Artrópodes

Os artrópodes são animais invertebrados que se caracterizam principalmente pela presença de exoesqueleto e de apêndices articulados. Esse grupo de animais é o mais diverso do Reino Animal, representando cerca de 80% de todas as espécies de animais conhecidas. Essa grande biodiversidade explica-se pelo fato de que os artrópodes possuem adaptações extremamente eficientes às mais diversas formas de vida, o que contribuiu para o sucesso evolutivo do grupo.

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Resumo sobre artrópodes

• Os artrópodes são animais invertebrados com corpo segmentado, apêndices articulados e exoesqueleto.
• São divididos em quatro grandes grupos: quelicerados, miriápodes, crustáceos e insetos.
• Quelíceras possuem quelíceras e não têm antenas, como as aranhas e os escorpiões.
• Miriápodes têm o corpo alongado com muitos segmentos, como as lacraias e os embuás.
• Crustáceos em sua maioria são aquáticos, com dois pares de antenas, como os camarões e os caranguejos.
• Insetos têm três pares de pernas e um par de antenas, e muitas espécies possuem 2 ou 4 asas, como as libélulas e os besouros.
• A alimentação é variada, de herbívoros a predadores, com diferentes aparelhos bucais.
• Os artrópodes estão presentes em todas as áreas habitáveis do planeta.
• A maioria dos artrópodes é sexuada e geralmente se reproduz por fecundação interna e desenvolvimento indireto, com estágios de larva.
• Esse grupo de animais possui sistema nervoso ventral, sistema circulatório aberto e respiração por brânquias, por pulmões foliáceos ou por traqueias.
• Exoesqueleto é uma "armadura" externa de quitina que protege o corpo e impede a perda de água, exigindo a realização de mudas para o crescimento.

O que são os artrópodes?

Os artrópodes são animais invertebrados que se caracterizam principalmente pela presença de exoesqueleto e de apêndices articulados. O exoesqueleto desses animais, forte e resistente, sofre mudas constantes para possibilitar o crescimento.

O corpo dos artrópodes é dividido em diferentes segmentos especializados denominados de tagma ou de metâmeros, com apêndices articulados, como pernas, antenas, fiandeiras, pedipalpos, asas e aparelhos bucais. Essa vasta combinação de diferentes adaptações permitiu a conquista do ambiente terrestre e um excelente sucesso evolutivo do grupo, tornando-se o filo de maior riqueza e biodiversidade do Reino Animal, representando cerca de 80% de todas as espécies de animais conhecidas.

Os artrópodes possuem adaptações extremamente eficientes às mais diversas formas de vida, sendo adaptados ao voo, ao nado, à corrida, aos saltos, aos rastejos, entre outras habilidades. A presença do exoesqueleto oferece proteção contra predadores e traz a capacidade de diminuir a perda de água pelo corpo do animal, o que foi crucial para que o grupo conseguisse conquistar o ambiente terrestre. Assim, os artrópodes caracterizam-se por serem um grupo de animais extremamente bem-sucedidos do ponto de vista adaptativo, com características únicas que lhes garantem um lugar de destaque na progressão da evolução dos seres vivos em nosso planeta.

Grupos de artrópodes

Apesar de todos os artrópodes compartilharem diversas características entre si, há uma classificação mais específica dentro deste grupo, onde eles são agrupados entre 4 principais classes.

→ Chelicerata (Quelicerados)

Quelicerados são a classe dos artrópodes que possuem quelíceras, um apêndice articulado localizado na boca e usado para injetar veneno ou para cortar e triturar alimentos. O corpo é formado por 4 pares de pernas e é dividido em 2 tagmas: o prossoma (cefalotórax) e o opistossoma (abdome). Nenhum quelicerado possui antena nem asas. São exemplos desse grupo:

• aranha;
• caranguejeira;
• escorpião;
• amblipígis;
• opilião;
• carrapato;
• escorpião-vinagre;
• pseudoescorpião.

→ Myriapoda (Miriápodes)

Miriápodes são a classe dos artrópodes caracterizada pela grande quantidade de pernas. Esses animais têm o corpo alongado e formado por muitos segmentos, dividido em cabeça e em tronco, possuem 1 par de antenas, 1 par de mandíbulas e dezenas de pares de pernas, que podem ser organizados em 1 par por segmento (quilópodes) ou 2 pares por segmento (diplópodes). São exemplos desse grupo:

• lacraia;
• piolho de cobra;
• embuá;
• sínfilos.

