Reportagem
Por dentro dos gêneros textuais: Clique e conheça as características da reportagem, texto do universo jornalístico.
Leia o texto a seguir:
Bullying: é preciso levar a sério ao primeiro sinal Esse tipo de violência tem sido cada vez mais noticiado e precisa de educadores atentos para evitarem consequências desastrosas. Andréia Barros Entre os tantos desafios já existentes na rotina escolar, está posto mais um. O bullying escolar - termo sem tradução exata para o português - tem sido cada vez mais reportado. É um tipo de agressão que pode ser física ou psicológica, ocorre repetidamente e intencionalmente e ridiculariza, humilha e intimida suas vítimas. "Ninguém sabe como agir", sentencia a promotora Soraya Escorel, que compõe a comissão organizadora do I Seminário Paraibano sobre Bullying Escolar, que reuniu educadores, profissionais da Justiça e representantes de governos nos dias 28 e 29 de março, em João Pessoa, na Paraíba. "As escolas geralmente se omitem. Os pais não sabem lidar corretamente. As vítimas e as testemunhas se calam. O grande desafio é convocar todos para trabalhar no incentivo a uma cultura de paz e respeito às diferenças individuais", complementa. A partir dos casos graves, o assunto começou a ganhar espaço em estudos desenvolvidos por pedagogos e psicólogos que lidam com Educação. Para Lélio Braga Calhau, promotor de Justiça de Minas Gerais, a imprensa também ajudou a dar visibilidade à importância de se combater o bullying e, por consequência, a criminalidade. "Não se tratam aqui de pequenas brincadeiras próprias da infância, mas de casos de violência, em muitos casos de forma velada. Essas agressões morais ou até físicas podem causar danos psicológicos para a criança e o adolescente facilitando posteriormente a entrada dos mesmos no mundo do crime", avalia o especialista no assunto. Ele concorda que o bullying estimula a delinquência e induz a outras formas de violência explícita. Seminário - Organizado pela Promotoria de Justiça da Infância e da Adolescência da Paraíba, em parceria com os governos municipal e estadual e apoio do Colégio Motiva, o evento teve como objetivo, além de debater o assunto, orientar profissionais da Educação e do Judiciário sobre como lidar com esse problema. A Promotoria de Justiça elaborou um requerimento para acrescentar os casos de bullying ao Disque 100, número nacional criado para denunciar crimes contra a criança e o adolescente. O documento será enviado para o Ministério da Justiça e à Secretaria Especial de Direitos Humanos. Durante o encontro também foi lançada uma publicação a ser distribuída para as escolas paraibanas, com o objetivo de evidenciar a importância de um trabalho educativo em todos os cenários em que o bullying possa estar presente - na escola, no ambiente de trabalho ou mesmo entre vizinhos. Nesse manual, são apresentados os sintomas mais comuns de vítima desse tipo de agressão, algumas pistas de como identificar os agressores, conselhos para pais e professores sobre como prevenir esse tipo de situação e mostram-se, ainda, quais as consequências para os envolvidos. Disponível em Revista Escola. Acesso em 16/04/15. |
O texto que você leu agora fala sobre uma prática reprovável que, infelizmente, é uma realidade, principalmente dentro das escolas. O gênero textual escolhido para desenvolver esse tema tão delicado foi a reportagem, gênero que normalmente é publicado em revistas, sites e em edições especiais de jornais. Mas você sabe o que é uma reportagem? O Escola Kids vai explicar direitinho para você. Acompanhe a explicação e bons estudos!
Características da reportagem
► A reportagem é um dos gêneros textuais do universo jornalístico, e todos os textos que habitam nesse universo têm como principal missão informar. Por cumprir uma tarefa tão importante, a reportagem desempenha uma função social e deve estar sempre a serviço da comunicação. Diferentemente do que acontece com a notícia, cujas características formam outro gênero textual, a reportagem não tem como objetivo noticiar um assunto pontual, algo que esteja acontecendo, por exemplo, no dia de hoje. A reportagem pode escolher como tema um assunto que faça parte da realidade das pessoas e que seja de interesse de uma comunidade;
► A notícia está no grupo de textos que compõem aquilo que os estudiosos da comunicação chamam de jornalismo informativo. Já a reportagem está no grupo de textos que constituem o jornalismo opinativo. O jornalismo informativo apenas noticia, ou seja, narra acontecimentos. Por esse motivo, as opiniões do repórter devem ficar implícitas. Já o jornalismo opinativo tem como função opinar, interferir na construção dos juízos de valores do leitor ou do espectador, portanto, a opinião do jornalista fica explícita;
► A reportagem apresenta uma estrutura textual mais elaborada, por isso ela geralmente é um texto maior do que a notícia. A notícia precisa ser objetiva, nela o repórter não tem compromisso com o jornalismo opinativo. Na reportagem, ao contrário do que é feito na notícia, o jornalista pode utilizar os discursos direto e indireto, intercalando seu ponto de vista com o ponto de vista de testemunhas, entrevistados ou especialistas sobre determinado assunto. É claro que a objetividade é um recurso desejável, afinal de contas, trata-se de um texto não literário, mas é possível observar que na reportagem o assunto é abordado a partir de um ângulo pessoal e, por esse motivo, ela é assinada por quem a escreveu;
► Podemos dizer, portanto, que a reportagem vai além da notícia, pois apresenta elementos mais sofisticados, além de dispor de variados recursos linguísticos. Pode apresentar levantamento de dados e uma análise sobre eles. Por esse motivo, a reportagem demanda maior tempo e dedicação de quem a escreve.
Por Luana Castro
Graduada em Letras