Adolf Hitler
Adolf Hitler foi um político alemão que ficou marcado como líder do nazismo. Governou a Alemanha de maneira totalitária e foi um dos responsáveis pelo Holocausto.
Adolf Hitler foi o líder do nazismo, uma ideologia de extrema-direita que surgiu na Alemanha, na década de 1920. Ele acreditava na formação de um grande império para a Alemanha por meio da guerra e impôs um governo totalitário que retirou as liberdades da população e perseguiu os judeus, promovendo o seu genocídio. Ele é considerado o grande responsável pelo início da Segunda Guerra Mundial.
Leia também: Totalitarismo — o regime de governo exercido por Hitler
Resumo sobre Adolf Hitler
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Adolf Hitler foi um político austríaco e alemão marcado na história como o líder do nazismo.
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Queria tornar-se artista ou arquiteto, mas fracassou nesse objetivo.
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Radicalizou-se durante a sua juventude, especialmente após a Primeira Guerra Mundial.
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Tornou-se um agitador político e liderou um golpe fracassado.
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Foi preso pela tentativa de golpe e escreveu um livro chamado Mein Kampf (Minha Luta).
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Assumiu o poder da Alemanha em 1933 como chanceler e, depois, assumiu a presidência do país, em 1934.
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Impôs um governo totalitário que retirou liberdades e estabeleceu uma intensa perseguição aos judeus.
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Desrespeitou os termos do Tratado de Versalhes, fortaleceu o exército alemão e iniciou a expansão territorial da Alemanha, anexando Áustria e Checoslováquia.
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Autorizou a invasão da Polônia, evento que deu início à Segunda Guerra Mundial.
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Foi derrotado na Segunda Guerra Mundial, cometendo suicídio em 30 de abril de 1945.
Videoaula sobre Adolf Hitler
Biografia de Adolf Hitler
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Nascimento
Adolf Hitler nasceu na cidade de Braunau am Inn, localizada no interior da Áustria, em 20 de abril de 1889. Ele era filho de Alois Hitler e Klara Pölzl e foi o quarto filho do casal, mas o primeiro que sobreviveu à infância. Ao todo, o casal austríaco teve seis filhos, mas apenas dois deles chegaram à vida adulta: Adolf Hitler e sua irmã, Paula Hitler.
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Infância
Adolf Hitler cresceu em uma família com uma condição econômica bastante confortável. Isso porque seu pai, Alois, trabalhava como inspetor em um posto alfandegário. Esse trabalho fez com que não faltasse nada à família de Hitler. No entanto, embora economicamente a situação fosse estável, a relação de Adolf Hitler com seu pai era bastante ruim porque Alois possuía um temperamento instável. A relação de Hitler com sua mãe era pacífica e amorosa.
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Juventude
A juventude de Adolf Hitler foi marcada pelo falecimento precoce de seus pais, pois Alois faleceu no começo de 1903 — acredita-se que por causa de um derrame pleural. A morte de Alois foi repentina e pegou a família de Adolf Hitler de surpresa. Já a mãe faleceu em dezembro de 1907 por conta de um câncer.
As mortes dos pais afetaram profundamente a vida de Hitler. Quando o pai faleceu, o seu desempenho escolar caiu de maneira acentuada, mas um dilema na vida de Hitler se resolveu. Alois queria que seu filho fosse funcionário público como ele e trabalhasse na alfândega, mas Hitler queria ser artista. Depois da morte dos seus pais, Hitler mudou-se para Viena para tentar ingressar na Academia de Belas Artes, mas não teve sucesso. Ele foi rejeitado duas vezes e também viu suas tentativas de seguir a arquitetura fracassar.
Em Viena, Hitler se sustentou com as economias que sua mãe havia deixado para ele. Ele fracassou em seus objetivos e não procurou emprego, vivendo como um desocupado, gastando o dinheiro da pensão que recebia e até contraindo um empréstimo com uma tia. Os historiadores acreditam que esse período em Viena foi crucial para que Hitler formasse suas ideias antissemitas.
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Casamento
Ao longo de sua vida, Adolf Hitler manteve apenas um casamento, que aconteceu nos últimos dias de sua vida, quando a Alemanha estava praticamente derrotada na Segunda Guerra Mundial, e Hitler e o comando nazista estavam enclausurados em bunkers. O casamento de Hitler aconteceu em 15 de abril de 1945.
Adolf Hitler casou-se com Eva Braun, uma jovem alemã que ele conheceu em Munique, em 1929. Na ocasião, Eva Braun tinha apenas 17 anos de idade e acredita-se que o envolvimento amoroso dela com Hitler tenha se iniciado em 1932. O relacionamento deles foi mantido em segredo pelo resto da vida dos dois.
A relação entre eles só se tornou mais estável com o início da Segunda Guerra Mundial e Eva Braun tornou-se uma figura muito presente na vida de Hitler à medida que a derrota alemã se aproximava. Por conta da iminente derrota, os dois decidiram se casar em 15 de abril; no dia 30 de abril de 1945, ambos cometeram suicídio.
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Filhos
Adolf Hitler e Eva Braun não tiveram filhos e o ditador alemão também não teve filhos em outros envolvimentos amorosos que teve em sua vida.
