Fordismo
O fordismo foi um modelo de produção industrial que surgiu no início do século XX e era caracterizado pela linha de montagem e pela padronização da produção.
O fordismo foi um modelo de produção industrial que surgiu nos Estados Unidos, na primeira década do século XX. Seu criador foi Henry Ford, fundador da montadora de automóveis que leva o seu sobrenome e na qual implementou a lógica fordista de produção pela primeira vez.
O modelo de Ford introduziu a esteira rolante na linha de montagem, automatizando a produção e alterando o ritmo de trabalho nas fábricas. Os trabalhadores passaram a ser fixos, e cada um deles passou a exercer uma única tarefa na linha de produção. O fordismo foi caracterizado ainda pela produção padronizada e em larga escala, pela formação de grandes estoques e pelos baixos custos produtivos.
Leia também: Revolução Industrial — as mudanças trazidas pela consolidação da indústria
Resumo sobre fordismo
-
Fordismo é um modelo de produção industrial desenvolvido por Henry Ford com base na adaptação do taylorismo para a sua montadora de automóveis, a Ford.
-
Foi implementado inicialmente nos Estados Unidos, no início do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial.
-
Teve como características a organização da produção industrial por meio da linha de montagem equipada com uma esteira rolante, a padronização da produção, a produção em larga escala, e os baixos custos produtivos e da mercadoria final.
-
Os trabalhadores, no fordismo, especializavam-se em uma única função e desempenhavam a mesma tarefa todos os dias na linha de montagem. Havia, nesse sentido, uma alienação do trabalho.
-
As transformações no trabalho, na forma de consumo da população e no meio técnico e científico fizeram surgir uma nova lógica produtiva na década de 1970, o toyotismo, que substituiu o fordismo.
Videoaula sobre o fordismo
O que é o fordismo?
O fordismo foi um modelo de produção industrial desenvolvido por Henry Ford (1863-1947), no início do século XX, por meio do aperfeiçoamento e adaptação do modelo em voga no continente europeu até então, o taylorismo. Sua implementação aconteceu inicialmente nos Estados Unidos, na fábrica de automóveis Ford, hoje uma das principais empresas multinacionais do setor.
Qual a origem do fordismo?
O modelo de produção fordista teve a sua origem em um contexto histórico marcado pela segunda fase da Revolução Industrial, que então se expandia para países como Japão, Alemanha e Estados Unidos, e pela transformação na escala de produção e na forma de consumo da população em países onde a industrialização se fazia presente. Nesse meio-tempo, em 1909, o engenheiro e empresário estadunidense Henry Ford abriu a sua fábrica de automóveis na cidade de Detroit, situada no estado norte-americano de Michigan.
Ford foi considerado o pioneiro do modelo de produção em massa baseado na linha de montagem. A sua ideia partiu de outro modelo já existente e que estava em voga na Europa: o taylorismo. O taylorismo era pautado, essencialmente, na produção em massa, na racionalização do trabalho e na divisão de tarefas — funções da gerência. O que Ford introduziu foi a automação do processo de produção por meio da instalação de esteiras, criando assim uma linha de montagem.
Leia também: Afinal, o que é a indústria?
Principais características do fordismo
A principal característica do modelo fordista de produção foi a automação da linha de montagem por meio da instalação de uma esteira rolante, pela qual os produtos se deslocavam no interior da fábrica. No caso de Henry Ford, os carros em processo de montagem ficavam alinhados na esteira, e, na medida em que se deslocavam de uma estação a outra, uma nova etapa da montagem acontecia. Essa foi a maior inovação introduzida na indústria daquele período, fazendo com que o tempo do trabalhador fosse ditado pelo maquinário, e não o contrário.
Outras importantes características do fordismo foram:
-
Padronização das matérias-primas e dos insumos (como máquinas) utilizados no processo de produção. Em função disso, houve também a padronização das mercadorias, como foi o carro da Ford conhecido como Modelo T, fabricado entre as décadas de 1910 e 1920.
-
Composição de estoques de mercadorias.
-
Menor tempo de produção e elevada produtividade garantidos pela esteira rolante introduzida na linha de montagem.
-
Alta especialização dos trabalhadores, tendo em vista que cada indivíduo ficava a cargo de uma tarefa específica e realizada repetidamente.
-
Realização do controle de qualidade como etapa final da produção.
-
Menor preço dos produtos ao consumidor final, o que se deveu à redução dos custos de produção com o novo modelo produtivo.
Mudanças causadas pelo fordismo
O fordismo foi responsável por mudanças importantes na produção industrial do início do século XX. A principal delas, conforme abordamos no tópico anterior, foi a adição de uma esteira rolante nas fábricas. A partir de então, os trabalhadores se tornaram cada vez mais especializados em uma única função, ao mesmo tempo que não se deslocavam no interior da unidade fabril para a realização das suas tarefas: era o produto quem se movimentava pela nova estrutura.
Com o fordismo, o consumo de massa, para além da produção em larga escala, se tornou mais presente na sociedade, fato derivado do barateamento das mercadorias. Além do mais, houve certa padronização também do consumo por meio da oferta. Sabe-se que, à época da introdução desse novo modelo de produção, a Ford realizava a montagem do seu Modelo T, e pouquíssimas cores estavam disponíveis para a escolha do comprador. Inicialmente, somente modelos na cor preta eram comercializados pela montadora.
