Hino da Proclamação da República
O Hino da Proclamação da República é uma canção cívica que foi criada, logo após a proclamação da república, com o intuito de ser o novo Hino Nacional.
O Hino da Proclamação da República é uma canção cívica e parte dos hinos oficiais que existem em nosso país. Serve como homenagem à proclamação da república, evento que marcou o fim da monarquia e o início do regime republicano no país. Seus autores foram José Joaquim Medeiros e Albuquerque e Leopoldo Miguez.
Essa canção foi criada, logo após a proclamação da república, para um concurso que procurava escolher um novo Hino Nacional. A canção de Medeiros e Albuquerque e Miguez venceu o concurso, mas não se tornou o novo Hino Nacional, sendo oficializada como Hino da Proclamação da República pelo Decreto nº 171/1890.
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Resumo sobre o Hino da Proclamação da República
- O Hino da Proclamação da República é uma canção cívica que exalta a proclamação da república.
- Essa canção foi criada, logo após a proclamação da república, em um concurso que buscava escolher um novo Hino Nacional para o Brasil.
- Foi composta por José Joaquim Medeiros e Albuquerque e Leopoldo Miguez.
- Foi oficializada como Hino da Proclamação da República pelo Decreto nº 171/1890, assinado pelo presidente Deodoro da Fonseca.
Qual é o Hino da Proclamação da República?
O Hino da Proclamação da República é uma das canções oficiais do nosso país, portando um valor cívico sobre o Brasil. Essa canção é uma forma de homenagear a proclamação da república, evento que marcou o fim da monarquia e o início da república no Brasil, em 15 de novembro de 1889.
Vejamos a letra do Hino da Proclamação da República:
I
Seja um pálio de luz desdobrado.
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança, de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
II
Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País…
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, avante, da Pátria no altar!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
III
Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!
Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder
Mas da guerra nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
IV
Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
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Qual o significado do Hino da Proclamação da República?
O Hino da Proclamação da República é uma canção de exaltação da proclamação da república e da nova fase do Brasil. Ela foi criada para ser o novo Hino Nacional Brasileiro, mas não assumiu essa posição. Sua intenção inicial embasa os valores da república ressaltados na letra, tentando associar esse regime de governo com a ideia de liberdade.
A letra ressalta que a mudança de regime abriu uma nova fase para o Brasil, garantindo que o nosso país, com certeza, tenha um futuro glorioso. Além disso, o período monárquico é apresentado na canção como uma mácula, algo que envergonhava a história e que deve ser esquecido. A esperança de um futuro de triunfos, no entanto, é uma mensagem importante defendida no hino.
O hino também aponta a escravidão, estabelecendo uma crítica à monarquia por ter mantido essa instituição por tanto tempo no país. Contudo, pondera que, mesmo com essa mancha em nossa história, o futuro do Brasil será marcado pela glória. A letra ressalta que todos os brasileiros serão irmãos e que não haverá tiranos no período republicano.
Origem e história do Hino da Proclamação da República
O Hino da Proclamação da República foi criado logo após a passagem do Brasil para o regime republicano, em 1889. Essa canção foi criada por José Joaquim Medeiros e Albuquerque, jornalista e escritor que fez a letra, e por Leopoldo Miguez, compositor da melodia. Essa composição foi submetida a um concurso na época.
O concurso foi estabelecido pelo governo brasileiro para atender a necessidade de um novo Hino Nacional. Essa necessidade se deu porque, com a mudança para a república, o antigo hino, fortemente associado com a monarquia, precisava ser substituído por uma canção que ressaltasse os valores do novo regime.
A canção de Medeiros e Albuquerque e Miguez saiu como a vencedora. Apesar disso, ela não foi oficializada como Hino Nacional, pois o governo optou por manter a melodia antiga, deixando o Hino Nacional sem uma letra até que se escolhesse a criada por Joaquim Osório Duque-Estrada, em 1909.
Quanto à canção de Medeiros e Albuquerque e Miguez, ela foi transformada, pelo presidente do Brasil Deodoro da Fonseca, em Hino da Proclamação da República por meio do Decreto nº 171/1890.
15 de novembro – Dia da Proclamação da República
O Dia da Proclamação da República é comemorado anualmente em 15 de novembro. Essa data celebra a proclamação da república, realizada em 15 de novembro de 1889. Quem proclamou o novo regime foi José do Patrocínio. Esse acontecimento foi a concretização de uma conspiração que planejou derrubar a monarquia no Brasil e estabelecer o regime republicano.
O declínio do regime republicano se iniciou depois do encerramento da Guerra do Paraguai, passando por diversos fatores. Os militares estavam insatisfeitos com a monarquia e o que entendiam ser a falta de reconhecimento pelos seus esforços, além de desejarem participar da política brasileira, sendo, no entanto, proibidos pelas leis do império.
Além disso, havia uma crescente insatisfação com a falta de representatividade política na monarquia, uma vez que apenas uma minoria de privilegiados tinha o direito de participar dela. Muitos historiadores afirmam que a perda de apoio da aristocracia escravocrata, após a Lei Áurea, também foi um fator crucial.
A conspiração contou com nomes como Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa, Benjamin Constant, entre outros, que planejaram a queda da monarquia e convenceram o marechal Deodoro da Fonseca a aderir ao movimento em cima da hora. O marechal derrubou o Gabinete Ministerial no começo do dia, iniciando a sucessão de acontecimentos que levaram ao ato de José do Patrocínio.
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Fontes
REDAÇÃO. Decreto nº 171, de 20 de janeiro de 1890. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1899/d171.htm.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.