Holocausto
Holocausto foi o genocídio de judeus realizado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Estima-se que cerca de seis milhões de pessoas morreram nele.
O Holocausto foi o nome que recebeu o genocídio realizado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O principal grupo que sofreu da matança sistemática foram os judeus, mas os nazistas também ordenaram a execução de negros, ciganos, homossexuais e testemunhas de Jeová, e estima-se que o resultado disso tenha sido, ao menos, seis milhões de mortos.
Os judeus referem-se ao Holocausto como Shoá (que significa “catástrofe” no idioma hebraico), sendo eles os que mais foram perseguidos durante o genocídio. As vítimas do Holocausto morreram de diversas formas, tais como: envenenamento em câmaras de gás e fuzilamento em massa.
Veja mais: Causas da 2ª Guerra – Período entreguerras, ascensão do nazismo e outros conflitos
Antissemitismo
Considera-se os judeus o grupo mais afetado pelas ações nazistas durante o Holocausto, pois eles foram a maioria absoluta dos mortos nesse genocídio. A perseguição a eles nesse contexto está relacionada com o antissemitismo, que se fortaleceu na Europa na segunda metade do século XIX. A sociedade alemã desse período já demonstrava fortes indícios desse sentimento.
O antissemitismo é a palavra que usamos para explicar a aversão/ódio que uma pessoa sente pelos judeus. Foi esse preconceito que moveu um país inteiro a persegui-los. Ao final da Primeira Guerra Mundial, o antissemitismo na Alemanha ganhou contornos de conspiração. Pessoas influentes daquela sociedade explicavam a derrota alemã nesse conflito como resultado de uma conspiração judia. Essa explicação ficou conhecida como “Teoria da punhalada nas costas”.
O antissemitismo foi o sentimento que agrupou pessoas em torno de grupos da extrema-direita alemã na década de 1920. Acredita-se que Hitler, líder do nazismo, tenha se tornado antissemita ainda na década de 1910, quando residiu em Viena, capital da Áustria.
O antissemitismo era um elemento crucial da ideologia nazista, e o discurso de ódio propagado durante toda a década de 1920 tornou-se ação prática quando os nazistas subiram ao poder da Alemanha, em 1933. Assim nascem os genocídios: o discurso de ódio, em algum momento, dá espaço para a perseguição física.
Acesse também: Operação Valquíria – a última tentativa de matar Adolf Hitler
Alemanha nazista
A perseguição aos judeus na Alemanha nazista era constante e visava à exclusão social deles em longo prazo. A mobilização da sociedade contra essas pessoas também era algo muito importante para o nazismo, pois garantia que suas ideias e ações fossem apoiadas e concretizadas.
De 1933 em diante, uma série de leis e ações voltaram-se contra os judeus. A primeira lei, nesse sentido, de abril de 1933, ficou conhecida como Lei para Restauração do Serviço Público Profissional, a qual decretou a exclusão dos judeus do serviço publico. Outras duas limitavam o acesso de judeus à universidade e impediam-nos de exercer certas profissões.
A partir de 1935, os judeus deixaram de ser considerados cidadãos alemães pela Lei de Cidadania do Reich, tornando-se apenas “sujeitos de Estado”, isto é, pessoas que não tinham os direitos básicos de um cidadão, mas que, ainda assim, deveriam cumprir suas obrigações para com o Estado alemão.
O aprisionamento dos judeus em campos de concentração deu-se a partir de 1938, quando foi realizado um pogrom (ataque violento coordenado) contra eles em todo o território alemão. Esse ataque foi ordenado pela cúpula do nazismo como forma de vingar o assassinato de um diplomata alemão por um judeu em Paris.
O resultado disso foram centenas de lojas e sinagogas destruídas por toda a Alemanha, possíveis milhares mortes, e 30.000 judeus aprisionados e enviados para três campos de concentração. Esse acontecimento recebeu o nome de Noite dos Cristais, em alusão à quantidade de vidraças de lojas quebradas.
Segunda Guerra Mundial
Esse conflito iniciou-se em 1939 e foi o momento propício para que os nazistas tornassem a sua retórica, que defendia a eliminação dos judeus, em prática. Na medida em que a guerra saiu do controle da Alemanha, membros do governo nazista sugeriam ações para lidar com a “questão judia”.
Alguns defenderam a deportação dos judeus, e sugestões, como União Soviética e Madagáscar, foram consideradas, mas questões de logística e diplomáticas fizeram com que essa ideia fosse abandonada. A proposta que ganhou força foi o programa de eliminação dos judeus conhecido como Solução Final.
-
Solução Final
Esse termo foi um eufemismo utilizado pelos nazistas para referirem-se ao assassinato dos judeus em escala industrial. Nesse momento, aqueles desenvolveram aparatos de execução de indivíduos em dimensão gigantesca. A eliminação dos judeus, nesse plano, deu-se principalmente por duas frentes:
-
Grupos de extermínios;
-
Campos de extermínio.
Os nazistas decidiram aglomerá-los em locais como campos de concentração e guetos. Nesses campos, os judeus eram colocados em regime de trabalho forçado, e suas condições de vida eram ruins. Com o avançar da guerra, os nazistas desenvolveram os campos de extermínios, voltados exclusivamente para a execução.
A primeira forma de execução dos judeus ocorreu pelos grupos de extermínio, conhecidos no alemão como Einsatzgruppen. Esses grupos atuaram atrás das linhas alemãs no leste europeu e realizaram uma verdadeira “limpeza étnica”. Divididos em quatro grandes esquadrões, eles caçavam, agrupavam e executavam os judeus em um volume enorme.
A atuação desses grupos, porém, apresentou alguns problemas do ponto de vista nazista, pois a velocidade com qual eliminavam os judeus não era a desejada (os nazistas queriam que o volume das mortes aumentasse). Além disso, muitos membros dos grupos de extermínio desenvolviam problemas psicológicos por estarem envolvidos nas execuções de tantas pessoas.
Leia mais: Declaração Universal dos Direitos Humanos - documento motivado pelo Holocausto
-
Campos de concentração
Com isso, os nazistas decidiram fazer uso das câmaras de gás para incrementar o volume de mortes. Inicialmente, eles usavam essas câmaras para lidar com as pessoas que faziam parte do Programa de Eutanásia, que executava pessoas portadoras de deficiências físicas e intelectuais.
Nesse programa, as pessoas eram colocadas em câmaras de gás e nelas morriam por asfixia via monóxido de carbono. Esses dispositivos foram levados para os campos de extermínios, construídos com o fim de matar mais judeus. A partir do segundo semestre de 1941, foram construídos os seguintes campos de extermínio: Auschwitz-Birkenau, Chelmno, Majdanek, Sobibor, Treblinka e Belzec.
Todos eles ficavam na Polônia, e alguns fizeram uso do Zyklon-B, pesticida que liberava um gás altamente venenoso. Acredita-se que, somente nos campos de extermínio, cerca de três milhões de pessoas tenham morrido. A ação dos grupos de extermínio, além dos maus-tratos que os judeus sofriam cotidianamente nos campos de concentração, levou à morte outras milhões de pessoas.
O avanço das tropas aliadas, no final da Segunda Guerra, fez com que muitos campos de concentração e extermínio fossem liberados pelos norte-americanos e soviéticos. O caso mais simbólico aconteceu em 27 de janeiro de 1945, quando o exército soviético liberou Auschwitz. Se quiser aprofundar seus conhecimentos nesse tema, leia nosso texto: Segunda Guerra Mundial.
Créditos da imagem
[1] bondvit e Shutterstock