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Tipos de descrição: descrição objetiva e descrição subjetiva

Descrições objetivas e subjetivas são formas de caracterização de seres e objetos em textos.

As descrições objetivas e subjetivas possuem particularidades específicas.

A descrição é a tipologia textual cuja função é caracterizar seres e objetos. Ela é fundamental para a comunicação humana, pois é por meio das descrições que se definem ou se especificam os diversos elementos do mundo. Diversos gêneros textuais, tais quais o romance, a novela, a notícia, entre outros, têm trechos descritivos como fundamentais em suas estruturas. De certa forma, é possível dizer que existem dois tipos de descrição: a objetiva e a subjetiva.

Características da descrição objetiva

  • Pode ser definida como aquela que representa a realidade tal qual ela é, ou seja, sem a influência dos sentimentos ou pensamentos daquele que escreve.

  • O movimento literário Realismo é famoso por ter como uma de suas bandeiras a exaltação das descrições objetivas.

  • Em diversos textos do cotidiano — tais como as “especificações técnicas de um produto” ou ainda o “memorial descritivo do contrato de locação de imóvel” —, é necessário o uso de descrições objetivas.

  • Normalmente, uma descrição que se pretende objetiva costuma evitar o uso da primeira pessoa do discurso.

Características da descrição subjetiva

  • Pode ser definida como aquela em que as opiniões, perspectivas e sentimentos do autor interferem explicitamente no processo descritivo.

  • Um movimento literário que exaltava as descrições subjetivas foi o Romantismo.

  • No dia a dia, produzimos diversas descrições subjetivas, quando, por exemplo, explicamos o gosto de uma comida de que gostamos muito: “Esse sanduíche é um aconchego para minha barriga!”

  • O uso da primeira pessoa do singular, representado pelo pronome “eu”, é comum em textos cujas descrições tendem a ser subjetivas.

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Exemplos

Veja, a seguir, exemplos de trechos descritivos objetivos e subjetivos:

  • Texto 01

O Instituto Inhotim começou a ser idealizado pelo empresário mineiro Bernardo de Mello Paz a partir de meados da década de 1980. A propriedade privada se transformou com o tempo, tornando-se um lugar singular, com um dos mais relevantes acervos de arte contemporânea do mundo e uma coleção botânica que reúne espécies raras e de todos os continentes. Os acervos são mobilizados para o desenvolvimento de atividades educativas e sociais para públicos de faixas etárias distintas. O Inhotim, uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), tem construído ainda diversas áreas de interlocução com a comunidade de seu entorno. Com atuação multidisciplinar, o Inhotim se consolida, a cada dia, como um agente propulsor do desenvolvimento humano sustentável.

(Instituto Inhotim)

Nesse texto, é possível identificar uma função principal: descrever o que é o Instituto Inhotim. Para isso, o autor não redigiu suas impressões sobre o lugar, mas sim apresentou fatos concretos sobre o espaço. Isso é perceptível em trechos como “[um lugar] com um dos mais relevantes acervos de arte contemporânea do mundo e uma coleção botânica que reúne espécies raras e de todos os continentes”.

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  • Texto 02

Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro, ele não figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. Só quieto. Nossa mãe era quem regia, e que ralhava no diário com a gente — minha irmã, meu irmão e eu. Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si uma canoa.

Era a sério. Encomendou a canoa especial, de pau de vinhático, pequena, mal com a tabuinha da popa, como para caber justo o remador. Mas teve de ser toda fabricada, escolhida forte e arqueada em rijo, própria para dever durar na água por uns vinte ou trinta anos. Nossa mãe jurou muito contra a ideia. Seria que, ele, que nessas artes não vadiava, se ia propor agora para pescarias e caçadas? Nosso pai nada não dizia. Nossa casa, no tempo, ainda era mais próxima do rio, obra de nem quarto de légua: o rio por aí se estendendo grande, fundo, calado que sempre. Largo, de não se poder ver a forma da outra beira. E esquecer não posso, do dia em que a canoa ficou pronta.

In: GUIMARÃES, R. A terceira margem do rio.

No início do conto de Guimarães Rosa, é possível encontrar a descrição do pai do narrador, assim como da atitude que esse havia tomado: construir um barco. A visão que o filho tem do pai é marcada pela memória afetiva pessoal e da comunidade que vivia — “Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação.”

Aproveite para conferir nossa videoaula relacionada ao assunto:

 

Por Me. Fernando Marinho

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