História

Era Napoleônica

A Era Napoleônica foi o período em que Napoleão Bonaparte governou a França. Foi dividida em três fases: Consulado, Império e Governo dos Cem Dias.

A Era Napoleônica durou de 1799 a 1815.

A Era Napoleônica é entendida como o período em que Napoleão Bonaparte esteve no poder da França. Esse período se estendeu de 1799 a 1815, sendo entendido como um processo de continuação da Revolução Francesa; nele, os valores revolucionários foram consolidados na França e espalhados pelo continente europeu.

A França passou por inúmeras transformações durante o governo de Napoleão, que procurou ampliar o seu poder gradativamente. Além disso, uma disputa pela hegemonia política e econômica da Europa foi travada entre França e Reino Unido, o que resultou na derrocada de Napoleão e em uma reação do absolutismo contra os valores do iluminismo.

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Resumo sobre Era Napoleônica

  • A Era Napoleônica foi o período em que Napoleão Bonaparte esteve no poder da França, estendendo-se de 1799 a 1815.

  • Napoleão Bonaparte ascendeu ao poder por meio do Golpe de 18 de Brumário.

  • Seu governo foi dividido em três fases: Consulado, Império e Governo dos Cem Dias.

  • Realizou profundas transformações na França e contribuiu para consolidar os valores iluministas.

  • Foi derrotado definitivamente na Batalha de Waterloo e enviado para o exílio na Ilha de Santa Helena.

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Antecedentes da Era Napoleônica

Antes da ascensão de Napoleão ao poder, a França passava pela Revolução Francesa, ciclo revolucionário motivado pelos ideais do iluminismo que se iniciou para combater os privilégios da sociedade absolutista e a concentração do poder real. Foi um período de grandes transformações mas também de uma enorme crise política, social e econômica na França.

Entre as transformações, destacam-se o combate aos privilégios do Antigo Regime, o que afetou nobreza e clero francês, e o estabelecimento de uma consciência política que entendia que os homens eram iguais perante a lei com base na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Nesse período houve uma intensa disputa pelo poder político francês entre grupos que possuíam origens e defendiam interesses diversos. Essa disputa se dava porque cada um desses grupos desejava liderar a França para encabeçar as transformações a seu modo no ciclo revolucionário. O destaque ficou com os girondinos e jacobinos.

Essa disputa, por vezes, foi violenta, conforme as ações tomadas, tanto por Girondinos como por Jacobinos, para perseguir e silenciar adversários políticos. Por fim, é importante destacar que as transformações políticas e sociais na França, a derrocada do absolutismo e a execução do rei Luís XVI e de sua esposa, Maria Antonieta, geraram uma reação externa.

As nações absolutistas da Europa, com destaque para Áustria e Prússia, aliadas com o Reino Unido, iniciaram a formação de tropas militares cujo objetivo era invadir o território francês e acabar com a revolução, restabelecendo o absolutismo e os privilégios da nobreza e do clero. Isso deu origem a conflitos entre essas nações e a França, o que ampliou a tensão na sociedade francesa.

Nesse quadro de grande instabilidade política, econômica e social, Napoleão Bonaparte surgiu como alternativa para resolver os grandes problemas da França. A ascensão de Napoleão ao poder se deu, em 1799, por meio de um golpe militar que recebeu o nome de Golpe de 18 de Brumário.

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Quem foi Napoleão Bonaparte?

Napoleão Bonaparte nasceu em Ajaccio, em 1769, em uma família de boa condição social e econômica. Tornou-se militar na década de 1780 e ascendeu rapidamente na hierarquia militar a partir da década de 1790. Liderou as tropas francesas em inúmeras batalhas contra os inimigos da França durante os anos da Revolução Francesa.

Napoleão Bonaparte foi militar antes de se tornar imperador.

A atuação militar de Bonaparte à frente das tropas francesas permitiu que ele se tornasse uma figura proeminente, e muitos passaram a defender que ele assumisse o poder francês, estabelecendo um governo centralizador para resolver os grandes problemas da França.

  • Golpe de 18 de Brumário

Em 1798, Napoleão deu início a uma expedição militar no Egito, que foi muito famosa, mas que no saldo geral foi um grande fracasso. Nesse período, a possibilidade de Napoleão assumir o poder francês ganhou muita força na sociedade francesa, fazendo com que ele abandonasse suas tropas no Egito para conspirar a tomada de poder na França.

Napoleão era apoiado pela burguesia francesa e considerado um herói militar pelas camadas populares. Isso permitiu que ele tivesse êxito em seu golpe, tomando o poder da França, em novembro de 1799, no evento que recebeu o nome de Golpe de 18 de Brumário, por conta do calendário revolucionário da França.

Fases e duração da Era Napoleônica

Ao todo, Napoleão Bonaparte ficou 15 anos no poder, período que foi dividido na historiografia em três fases, que são:

  • Consulado (1799-1804);

  • Império (1804-1815);

  • Governo dos Cem Dias (1815).

Consulado da Era Napoleônica

Inicialmente, Napoleão Bonaparte começou esse período como primeiro cônsul, dividindo o poder com outros dois cônsules, embora, politicamente, fosse a figura com os maiores poderes de governo. Napoleão governou de maneira autoritária, perseguindo opositores e censurando a imprensa francesa.

Entretanto, seu governo conseguiu resolver grandes entraves da França, trazendo melhorias pontuais. Napoleão negociou um armistício para encerrar a guerra que envolvia a França; consolidou algumas mudanças da Revolução Francesa; reformou o sistema tributário; e fundou o Banco da França, contribuindo para controlar a inflação no país.