→ Crustacea (Crustáceos)

Crustáceos são a classe de artrópodes com a maioria dos representantes de ambientes aquáticos, com poucas exceções terrestres, como o tatuzinho-de-jardim. São artrópodes que apresentam 5 pares de pernas, 2 pares de antenas e corpo dividido em cefalotórax e abdome. Os crustáceos apresentam um exoesqueleto endurecido por carbonato de cálcio, formando uma carapaça ainda mais resistente para o animal. São exemplos desse grupo:

• caranguejo;
• camarão;
• siris;
• lagosta;
• lagostim;
• pitú;
• guaiamum;
• tatuzinho-de-jardim.

Confira também: Crustáceos — mais detalhes sobre esse grupo de artrópode

→ Insecta (Insetos)

Insetos são a classe de artrópodes que se caracterizam como o grupo mais diverso entre todos os outros de qualquer filo do Reino Animal. Eles são caracterizados por terem o corpo dividido em 3 tagmas: cabeça, tórax e abdome. Possuem 3 pares de pernas, 1 par de antenas, 1 ou 2 par(es) de asas e uma enorme diversidade em aparelho bucal (mordedor, sugador, lambedor, picador-sugador etc). São exemplos desse grupo:

• besouro;
• barata;
• borboleta;
• formiga;
• abelha;
• cupim;
• percevejo;
• mosca;
• mosquito;
• libélula;
• grilo;
• gafanhotos;
• piolhos.

Acesse também: Insetos — mais detalhes sobre esse grupo de artrópode

Características dos artrópodes

Os artrópodes apresentam impressionantes formas de adaptação ao meio ambiente, desde variadas formas de alimentação até a conquista de variados ambientes e formas eficazes de reprodução. A seguir, confira algumas destas principais características do grupo.

→ Alimentação dos artrópodes

A dieta dos artrópodes é extremamente variada, o que é refletido na alta diversidade do grupo. Eles podem ser herbívoros (como as lagartas), carnívoros (como as aranhas), onívoros (como as formigas) e até ter hábitos mais específicos, como as espécies hematófagas (pernilongos), detritívoras (camarões), coprófagas (rola-bosta) e até as necrófagas (larvas de moscas). Essa diversidade alimentar está intimamente relacionada com as adaptações dos aparelhos bucais de cada espécie, que podem variar desde quelíceras com peçonha até mandíbulas fortes e outros tipos de aparelhos com funções sugadoras, mastigadoras, lambedoras, entre outros.

→ Hábitat dos artrópodes

Considerando todos os ambientes habitáveis da Terra, praticamente, não há nenhum que não seja ocupado por alguma espécie de artrópodes. Eles são encontrados no fundo dos oceanos, livres pelos ares, soterrados no solo, sob as árvores, sob rochas, sob sedimentos, no topo das montanhas, em rios, em lagos, em lagoas, em açudes, em solos de todos os tipos, nos centros urbanos, dentro de casas, apartamentos, prédios etc. Em todo e em qualquer lugar, sempre será avistada alguma espécie desses diversos invertebrados, e essa capacidade do grupo em colonizar diferenciados ecossistemas é um dos principais fatores para o seu sucesso evolutivo.

→ Reprodução dos artrópodes

A maioria dos artrópodes se reproduz de forma sexuada, ou seja, com fecundação de gametas e a partir de uma fecundação cruzada entre macho e fêmea. Essa fecundação, geralmente, é interna, ou seja, o macho transfere seus gametas para dentro do corpo da fêmea. O desenvolvimento pode ser direto, no qual o filhote nasce semelhante ao adulto (como as aranhas, os escorpiões, as baratas e os embuás) ou pode ser um desenvolvimento indireto, com metamorfose, ou seja, os filhotes passam por diferentes estágios até chegarem na fase adulta (como as borboletas, as moscas, as libélulas e os caranguejos).

Anatomia dos artrópodes

Para que funcionem de maneira tão eficiente, os artrópodes possuem sistemas internos com funções bem definidas.

→ Sistema nervoso dos artrópodes

O sistema nervoso dos artrópodes é localizado na região ventral do corpo, com a presença de um gânglio cerebral na cabeça e de uma cadeia de gânglios nervosos ao longo do corpo. Eles possuem órgãos do sentido bem desenvolvidos, incluindo olhos que podem variar de pares de olhos simples, como nos miriápodes e nos aracnídeos, até olhos compostos, como nos insetos e nos crustáceos. Também possuem antenas que funcionam como receptores táteis e olfativos, assim como também há a presença de pelos e de cerdas que podem detectar vibrações e substâncias químicas do meio.

