a Grécia nesse período, foram eles: cretenses, micênicos, eólios, jônios e dórios.

Os cretenses e micênicos formaram grandes civilizações nesse período. No caso dos cretenses, sua civilização se desenvolveu na ilha de Creta e foi absorvida pelos micênicos. Os aqueus ou micênicos estabeleceram-se na Grécia Continental, formando cidades bem fortificadas e entrando em decadência por volta de 1200 a.C.

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Resumo sobre o Período Pré-Homérico

  • O Período Pré-Homérico é um dos cinco períodos da história dos gregos na Antiguidade.

  • Esse período é conhecido como de formação dos gregos.

  • A junção destes povos deu origem ao povo grego: cretenses, micênicos, eólios, jônios e dórios.

  • Os cretenses desenvolveram-se em Creta, sendo absorvidos pelos micênicos.

  • Os micênicos formaram grandes cidades na Grécia, mas foram devastados abruptamente.

Videoaula sobre o Período Pré-Homérico

O que foi o Período Pré-Homérico?

Quando falamos do Pré-Homérico, referimo-nos a um dos períodos que marcam a história dos gregos antigos. Nesse caso, trata-se do período que marcou o auge das civilizações cretense e micênica, mas também considera-se outros povos que viveram nele, como os dórios, eólios e jônios.

A junção desses povos e de suas culturas durante Pré-Homérico deu origem ao povo grego. Assim, o Pré-Homérico é entendido como o período de formação do povo grego e a fase na qual se assentaram as origens gregas. Cronologicamente falando, entende-se que o Período Pré-Homérico se estendeu de 2000 a.C. a 1200 a.C.

Ao todo, a história grega foi divida em cinco períodos, que são:

  • Período Pré-Homérico (2000-1200 a.C.);

  • Período Homérico (1200-800 a.C.);

  • Período Arcaico (800-500 a.C.);

  • Período Clássico (500-338 a.C.);

  • Período Helenístico (338-146 a.C.).

Civilização cretense

A civilização cretense se desenvolveu na ilha de Creta, tendo o seu auge entre 2000 a.C. E 1500 a.C. Essa civilização, no entanto, surgiu naquela ilha por volta de 3000 a.C., embora a presença humana em Creta remonte a 9000 anos. Os cretenses também são conhecidos na historiografia como minoicos. Acredita-se que os minoicos tenham migrado da Anatólia para a ilha de Creta.

O termo “minoico” foi estabelecido pelo arqueólogo Arthur Evans, que encontrou os vestígios da civilização cretense no começo do século XX. Ele conduziu uma série de escavações que foram responsáveis por descobrir as ruínas do Palácio de Cnossos, o principal de toda a civilização cretense.

O termo faz referência a Minos, um rei lendário dos cretenses. Os palácios foram construções tradicionais dos cretenses, e esses locais concentravam a administração das cidades, pois eram os centros econômico, religioso e administrativo desses locais.

Afresco Príncipe dos lírios, no Palácio de Minos, Creta, um legado da civilização cretense.

Com base nesses palácios, muita coisa do modo de vida cretense pôde ser reconstruída. Isso porque esses locais abrigavam inúmeros afrescos (pinturas realizadas nas paredes), que traziam elementos importantes da cultura cretense. Dentro dos palácios, foram descobertas pelos pesquisadores inúmeras peças contendo uma escrita chamada Linear A.

A Linear A seria uma fonte extremamente importante para que os historiadores ampliassem seu conhecimento sobre os cretenses, mas ela ainda não foi decifrada pelos linguistas, tornando impossível sabermos o que está escrito nas peças que a têm grafada. Além dos afrescos, ruínas de outras construções, como estátuas, também são de importante valia para ampliar-se o conhecimento sobre os cretenses.

Os palácios cretenses mantinham certa independência entre si até cerca de 1700 a.C., sendo locais que, além de centralizar a administração, mantinham recursos importantes para a vida dos cretenses, como alimentos. A partir de 1700 a.C., a influência de Cnossos começou a se estabelecer em Creta.