Além disso, Napoleão conseguiu reconciliar a França com a Igreja Católica e estabeleceu um novo código civil francês — o Código Civil Napoleônico. Por meio desse documento, foram reafirmados o fim dos privilégios da nobreza na França, bem como a reforma agrária, realizada no país durante a revolução.

Império Napoleônico

Napoleão Bonaparte coroou a si mesmo como imperador da França.

O período imperial se iniciou por causa do acúmulo de poder de Napoleão Bonaparte. Inicialmente ele deixou de ser primeiro cônsul, tornando-se cônsul vitalício, mas, em 1804, ele coroou a si mesmo imperador francês, ampliando consideravelmente os seus poderes. O período imperial também foi marcado pela intensificação dos conflitos externos da França.

Isso porque, ainda durante o Consulado, a guerra com o Reino Unido foi retomada, com os ingleses desejando neutralizar a França para garantir a hegemonia política, econômica e militar na Europa. A França de Napoleão tentou invadir o território inglês por meio da Batalha de Trafalgar, mas fracassou. A derrota no mar aconteceu, mas, em terra, as forças francesas eram superiores e se impuseram contra austríacos e prussianos.

Incapaz de derrotar os britânicos, Napoleão avançava por terra e impunha a força de seus exércitos. A saída encontrada pelo imperador foi atingir a economia britânica.

  • Bloqueio Continental

Em 1806, Napoleão estabeleceu o Bloqueio Continental, uma determinação que fechava todos os portos da Europa Continental para o Reino Unido. Na prática, todas as nações europeias ficavam proibidas de comercializar com os ingleses, e o objetivo disso era promover o enfraquecimento da economia britânica, para conseguir derrotá-los.

Os países que não aderissem ao Bloqueio Continental seriam invadidos pelas tropas francesas. O primeiro país a desobedecer ao bloqueio foi Portugal, o que levou Napoleão Bonaparte a intervir, invadindo Espanha e Portugal, em 1807. O regente de Portugal, d. João, fugiu do país, estabelecendo-se no Rio de Janeiro e trazendo a sede do Império Português para o Brasil.

  • Fracasso de Napoleão na Rússia

Em 1810, a Rússia decidiu desobedecer ao Bloqueio Continental, retomando relações comerciais com os ingleses. Isso levou Napoleão a organizar uma enorme tropa, composta por mais de 600 mil soldados, para invadi-la. A invasão da Rússia aconteceu em 1812, recebendo o nome de Campanha da Rússia.

Nessa campanha, os russos adotaram a tática da terra arrasada, que consistia em recuos propositais do exército e na destruição proposital da terra pela qual avançaria o exército francês. Com isso, os franceses não encontravam oposição mas também não encontravam recursos de que se apoderar. Assim, os franceses avançaram até Moscou sem resistência, mas sem se fortificarem.

Com a chegada do inverno e as dificuldades para sustentar soldados e os cavalos que faziam parte da tropa, os franceses precisaram recuar. Nesse momento, o desgaste da longa marcha, a falta de suprimentos e o clima adverso deixaram-nos vulneráveis. No recuo dos franceses, os russos começaram a realizar pequenos ataques que aniquilaram o inimigo.

Governo dos Cem Dias

A derrota francesa na Rússia foi estrondosa e cerca de 95% das tropas lideradas por Napoleão morreram. A derrota enfraqueceu o domínio de Napoleão na Europa, fazendo com que ele perdesse territórios na Espanha e encarasse rebeliões em locais como os Países Baixos. Em 30 de março de 1814, Paris capitulou (cedeu) para as tropas da Sexta Coalizão (a união militar de países europeus contra o imperador), e Napoleão abdicou dias depois.

A derrota na Batalha de Waterloo, em 1815, encerrou a Era Napoleônica.

Napoleão então foi enviado para o exílio na Ilha de Elba ainda em 1814, permanecendo lá até o começo de 1815, quando fugiu e retomou o poder da França, em março de 1815. Seu governo durou 100 anos, sendo encerrado com a derrota francesa na Batalha de Waterloo, em 18 de junho de 1815. Desta vez, ele foi enviado para o exílio na distante Ilha de Santa Helena, permanecendo lá até sua morte, em 1821.

Saiba mais: Quais as principais influências da Revolução Francesa no mundo contemporâneo?

Congresso de Viena

Com a derrota de Napoleão Bonaparte, as grandes nações absolutistas europeias organizaram o Congresso de Viena. Nesse evento foi discutida a defesa do absolutismo na Europa, com Rússia, Áustria e Prússia formando uma importante aliança nesse sentido. Além disso, o mapa europeu foi levemente reconfigurado nesse evento. Para saber mais sobre esse congresso, clique aqui.

Fontes

ALTMAN, Max. Hoje na história: 1799 – Napoleão dá o golpe de 18 de Brumário. Opera Mundi, São Paulo, 09 nov. 2009. Disponível em: https://operamundi.uol.com.br/historia/1886/hoje-na-historia-1799-napoleao-da-o-golpe-do-18-brumario

BARREIROS, Isabela. Da verdadeira altura ao medo de gatos: Napoleão em 10 fatos curiosos. Aventuras na História, 26 jul. 2020. Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-10-fatos-surpreendentes-sobre-napoleao-bonaparte.phtml

BERTRAUD, Jean-Paul. A queda de Napoleão: um eletrizante relato dos três últimos dias de seu império. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções: 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

WILDE, Robert. Biography of Napoleon Bonaparte, Great Military Commander. ThoughtCo, 08 jul. 2019. Disponível em: https://www.thoughtco.com/napoleon-bonaparte-biography-1221106

Por Daniel Neves Silva

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