Liberalismo econômico
Saiba mais sobre o liberalismo econômico, seus princípios e suas características.
Quando estudamos os conteúdos de Idade Moderna, sempre nos deparamos com temas que se referem direta ou indiretamente à economia. Isso ocorre porque a moderna ciência econômica constituiu-se nos séculos XVIII e XIX, época em que começou a desenvolver-se a “Economia Política”, isto é, um tipo de estudo sobre a dinâmica do sistema econômico, desde a produção (fábricas, máquinas, etc.), o processo de divisão do trabalho, a distribuição do produto até o consumo. Uma das correntes que se dedicaram a esse estudo foi o liberalismo econômico, que, por sua vez, está associado a liberalismo enquanto corrente político-ideológica.
O liberalismo econômico tem suas raízes no pensamento clássico sobre riqueza, acumulação de bens, trabalho, etc., desenvolvido por pensadores dos séculos XVIII e XIX, como Adam Smith, David Ricardo, Jeremy Bentham, Wilhem Von Humbolt, John Stuart Mill, entre outros. O liberalismo econômico tem como princípio básico a não intervenção estatal na economia, isto é, crê que é mais eficaz e mais criativo a liberdade dos atores do processo econômico, o que implica outro princípio, que é o da liberdade individual. O liberalismo preza, sobretudo, o indivíduo e sua potencialidade, sua capacidade de empreender e transformar o cenário econômico em que vive.
Para o liberalismo, o sistema da economia de mercado denominado capitalismo não encarna necessariamente um processo iníquo, desumano e exploratório. Isso só ocorre, para os autores liberais, quando há relações iníquas entre o Estado e grandes corporações, que dele recebem privilégios. Para o liberalismo econômico, a livre concorrência do mercado estimula a garantia de melhores produtos, melhor eficiência em serviços e melhor relação entre empregadores e empregados.
Por esse motivo, um dos estudiosos de economia, que viveu no século XX, o austríaco Ludwing Von Mises, disse que: “O liberalismo é o conceito mais abrangente. Comporta uma ideologia que abarca toda a vida social. A ideologia da democracia compreende apenas o domínio das relações sociais que se referem à constituição do Estado” [1]. Do liberalismo, de modo geral, e do liberalismo econômico, de modo especial, originou-se, segundo os seus defensores, a garantia também da ordem política democrática, haja vista que é nas liberdades individuais que estão reservados todos os valores que tornam uma sociedade saudável.
Em oposição à perspectiva econômica liberal, encontram-se várias correntes de orientação intervencionista, que defendem uma presença mais forte do Estado no setor econômico sob a defesa da garantia da igualdade social e da distribuição de renda, entre outros argumentos. Essas correntes geralmente derivam da interpretação marxista da economia, exposta principalmente no trabalho O Capital.
[1] Von Mises, Ludwig. O liberalismo segundo a tradição clássica. São Paulo: Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2010. p.35.
Por Me. Cláudio Fernandes