História

Fisiocracia

Descubra o que era a Fisiocracia e quais eram as ideias que os fisiocratas defendiam.

Quesnay foi o articulador da teoria do Estado fisiocrata

Quando estudamos o século XVIII, sempre nos deparamos com a ascensão da atmosfera intelectual que se fez presente na Europa e nos Estados Unidos, o que ficou conhecido como Iluminismo. Pois bem, dentro da atmosfera do Iluminismo, outros seguimentos intelectuais apareceram, concentrando-se em áreas específicas do conhecimento. Um desses seguimentos foi a fisiocracia.

A fisiocracia constituiu uma das primeiras vertentes teóricas que procuraram explicar o fenômeno do acúmulo de riquezas, da formação da “riqueza das nações”. Sabemos que hoje esse fenômeno é explicado pela moderna ciência econômica, mas essa ciência só veio a aparecer, de fato, no século XIX, após o advento do Liberalismo Clássico (mas isso é outra história).

O termo fisiocracia significa, literalmente, “Governo da Natureza” (a palavra junta dois radicais gregos: fisis: natureza e kratos: governo) e foi proposto, inicialmente, por Dupont de Nemours e Vincent de Gournay. Mas foi com o médico do rei Luís XV, da França, François Quesnay (1694-1774), que o modelo de interpretação fisiocrata ganhou corpo. A fisiocracia entendia que aquilo que provinha da natureza, como os produtos agrícolas, os minérios e as matérias-primas, era mais essencial e mais importante à organização econômica do homem e à prosperidade (enriquecimento) que as atividade comerciais.

Quesnay e os outros fisiocratas dirigiam suas críticas ao sistema mercantilista, que ainda tinha espaço nas atividades econômicas da primeira metade do século XVIII. A crítica fisiocrata constituiu um passo importante para a compreensão das etapas da atividade econômica e do modo como deveriam ser distinguidas. O comércio, nesse sentido, concentrar-se-ia nas etapas da distribuição e do consumo do produtos, enquanto a agricultura e o extrativismo estariam na base, na etapa da produção, e por isso seriam essenciais e elementares.

Além disso, os fisiocratas formularam também a crítica ao intervencionismo do mercantilismo na nas atividades econômicas, crítica essa que foi absorvida e complexificada pelo liberalismo. A frase “Laissez faire, laissez passer, le monde va de lui même” (“Deixe fazer, deixe passar, o mundo vai por si mesmo), que sintetiza esse clamor por liberdade econômica, foi formulada por um dos fisiocratas, Vincent de Gournay.


Por Me. Cláudio Fernandes

Por Cláudio Fernandes

Versão completa