Sabemos que a convivência entre os cretenses era pacífica porque não havia grandes estruturas de segurança, como muralhas e torres de vigilância. Ainda assim, havia guerreiros e armas eram produzidas pelos cretenses, como espadas, lanças, arcos, flechas etc., ou seja, havia uma preocupação com a segurança e a guerra, mesmo que pequena.

Os cretenses baseavam sua economia no comércio marítimo, e o poder político dos governantes cretenses se escorava em seu domínio marítimo. Os historiadores definiram esse regime como uma talassocracia, um sistema em que o poder político depende de uma dominação marítima.

A partir de 1500 a.C., iniciou-se o processo de decadência dos cretenses, mas os motivos para isso não são claros ainda. Primeiramente, os historiadores especulam que grandes desastres naturais tenham estabelecido um nível de calamidade que desorganizou os cretenses. Outra hipótese é a de que a superpopulação e o enfraquecimento do solo tenham contribuído para a decadência cretense. Entre 1400 a.C. e 1300 a.C., os cretenses foram absorvidos pelos micênicos. Para saber mais sobre os cretenses, clique aqui.

Civilização micênica

Os micênicos foram um povo de origem indo-europeia que se estabeleceu na região da Grécia Continental, formando uma grande civilização durante o Pré-Homérico. Os micênicos se estabeleceram nessa região por volta de 2000 a.C. e deram início a um período hegemônico a partir de 1600 a.C.

Diferentemente dos cretenses, as cidades micênicas eram bastante fortificadas, com muralhas grandes e grossas. Isso demonstra a existência de uma cultura militarista entre os micênicos, e suas principais cidades foram Micenas (do qual deriva o termo “micênico”), Argos e Tirinto. Essas cidades também possuíam grandes palácios, que centralizavam a vida comercial e administrativa.

Muro de entrada fortificado da cidade de Micenas.

As cidades micênicas eram como cidades-estado, pois cada uma delas mantinha a sua autonomia, embora em Micenas estivesse a força hegemônica. O comércio entre as cidades micênicas era comum e também havia laços comerciais com outros povos, como os egípcios.

Os micênicos chamavam a si mesmos de aqueus, outro termo pelo qual se pode referenciar essa civilização. Os historiadores descobriram isso por meio da Linear B, a escrita micênica. Essa escrita era usada principalmente em transações econômicas e tinha alguma semelhança com o idioma grego. Os linguistas só conseguiram decifrar a escrita micênica na segunda metade do século XX.

A decadência dos micênicos também é um mistério e foi considerada repentina pelos historiadores. Sabemos que houve uma grande destruição material entre os séculos XIII a.C. e XII a.C. Essa destruição foi atribuída aos dórios, um povo que adentrou na Grécia durante esse período, trazendo grande destruição às cidades micênicas.

Outros historiadores apontam que essa destruição pode ter sido resultado dos “povos do mar”. Não sabemos quase nada sobre esses povos, mas a eles são atribuídos ataques aos hititas e aos egípcios, além dos micênicos. A decadência dos micênicos inaugurou um período de recuo civilizacional na Grécia que só foi superado com a formação da pólis, séculos depois. Para saber mais sobre os micênicos, clique aqui.

Fontes

COULANGERS, Fustel de. A Cidade Antiga. São Paulo: Martin Claret, 2007.

MELO, José Joaquim Pereira; SOUZA, Paulo Rogério. A influência da religião na organização da sociedade grega no processo de transição do gênos para pólis. Disponível em: http://www.achegas.net/numero/37/joaquim_37.pdf.

What is the Difference Between Athens and Sparta. Disponível em: https://pediaa.com/what-is-the-difference-between-athens-and-sparta/.

CARTWRIGHT, Mark. Mycenaean Civilization. Disponível em: https://www.worldhistory.org/Mycenaean_Civilization/

CARTWRIGHT, Mark. Minoan Civilization. Disponível em: https://www.worldhistory.org/Minoan_Civilization/

Por Daniel Neves Silva

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