Adolf Hitler na Primeira Guerra Mundial
Em 1913, Hitler teve acesso a uma herança deixada pelo seu pai e, com o valor que recebeu, ele decidiu abandonar Viena e mudar-se para Munique, na Alemanha. Ele justificou a mudança alegando que tentaria ingressar na Academia de Artes de Munique, mas os historiadores sabem que ele estava fugindo do serviço obrigatório austríaco.
No ano seguinte, por sua vez, eclodiu a Primeira Guerra Mundial, fazendo com que Hitler se voluntariasse no exército alemão. Ele não podia se alistar, porque era austríaco, mas, mesmo assim, foi enviado para dois batalhões distintos. Hitler não teve um grande papel no exército alemão, chegando apenas ao posto de cabo.
Durante a guerra ele atuou como mensageiro e tinha como função levar as mensagens do posto de comando para a frente de batalha. No final da guerra, ele se feriu com gás mostarda e acabou hospitalizado. Quando a Alemanha foi derrotada, ele ainda se recuperava dos efeitos desse gás. Hitler nunca aceitou a derrota alemã, tornando-se ressentido e abraçando diversos ideais extremistas.
Adolf Hitler e o nazismo
Depois da guerra, Hitler, assim como milhares de alemães inconformados com a derrota, começou a adotar uma série de ideias conspiratórias que afirmavam que a derrota da Alemanha havia sido forjada como parte de uma conspiração de socialistas e judeus para sabotar o país.
A situação da economia e política alemã era, no mínimo, tensa, e a República de Weimar (1919-1933) foi um período de grande agitação social na Alemanha. Diversos movimentos de extrema-direita surgiram no país, e Adolf Hitler tornou-se um agitador político, defendendo ideias políticas extremistas na Alemanha.
Os discursos de Hitler acusavam os judeus de serem os responsáveis pelas mazelas da Alemanha, além de atacar socialistas e social-democratas. Ele também era um supremacista e defendia o discurso de que os germânicos eram uma raça superior. O extremismo conservador ganhou força na Alemanha, e Hitler foi conquistando espaço nesse cenário. Em 1919, tornou-se membro do Partido dos Trabalhadores Alemães, um partido de extrema-direita.
Ele ganhou espaço por ser um ótimo palestrante, fazendo discursos que chamavam bastante atenção. No ano seguinte, em 1920, o partido de que Hitle fazia parte tornou-se o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães e sua inauguração se deu com um programa de 25 pontos que resumia a ideologia nazista.
Adolf Hitler foi diretamente responsável pelo crescimento desse partido entre 1920 e 1923 e tramou um golpe em Munique. Esse golpe ficou conhecido como Putsch da Cervejaria, mas fracassou. Hitler foi preso e, durante esse período de prisão, escreveu Mein Kampf, o livro que resumiu a ideologia defendida por ele.
Depois que saiu da prisão, Adolf Hitler tornou-se líder do nazismo. As ações de Hitler foram responsáveis por atrair milhares de seguidores de todas as camadas da sociedade alemã.
Ele estabeleceu um culto a sua personalidade, sendo chamado de führer (líder, em alemão), e era saudado pelos nazistas por Heil Hitler (Salve Hitler, em alemão). À medida que o nazismo foi crescendo, novas lideranças internas foram surgindo para atuarem em parceria como Hitler. Assim, o partido começou a se tornar uma força na política alemã. No final da década de 1920, o partido conquistou muitos votos, principalmente depois da Grande Depressão. Assim, o nazismo pulou de 12 assentos no Parlamento, em 1928, para 230, em 1932.
Nesse mesmo ano, Adolf Hitler conquistou a cidadania alemã, então ele pôde disputar a eleição presidencial do país. Nessa eleição ele foi para o segundo turno, mas foi derrotado por Paul von Hindenburg.
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Hitler chega ao poder
Em 1933, Hitler chegou ao poder da Alemanha. A crise econômica, social e política da Alemanha fortaleceu mais ainda ideologias extremistas como a de Hitler. Uma pressão social muito grande se estabeleceu em Hindenburg para que ele nomeasse Hitler como chanceler do país. Isso aconteceu no começo de 1933.
A ascensão de Hitler levou o nazismo ao poder da Alemanha, dando início à virada autoritária desse país. Em fevereiro de 1933, Adolf Hitler acabou com as liberdade individuais que existiam na Alemanha com a justificativa de que era uma medida necessária para garantir a ordem no país depois que o Parlamento foi incendiado.
Em 1934, Hindenburg faleceu e Hitler acumulou as funções de presidente e chanceler da Alemanha. Com isso, tornou-se líder supremo do país, possuindo poderes irrestritos para governar.
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Adolf Hitler e a Segunda Guerra Mundial
Durante o seu governo (e antes dele), Hitler demonstrou total desprezo pelo Tratado de Versalhes, além de exaltar a guerra e vê-la como meio necessário para formar o espaço vital que defendia para a Alemanha. Hitler queria formar um grande império alemão com uma vastidão de territórios que foram historicamente ocupados por germânicos, livrar esses territórios dos judeus e explorar outros povos considerados “inferiores” (como os eslavos).
