Recifes de coral
Saiba mais sobre os recifes de coral, ambientes marinhos ricos em biodiversidade. Apresentamos aqui as características dos recifes de coral, como eles são formados, sua importância, os seus tipos e a consequência de sua destruição. Além disso, também falamos sobre os recifes de coral brasileiros.
Os recifes de coral são estruturas rígidas formadas por organismos portadores de esqueleto de calcário, como corais e algas. Eles constituem o habitat marinho mais diversificado do planeta. Por apresentarem uma grande quantidade de biodiversidade, esses ecossistemas podem ser comparados às grandes florestas tropicais.
→ Características dos recifes de coral
Os recifes de coral são estruturas rígidas e resistentes que suportam a força das ondas e das correntes marítimas. Essas estruturas são construídas por organismos vivos que possuem esqueleto calcário. Desse modo, é importante salientar que os corais não são pedras e muito menos plantas.
O termo recife de coral é utilizado em virtude do papel dos corais (organismos classificados como cnidários e que apresentam esqueleto calcário) no processo de formação dos recifes. Vale salientar, no entanto, que outros organismos podem contribuir para a formação desses locais, como é o caso das chamadas algas calcárias.
Os recifes de coral podem ser rasos e profundos. Os recifes de coral rasos são encontrados em áreas de águas claras e quentes e com pouca profundidade. Esses recifes necessitam estar próximos à superfície porque alguns corais apresentam associação com algas unicelulares chamadas de zooxantelas, as quais necessitam de luz para a realização da fotossíntese. São essas algas as responsáveis pela coloração dos recifes de coral.
Os recifes de coral profundos estão localizados em áreas com grande profundidade e, diferentes dos recifes de coral rasos, não ocorrem apenas em áreas tropicais e subtropicais, sendo observados em diferentes partes do mundo.
→ Como se formam os recifes de coral?
Os recifes de coral apresentam uma estrutura bastante complexa, sendo formados, principalmente, por esqueleto calcário de corais e algas calcárias. Quando os corais e algas morrem, o calcário presente em seus corpos passa a funcionar como uma verdadeira base para o desenvolvimento de outros organismos. Com a fixação de outros seres vivos, observa-se o desenvolvimento de um recife de coral.
→ Importância dos recifes de coral
Os recifes de coral apresentam uma grande biodiversidade, podendo ser comparados com as florestas tropicais.
Os recifes de coral são ecossistemas ricos em biodiversidade, servindo de local para reprodução e alimentação de muitas espécies. Nesses locais, em razão da grande biodiversidade, há uma teia alimentar complexa, uma grande quantidade de relações mutualísticas (relações ecológicas em que dois organismos de espécies diferentes relacionam-se e ambos são beneficiados) e, é claro, competição entre os organismos que ali vivem.
Economicamente, podemos dizer que os recifes de coral apresentam grande importância por apresentarem potencial pesqueiro e também por ser um grande atrativo para o turismo. Além disso, esses ambientes fornecem substâncias que servem de matéria-prima para a indústria farmacêutica. Não podemos nos esquecer ainda de que os recifes contribuem para a proteção da região costeira contra a ação do mar.
→ Animais encontrados nos recifes de coral
De acordo com o livreto “Conduta Consciente em Ambientes Recifais”, do Ministério do Meio Ambiente, “uma em cada quatro espécies marinhas vive nos recifes de coral, incluindo 65% de espécies de peixe”.
As tartarugas marinhas abrigam-se frequentemente nos recifes de coral.
Nos corais, encontramos espécies que ali vivem e também espécies que visitam a região ocasionalmente em busca, por exemplo, de alimento. Podemos citar como exemplos diversas espécies de peixes, cnidários (corais, anêmonas), esponjas, moluscos (ostras), crustáceos (lagostas, caranguejos), equinodermos (ouriços e estrelas-do-mar) e tartarugas marinhas. Vale destacar que a espécie encontrada depende também da região onde está localizado o recife de coral.
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O dragão-marinho é uma espécie encontrada nos recifes de coral, estando presente em águas sul-australianas.
→ Tipos de recifes de coral
Os recifes de coral podem ser classificados de diferentes formas. Veja a seguir quais são e quais as características dos diferentes tipos existentes.
A Grande Barreira de Coral da Austrália é um exemplo de recife em barreira.
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Recifes em barreira: crescem paralelamente à costa. Entre eles e a costa, existem lagoas, as quais são profundas e largas. Esse tipo de recife pode ser representado pela Grande Barreira de Coral da Austrália (veja foto acima).
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Recifes em franja: são recifes que crescem perto da costa, ao redor de ilhas e continentes. Entre esses recifes e a costa, há lagoas rasas e estreitas. É o tipo mais comum de recife.
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Recifes em manchas: esses recifes, como o nome sugere, são pequenos e isolados. Ocorrem entre os recifes de franja e em barreira.
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Atóis: são encontrados no meio dos oceanos e estão dispostos na forma de anéis, que criam, no centro, uma lagoa. A formação dos atóis ocorre, geralmente, quando o topo de ilhas que apresentam ao seu redor recifes em franja afunda no mar ou quando o nível do mar eleva-se.
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Chapeirões: possuem formato de coluna ou cogumelo e atingem de 5 a 25 metros de altura. Os chapeirões são bem comuns no Brasil.
→ Destruição dos recifes de coral
A ação humana pode colocar em risco a biodiversidade dos recifes de coral.
Os recifes de coral são ambientes muito complexos e importantes, mas vêm sendo rapidamente destruídos pela ação humana. São atividades que colocam os recifes em risco:
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Pesca predatória;
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Turismo intenso nesses locais;
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Tráfego desordenado de embarcações;
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Poluição;
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Crescimento costeiro rápido e desordenado.
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Não podemos nos esquecer ainda de que as mudanças climáticas também estão afetando os recifes de coral. Esse problema desencadeia o chamado “branqueamento dos corais”. O branqueamento acontece quando os corais que constroem os recifes perdem sua associação com as algas unicelulares (zooxantelas), situação que os deixa branqueados.
Por causa da importância dos recifes de coral, faz-se necessária a proteção dessas áreas. A principal estratégia é garantir a criação de Unidades de Conservação, áreas naturais que são protegidas por lei. No Brasil, existem várias Unidades de Conservação que protegem ambientes recifais brasileiros, tais como a Reserva Biológica do Atol das Rocas, Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, Área de Proteção Ambiental da Baía de Todos os Santos, Parque Municipal Marinho da Coroa Alta, Parque Municipal do Recife de Fora e Área de Proteção Ambiental Estadual Ponta da Baleia/ Abrolhos.
→ Recifes de coral no Brasil
O recife de coral de Abrolhos apresenta uma grande quantidade de espécies.
No Brasil, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, os recifes de coral distribuem-se por cerca de 3000 quilômetros ao longo da costa nordestina, do Maranhão até o sul da Bahia. Eles representam as únicas formações recifais presentes no Atlântico Sul.
Como exemplo de recife brasileiro, podemos citar o complexo recifal de Abrolhos, o qual está localizado ao sul da Bahia e destaca-se por ser o maior recife de coral do país. Nesse recife, que é do tipo chapeirão (na forma de cogumelo), encontramos a maior biodiversidade marinha brasileira. Vários peixes coloridos, garoupas e moreias podem ser vistas nesse local.