História

Expansão marítima europeia

A expansão marítima europeia foi o processo de exploração oceânica realizado pelos europeus entre os séculos XV e XVII. Portugal foi o país pioneiro nesse sentido.

Mapa das expedições espanhola e portuguesa durante a expansão marítima.

A expansão marítima europeia foi o processo de exploração oceânica que as nações europeias realizaram no planeta entre os séculos XV e XVII. Por meio dela, os europeus desbravaram os oceanos, chegaram a novos locais e estabeleceram novas rotas de comércio marítimo.

A expansão marítima foi encabeçada por Portugal, o país pioneiro de todo esse processo. Os portugueses reuniram as condições políticas, econômicas e geográficas que lhes permitiram dar início a esse movimento. Em seguida, os espanhóis montaram a expedição que chegou à América, em 1492.

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Resumo sobre a expansão marítima europeia

  • A expansão marítima foi o processo de exploração oceânica realizado pelas nações europeias.

  • Aconteceu entre os séculos XV e XVII, sendo iniciado por Portugal.

  • Portugal reunia as condições políticas, econômicas e geográficas que lhe permitiram ser o país pioneiro desse movimento.

  • O objetivo dos portugueses era encontrar uma rota até a Índia.

  • Os espanhóis organizaram uma expedição que resultou na chegada dos europeus à América, em 1492.

O que foi a expansão marítima europeia?

A expansão marítima europeia é como conhecemos o período no qual alguns países europeus realizaram expedições de exploração do oceano Atlântico (iniciamente). Essas navegações se iniciaram no século XV e se estenderam até o século XVII, levando os países europeus a desbravarem os três grandes oceanos.

Esse processo foi iniciado pelos portugueses e foi motivado por questões religiosas, políticas e econômicas. A partir da expansão marítima, os europeus chegaram a locais que eles até então desconheciam e estabeleceram novas rotas comerciais por todo o planeta. Focando no século XV, esse movimento resultou na chegada dos europeus à América e na descoberta de uma rota marítima até a Índia.

Fatores para a expansão marítima e o pioneirismo português

A expansão marítima europeia foi iniciada pelos portugueses no século XV. Até então, os europeus tinham um conhecimento extremamente limitado sobre o oceano Atlântico, que, durante esse processo, foi explorado, permitindo a descoberta de novas rotas e a chegada dos europeus a novos lugares.

A expansão marítima só foi possível porque os europeus acumularam conhecimento náutico, o que permitiu que eles pudessem transpor as barreiras da navegação oceânica. Além disso, novas tecnologias tornaram possível navegar grandes distâncias no oceano Atlântico. Foi o caso da invenção da caravela, por exemplo.

Os portugueses inventaram a caravela durante o processo de expansão marítima.[1]

Portugal também possuía as condições econômicas, geográficas e políticas que lhe permitiram ser o país pioneiro na expansão marítima. Podemos começar pelo fato de que Portugal era um país estável politicamente, e essa estabilidade tinha relação com a Revolução de Avis, no final do século XIV.

Nessa revolução, Portugal garantiu o início de uma dinastia — a de Avis — que estabeleceu uma monarquia centralizada e consolidada no país. Outros países europeus passavam por grandes agitações políticas no mesmo período. Na questão territorial, Portugal havia alcançado sua estabilidade desde o século XIII, quando Algarve foi conquistada dos mouros.

Vizinha de Portugal, a Espanha travava conflitos com os mouros e com os franceses por questões territoriais no século XVI. Com isso, percebemos que Portugal gozava de uma estabilidade que lhe permitiu investir em atividades expansionistas, como a marítima.

Economicamente, Portugal era um importante centro comercial, pois por Lisboa, sua capital, uma rota marítima importante passava. Isso fazia da cidade um local estratégico do ponto de vista econômico. Além disso, o comércio em Lisboa havia recebido grandes investimentos de comerciantes italianos.

Os comerciantes portugueses mantinham muitos contatos com comerciantes árabes, e, quando as rotas tradicionais para ter acesso a estes comerciantes — que passavam por Constantinopla — foram fechadas, em 1453, novos acessos precisaram ser traçados. Os comerciantes árabes tinham duas mercadorias valiosas para os portugueses: ouro e especiarias.

Para ter acesso novamente a elas, eram necessárias novas rotas para o Oriente, e isso só seria possível por meio da exploração oceânica, daí o impulso pelo movimento marítimo. Por fim, a localização geográfica foi fundamental, pois todo o litoral português era voltado para o oceano Atlântico. Além disso, o litoral português fica próximo a correntes marítimas que facilitavam a navegação.

A expansão marítima passou a ser vista como um grande projeto para a nação portuguesa, sendo liderado pelos monarcas do país e apoiado pela população, pela nobreza e pelo clero. Além do desejo econômico, havia a missão de levar o catolicismo para outros povos.

Expansão marítima portuguesa

O marco que deu início ao processo de expansão marítima de Portugal foi a conquista de Ceuta, em 1415. Essa cidade fica no norte da África, e o objetivo da sua conquista eram o acesso ao ouro árabe bem como o domínio do reino de João Preste, um reino mítico que os europeus acreditavam se localizar na África.

As expedições portuguesas se encaminharam para o sul do oceano Atlântico, sempre circundando o litoral do continente africano. Queriam encontrar uma rota que permitiria os portugueses chegarem à Índia e, mais especificamente, ao mercado de especiarias. Alguns grandes feitos dos portugueses na expansão marítima foram:

  • chegada a Madeira (1420);

  • contorno do Cabo Bojador (1434);

  • criação da caravela (1441);

  • travessia do Cabo da Boa Esperança (1488).

  • chegada ao Brasil (1500).

É importante mencionar que, durante esse processo, os portugueses instalaram uma série de feitorias no litoral africano, estabelecendo-as como postos de comércio importantes, além de locais onde se desenvolveriam as ações do tráfico negreiro. Os locais aos quais os portugueses chegaram, como Açores e Madeira, foram convertidos em território português e explorados economicamente.

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Expansão marítima espanhola

A expansão marítima portuguesa serviu de modelo para que a Espanha realizasse uma importante expedição no final do século XV. No entanto, isso só foi possível porque a Espanha derrotou os mouros, em 1492, conquistando o último domínio mourisco na Península Ibérica — o Reino de Granada.

A Espanha (formada pelos reinos de Castela e de Aragão) financiou uma expedição com três embarcações, lideradas pelo genovês Cristóvão Colombo. O objetivo era chegar à Índia navegando pelo oeste, com base no princípio de que a Terra era redonda. Essa expedição, em outubro de 1492, chegou a Guanahani, resultando no alcance europeu da América.

Fontes:

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

PINHEIRO, P. M. O Infante D. Henrique e o mito da Escola de Sagres. Disponível em: https://ensina.rtp.pt/artigo/o-infante-d-henrique-e-o-mito-da-escola-de-sagres/.

FAPESP. Os reis dos mares. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/os-reis-dos-mares/.

Créditos da imagem:

[1] Grobler du Preez / Shutterstock

Por Daniel Neves Silva

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