→ Sistema respiratório dos artrópodes

A respiração dos artrópodes pode ser bem variável de um grupo para outro e a depender dos hábitos de vida de cada espécie. Os aracnídeos terrestres (aranhas e escorpiões) usam o pulmão foliáceo, uma estrutura em forma de bolsa, cheia de dobras, que auxilia na captura do oxigênio. Os artrópodes aquáticos (camarão, caranguejo etc) respiram através das brânquias. Por sua vez, os insetos e ao miriápodes fazem suas trocas gasosas através de aberturas na região ventral do corpo, denominada espiráculo, por meio de uma respiração traqueal.

→ Sistema circulatório dos artrópodes

O sistema circulatório dos artrópodes é aberto, o que significa que o sangue, chamado de hemolinfa, não circula dentro de vasos contínuos, sendo bombeado por um coração dorsal para cavidades chamadas de hemocele, banhando diretamente todos os órgãos internos do animal.

Exoesqueleto dos artrópodes

O exoesqueleto é uma das principais adaptações dos artrópodes e proporcionou o sucesso evolutivo do grupo e a conquista do ambiente terrestre. Essa estrutura é formada por um carboidrato de alta resistência, a quitina, e funciona como uma armadura externa que oferece proteção contra predadores, sustenta e protege o corpo de impactos mecânicos e evita a perda de água. No entanto, por sua rigidez, esse exoesqueleto não cresce junto com o animal, tornando necessária a muda desta estrutura, processo denominado de ecdise.

Para passar pela ecdise, o artrópode começa a produzir um novo exoesqueleto macio por baixo do esqueleto antigo, então, quando é chegada a hora, esse exoesqueleto antigo quebra-se no ponto da fratura (geralmente localizado na região dorsal do animal), e, assim, é feita a troca. Normalmente, durante o período da ecdise, o animal fica vulnerável por um tempo, pois o novo exoesqueleto necessita de um certo tempo para endurecer ao entrar em contato com o ambiente externo. Esse processo permite o crescimento do indivíduo e, dependendo da espécie, possibilita a mudança do estágio de vida, como na metamorfose de uma larva para o indivíduo adulto.

Exercícios resolvidos sobre artrópodes

Questão 1

(Enem) O exoesqueleto dos crustáceos é formado por quitina e impregnações de sais calcários e, por isso, é mais duro quando comparado com o exoesqueleto de outros artrópodes. Esse revestimento externo confere proteção, mas, por ser duro, limita o crescimento desses animais.

Para superar essa limitação, o exoesqueleto deve ser

A) formado somente na fase adulta do animal.

B) fragmentado para expansão nas áreas de articulação.

C) modelado continuamente para ajuste ao tamanho do corpo.

D) substituído por meio de mudas que ocorrem periodicamente.

E) impregnado por pequena quantidade de sais para sua distensão.

Resolução:

Alternativa D.

A muda do exoesqueleto permite que o artrópode cresça, pois essa estrutura é extremamente rígida e impede que o animal se expanda caso não seja trocada por uma nova carapaça.

Questão 2

(Enem) Aranhas, escorpiões, carrapatos e ácaros são representantes da classe dos Aracnídeos. Esses animais são terrestres em sua grande maioria e ocupam os mais variados hábitats, tais como montanhas altas, pântanos, desertos e solos arenosos. Podem ter sido os primeiros representantes do filo Arthropoda a habitar a terra seca.

A característica que justifica o sucesso adaptativo desse grupo na ocupação do ambiente terrestre é a presença de

A) quelíceras e pedipalpos que coordenam o movimento corporal.

B) excreção de ácido úrico que confere estabilidade ao pH corporal.

C) exoesqueleto constituído de quitina que auxilia no controle hídrico corporal.

D) circulação sanguínea aberta que impede a desidratação dos tecidos corporais.

E) sistema nervoso ganglionar que promove a coordenação central do movimento corporal.

Resolução:

Alternativa C.

O exoesqueleto constituído de quitina é a principal característica que permitiu aos artrópodes a transição e o sucesso ao ambiente terrestre, pois fornece proteção e evita a perda de água.

Fontes

GRAZIA, Jocelia et al. Biodiversidade: artrópodos terrestres. Biodiversidade dos Campos de Cima da Serra. Porto Alegre: Libretos, 2008. Cap. 4, p. 76-97, 2008.

RIBERA, Ignacio; MELIC, Antonio; TORRALBA, Antonio. Introducción y guía visual de los artrópodos. Revista Ide@-SEA, v. 2, p. 1-30, 2015.

DA SILVA, Cirlande Cabral; CABRAL, Hiléia Monteiro Marciel. CLASSIFICANDO OS ARTRÓPODES: Alternativa para o ensino dos artrópodes para alunos do Ensino Fundamental. Revista Eletrônica Científica Ensino Interdisciplinar, v. 3, n. 9, 2017.