Leia também: Capitalismo — modelo econômico que objetiva o lucro e o acúmulo de riquezas
Fim do fordismo
O fordismo se consagrou como principal modelo de produção industrial na primeira metade do século XX, mas as profundas transformações de ordem geopolítica e econômica que se instalaram no mundo a partir da década de 1970 culminaram no seu fim e eventual substituição por uma lógica produtiva mais adequada aos novos tempos.
A produção em larga escala e a criação de estoques, embora tenham sido muito benéficas no auge do fordismo, resultaram numa verdadeira crise de superprodução e num aumento acelerado nos custos do processo produtivo, que não mais eram supridos pelas vendas. Isso significa que sobravam mercadorias em estoques e faltavam pessoas interessadas em adquiri-las, o que afetava diretamente o retorno financeiro das fábricas.
As crises do sistema capitalista, como aquela que aconteceu no ano de 1929, também contribuíram para o declínio do fordismo no decorrer do tempo. Somam-se a isso as demandas por uma maior diversidade de produtos no mercado e as questões atreladas às condições de trabalho nas indústrias que se utilizavam desse modelo produtivo. Eram jornadas muito cansativas e alienantes, visto que o funcionário repetia durante todo o tempo uma mesma função, além do ritmo de trabalho ser conduzido pela esteira. Esse fato foi alvo de muitas críticas, uma das mais famosas em forma de filme: Tempos modernos (1936), de Charles Chaplin.
As décadas de 1960 e 1970 representaram uma mudança profunda no meio técnico e científico global com o advento de novas tecnologias da informação e da comunicação, caracterizando a globalização. O capitalismo entrou em sua fase monopolista, e as empresas transnacionais ganharam cada vez mais espaço com a flexibilização da produção. Esse período marcou, portanto, o fim do fordismo e o advento do toyotismo como principal modelo de produção industrial.
Quais são as diferenças entre fordismo, taylorismo e toyotismo?
Veja no quadro a seguir as principais diferenças entre os modelos produtivos fordista, taylorista e toyotista. É importante pontuar que o taylorismo e o fordismo foram desenvolvidos entre o século XIX e a primeira metade do século XX, enquanto o toyotismo se desenvolveu a partir dos anos 1950 e refletiu as transformações características da atual fase do capitalismo e dos meios técnicos e científicos.
Fordismo |
Taylorismo |
Toyotismo |
Produção em massa. |
Produção em massa. |
Produção realizada em lotes, conforme a demanda. |
Formação de grandes estoques. |
Formação de grandes estoques. |
Ausência de estoques com despacho imediato da produção (sistema just in time). |
Tempo da produção é ditado pelas esteiras industriais, isto é, pela máquina. |
Tempo da produção depende do desempenho e do rendimento de cada trabalhador. |
Tempo de produção depende da demanda pela mercadoria. |
Trabalhadores desempenham uma única função. |
Trabalhadores desempenham uma única função. |
Trabalhadores atuam em diversas tarefas e funções, e há a formação de grupos de trabalho se necessário. |
Controle de qualidade realizado ao final da produção. |
Controle de qualidade realizado ao final da produção. |
Controle de qualidade realizado durante todas as etapas da produção. |
Exercícios resolvidos sobre o fordismo
Questão 1 (Enem) Na imagem do início do século XX, identifica-se um modelo produtivo cuja forma de organização fabril baseava-se na(o):
a) autonomia do produtor direto.
b) adoção da divisão sexual do trabalho.
c) exploração do trabalho repetitivo.
d) utilização de empregados qualificados.
e) incentivo à criatividade dos funcionários.
Resolução: Alternativa C
A imagem retrata uma linha de produção característica do fordismo, sistema em que o trabalho se baseava na repetição de tarefas.
Questão 2
(Unicentro) O fordismo teve a sua origem nos Estados Unidos, criado por Henry Ford, que implantou a linha de produção para a fabricação do modelo de automóvel T. Esse modelo de organização do trabalho limitava o trabalhador a realizar atividades repetitivas em toda a sua jornada de trabalho.
Sobre o Fordismo, é correto afirmar:
a) O seu principal objetivo é a redução do custo de produção, e a consequente redução do valor monetário do produto, e uma maior comercialização.
b) O trabalhador tem conhecimento de todo o processo da linha de produção.
c) A saúde do trabalhador é observada com atenção, com uso de ginástica laboral, visando reduzir as lesões por esforços repetitivos.
d) Esse processo trouxe benefícios para a classe empresarial e para a classe trabalhadora.
e) Atualmente, o modelo de linha de produção foi suplantado, e as indústrias de automóveis passaram a considerar obsoleta a linha de montagem.
Resolução: Alternativa A
A lógica produtiva do fordismo tinha como objetivo a redução dos custos de produção, o que diminuiu o preço dos produtos finais e facilitou o consumo dessas mercadorias, gerando, assim, o consumo em massa.
Créditos da imagem
[1] Grzegorz Czapski / Shutterstock