Assim, ele passou a desrespeitar os termos do Tratado de Versalhes e a preparar o exército alemão para uma guerra. Hitler também deu início à expansão territorial da Alemanha, anexando a Áustria e Checoslováquia entre 1938 e 1939. A anexação da Checoslováquia, inclusive, causou uma grande crise diplomática, e Hitler chegou a prometer de que seria a sua última ação expansionista.
Hitler evidentemente estava mentindo, pois ele também tinha planos de conquistar a Polônia. O que ele não esperava é que invadir a Polônia resultaria em uma resposta de franceses e britânicos. Adolf Hitler autorizou a invasão da Polônia e essa ação militar aconteceu em 1º de setembro de 1939. Essa ação fez com que franceses e britânicos declarassem guerra à Alemanha.
Esse acontecimento deu início à Segunda Guerra Mundial, o maior conflito da história da humanidade. A guerra era vista por Hitler como o caminho necessário para tornar a Alemanha o império que ele desejava formar, mas ele não esperava que ela começasse tão cedo. De toda forma, a participação da Alemanha na guerra passou por diferentes fases.
Entre 1939 e 1941, a Alemanha acumulou conquistas, derrotando os franceses e invadindo com sucesso diversas nações europeias. As vitórias alemãs deixaram Hitler cego e fizeram com que ele tomasse algumas ações muito questionáveis. Uma delas foi autorizar a invasão da União Soviética, em junho de 1941.
A ideia era derrotar rapidamente os soviéticos para derrubar o grande inimigo do nazismo: o socialismo bolchevista. No longo prazo, a invasão da União Soviética tornou-se um grande erro de Hitler, pois os soviéticos não foram derrotados rapidamente, como havia sido planejado, e foram os grandes responsáveis pela derrota alemã.
Os alemães quase derrotaram os soviéticos no segundo semestre de 1941, mas estes seguraram o avanço alemão e infligiram uma crucial derrota em Stalingrado, dando início à decadência alemã no conflito. Hitler se recusava a aceitar as derrotas que sofria e passou a sofrer de maneira intensa com o estresse de liderar a Alemanha na guerra.
O governo autoritário de Hitler e o genocídio promovido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial fizeram com que Hitler fosse alvo de uma tentativa de assassinato em 1944, mas ele sobreviveu. Em 1945, a derrota alemã foi consolidada, e a última batalha travada pelos alemães foi a chamada Batalha de Berlim.
Adolf Hitler e o Holocausto
O antissemitismo de Adolf Hitler era uma marca de sua ideologia política desde que ele iniciou sua trajetória política no começo da década de 1920. Uma vez no poder da Alemanha, Hitler estabeleceu medidas para retirar direitos dos judeus, tornando-os pessoas de “segunda categoria” na Alemanha.
Uma desses medidas foram as Leis de Nuremberg, que retiraram a cidadania alemã dos judeus alemães. A violência contra os judeus foi crescendo exponencialmente até que, em 1938, um grande ataque coordenado pelos nazistas foi realizado em toda a Alemanha. Esse evento ficou conhecido como Noite dos Cristais e deu início ao aprisionamento dos judeus em campos de concentração.
A violência contra os judeus promovida pelos nazistas tornou-se um genocídio, uma vez que o comando nazista passou a atuar para concretizar o desejo de Hitler de exterminar todos os judeus da Europa. Conhecido como Holocausto, esse genocídio foi um dos grandes horrores da história da humanidade, sendo marcado por fuzilamento, escravização, transformações de pessoas em cobaias para experimentos médicos, entre outras ações.
Os nazistas criaram campos de extermínio cujo propósito único era o de executar judeus. O Holocausto ficou marcado por diversos horrores, sendo responsável pela morte de cerca de seis milhões de pessoas entre judeus, homossexuais, pessoas com deficiência física e mental, ciganos, entre outros.
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Morte de Adolf Hitler
Como mencionado, em 1945, a situação da Alemanha na guerra era crítica e o colapso do país fez com que o território alemão fosse invadido pelas tropas aliadas. Berlim foi cercada pelos soviéticos em abril de 1945 e foi submetida a um pesado bombardeio e depois por um ataque terrestre que visava à conquista da cidade.
Hitler foi orientado a fugir da cidade, mas se recusou. No dia 30 de abril, quando os soviéticos entraram no Parlamento alemão, ele cometeu suicídio junto de sua esposa. Seu corpo foi levado para a superfície e incendiado.
Curiosidades sobre Adolf Hitler
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Alguns historiadores falam que Hitler era viciado em metanfetamina.
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Hitler praticava incessantemente os seus discursos e muitos atribuem sua capacidade retórica a esse hábito de treino rotineiro de sua retórica.
Créditos da imagem:
[1] Andreas Wolochow / Shutterstock
[2] Andreas Wolochow / Shutterstock
Fontes
EVANS, Richard J. A chegada do Terceiro Reich. São Paulo: Planeta, 2016.
HASTINGS, Max. Inferno: o mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012.
KERSHAW, Ian. Hitler. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.