História

Construção de Brasília

A construção de Brasília foi realizada, na década de 1950, pelo governo de Juscelino Kubitschek. Brasília foi oficialmente inaugurada em 21 de abril de 1960.

Estrutura do Palácio do Congresso Nacional ganhando forma durante a construção de Brasília, em 1959.[1]

A construção de Brasília foi realizada no governo de Juscelino Kubitschek, nos anos 1950. Tratou-se de uma iniciativa estratégica para interiorizar o desenvolvimento do Brasil, integrando o território e reduzindo a concentração populacional e econômica no litoral. Com objetivos claros de promover a ocupação do interior, descentralizar o poder político e econômico, e simbolizar a modernidade nacional, Brasília foi erguida no Planalto Central por meio de um esforço monumental liderado por Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Joaquim Cardozo.

A cidade, que mobilizou milhares de trabalhadores, foi oficialmente inaugurada em 21 de abril de 1960, consolidando-se como a nova sede do governo brasileiro e um ícone da arquitetura moderna, mesmo ainda em fase de conclusão.

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Resumo sobre a construção de Brasília

  • A construção de Brasília foi realizada durante o governo de Juscelino Kubitschek, nos anos 1950.
  • Teve início oficialmente em 1956, e mobilizou milhares de trabalhadores de várias partes do Brasil que ficaram conhecidos como “candangos”.
  • Os principais objetivos da construção de Brasília foram: promover a ocupação do interior do Brasil, descentralizar o poder econômico e político, diminuir as desigualdades regionais, e simbolizar a modernidade e o progresso nacional.
  • A construção foi liderada pelo urbanista Lúcio Costa, autor do Plano Piloto, o arquiteto Oscar Niemeyer e o engenheiro Joaquim Cardozo.
  • Utilizou-se na construção técnicas modernas de engenharia e urbanismo.
  • Brasília foi oficialmente inaugurada em 21 de abril de 1960, embora ainda estivesse em fase de conclusão.
  • A nova sede do governo brasileiro se tornou um ícone da arquitetura moderna.
  • Em 1987, Brasília foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Contexto histórico da construção de Brasília

A construção de Brasília deve ser entendida dentro do contexto histórico do Brasil na segunda metade do século XX, período marcado por intensas transformações políticas, sociais e econômicas. A ideia de transferir a capital do Brasil para o interior do país não era nova; havia sido mencionada pela primeira vez durante o Período Colonial.

Em 1823, José Bonifácio de Andrada e Silva, um dos principais estadistas do Brasil, sugeriu a criação de uma nova capital no interior, com o objetivo de promover a ocupação e o desenvolvimento das regiões menos habitadas do país. Essa ideia ganhou força ao longo do tempo, sendo incorporada na Constituição de 1891, que determinava que a capital deveria ser transferida para o Planalto Central.

O Brasil, até meados do século XX, era um país com grande parte de sua população e infraestrutura concentradas na região costeira, especialmente no Rio de Janeiro, então capital do país. Essa concentração gerava uma série de desequilíbrios econômicos e sociais, além de tornar o país vulnerável em caso de conflitos ou invasões. Nesse cenário, a mudança da capital para o interior surgiu como uma solução para promover a integração nacional e reduzir as disparidades regionais.

Foi durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) que a construção de Brasília ganhou ímpeto. Kubitschek, que assumiu a presidência com o slogan “50 anos em 5”, tinha como objetivo principal modernizar e industrializar o Brasil em um curto período. A construção de Brasília, além de ser uma das metas de seu Plano de Metas, representava a realização de um sonho nacional e simbolizava o progresso e a modernidade que o governo buscava para o país.

→ Videoaula sobre o governo JK e a construção de Brasília

Principais objetivos da construção de Brasília

A construção de Brasília foi guiada por uma série de objetivos estratégicos e simbólicos. Em primeiro lugar, havia o objetivo de promover a integração territorial do Brasil. A transferência da capital para o interior do país tinha como propósito incentivar o desenvolvimento das regiões central e norte, historicamente menos povoadas e subdesenvolvidas.

Ao construir uma nova capital no Planalto Central, o governo pretendia atrair investimentos, mão de obra e infraestrutura para essas áreas, estimulando o crescimento econômico e a ocupação do território.

Outro objetivo central era diminuir a concentração populacional e econômica na região costeira. O Brasil, até então, enfrentava desafios decorrentes da centralização do poder e da economia nas grandes cidades litorâneas, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. A nova capital seria um polo de atração, ajudando a redistribuir a população e a estimular o desenvolvimento de novas áreas urbanas no interior.

Brasília também foi concebida como um símbolo da modernidade e do desenvolvimento nacional. A cidade foi planejada para ser um marco da arquitetura e do urbanismo moderno, representando a visão de um Brasil que buscava se afirmar como uma nação próspera e avançada. Nesse sentido, a construção de Brasília foi uma declaração de intenções do governo de Juscelino Kubitschek, que desejava posicionar o Brasil como um país em franco processo de modernização e industrialização.

Além disso, havia uma motivação política na construção de Brasília. A transferência da capital para o interior buscava reduzir a influência das elites políticas e econômicas concentradas no Rio de Janeiro, criando uma sede de poder distante das pressões e dos lobbies que dominavam a antiga capital.

Brasília foi projetada para ser uma cidade planejada, onde as instituições públicas poderiam funcionar de maneira mais eficiente e integrada, longe das distrações e tensões da vida urbana no Rio de Janeiro.

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Como foi a construção de Brasília?

A construção de Brasília foi um empreendimento gigantesco que mobilizou recursos humanos, materiais e financeiros em uma escala sem precedentes na história do Brasil. O projeto da nova capital foi liderado por três figuras centrais: o urbanista Lúcio Costa, o arquiteto Oscar Niemeyer e o engenheiro Joaquim Cardozo.

Lúcio Costa foi responsável pelo Plano Piloto de Brasília, que definiu o traçado urbano da cidade, enquanto Niemeyer projetou os principais edifícios públicos, como o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a Catedral de Brasília. Joaquim Cardozo foi o responsável pelos cálculos estruturais das obras.

O Plano Piloto, traçado por Lúcio Costa, foi o alicerce da construção planejada de Brasília.[2]

O Plano Piloto de Brasília, elaborado por Lúcio Costa, foi inspirado em conceitos modernos de urbanismo e arquitetura. A cidade foi planejada para ser funcional, com áreas claramente definidas para atividades administrativas, comerciais, residenciais e de lazer. O traçado da cidade, com a forma de um avião ou de uma borboleta, reflete essa organização, com as “asas” abrigando as áreas residenciais e o “corpo” concentrando os prédios governamentais e as principais atividades administrativas.

A construção de Brasília começou oficialmente em 1956, e, em pouco tempo, o canteiro de obras se tornou um dos maiores do mundo. Trabalhadores de todas as partes do Brasil, conhecidos como “candangos”, migraram para o Planalto Central em busca de oportunidades de emprego.

Trabalhadores migraram de diversas partes do Brasil, atraídos pela oportunidade de emprego na construção de Brasília.[3]

Esses trabalhadores enfrentaram condições extremamente difíceis, como a falta de infraestrutura básica, o isolamento geográfico e o clima árido da região. No entanto, a perseverança e o esforço dos candangos foram fundamentais para a realização do projeto.

A obra avançou em um ritmo acelerado, graças ao uso de técnicas modernas de construção e ao forte apoio do governo federal. Máquinas e equipamentos foram importados de diversos países, e o governo investiu pesadamente na construção de estradas, pontes e outras infraestruturas essenciais para conectar Brasília ao restante do país.

Ao longo dos anos, Brasília se tornou um símbolo do “milagre brasileiro”, representando a capacidade do país de realizar grandes obras de engenharia e urbanismo.

Quando aconteceu a inauguração de Brasília?

A inauguração de Brasília ocorreu em 21 de abril de 1960, em uma cerimônia que contou com a presença de autoridades nacionais e internacionais. A data foi escolhida em homenagem a Tiradentes, um dos heróis da Inconfidência Mineira, reforçando o simbolismo de Brasília como um marco da independência e da modernidade do Brasil. A inauguração marcou o fim de uma etapa importante na história do país, consolidando a nova capital como o centro do poder político e administrativo do Brasil.

Apesar de ter sido inaugurada em 1960, Brasília ainda não estava completamente concluída. Muitas obras continuaram em andamento por vários anos, e a cidade enfrentou diversos desafios, como a necessidade de expandir sua infraestrutura e atender à crescente demanda por serviços públicos e habitação. No entanto, a inauguração de Brasília foi um momento de grande orgulho nacional, simbolizando o sucesso do projeto de modernização do governo de Juscelino Kubitschek.

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Qual a importância da construção de Brasília?

Brasília rapidamente se estabeleceu como a nova sede do governo brasileiro, e sua construção teve um impacto profundo na política e na economia do país. A nova capital ajudou a promover a integração territorial do Brasil, estimulando o desenvolvimento do interior e reduzindo a centralização do poder nas regiões costeiras. Além disso, Brasília se tornou um ícone da arquitetura e do urbanismo moderno, sendo reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade em 1987.

Brasília é reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade.[4]

A construção de Brasília foi um dos maiores feitos da história do Brasil, representando o espírito de inovação e progresso que marcou a era de Juscelino Kubitschek. Mesmo enfrentando críticas e desafios ao longo dos anos, Brasília permanece como um símbolo duradouro da capacidade do Brasil de sonhar e realizar grandes projetos. A cidade continua a ser o centro do poder político do Brasil, desempenhando um papel crucial na história e no desenvolvimento do país.

Créditos das imagens

[1]Arquivo Nacional / Wikimedia Commons

[2] אורי ר. / Wikimedia Commons

[3] Arquivo Nacional / Wikimedia Commons

[4] 061 Filmes / Shutterstock

Fontes

CAMPOS, Tiago. Compêndio de História do Brasil – Volume III: República (1889 – 2024). São Paulo: Cosenza, 2024.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2009

Por Tiago Soares Campos

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